Quem já foi a um show da Tio Crush sabe muito bem que as brincadeiras e a irreverência durante as apresentações vêm acompanhadas dos maiores hits dos anos 80; tudo na medida certa. E, durante este papo em plena terça-feira à noite, depois de um longo dia de trabalho para todos, esse bom-humor não podia ficar de fora, não é mesmo? E assim se fez durante quase uma hora de entrevista, que começou com as recordações do início do projeto, em 2007.
Todos se reuniam na casa de um amigo em comum e, como tinham que fazer algo para passar o tempo, resolveram cantar. Desses encontros, surgiu a ideia de realizar uma apresentação “profissional” em um bar da cidade. Sucesso não é bem a palavra para definir aquela noite, já que, como os próprios integrantes confessaram, só havia família e amigos mais próximos. Mas não é que esta brincadeira deu certo?
Prova disso é que os próprios músicos optaram por não tocar todo final de semana e escolheram ficar mais tempo com a família, porém, espaço e convite para apresentações não faltam! Apesar disso, a banda é apenas um hobby e não existe a pretensão de torná-la profissional.
Passados cinco anos, os integrantes da Tio Crush acreditam que a essência daquela brincadeira inicial continua e que com o tempo, a amizade que eles construíram se tornou o que eles têm de mais especial. “Acho que o mais importante é a amizade que nós temos. Nem todo mundo se conhece há muito tempo. Mas temos prazer em tocar, em estar junto. Acredito que este seja o grande diferencial”, afirma Rafinha, guitarrista da banda.
O que não falta no repertório da banda são os clássicos do pop rock nacional dos anos 80, época em que a maioria de seu público nem havia nascido. Se isso é um problema? Não é e nunca foi. Hoje, os músicos têm muito mais foco nas bandas como Paralamas do Sucesso, Titãs, Ira e RPM, que fizeram sucesso naquela época, que nas músicas, nos hits, e acreditam que o público gosta justamente por isso, por ser um repertório diferenciado.
“Hoje em dia, não temos mais músicas longas como Faroeste Caboclo ou Marvin. Aquilo era um som novo, uma atitude que estava chegando e até então, ninguém fazia. E hoje não é assim, é tudo muito mais comercial”, diz Rafinha e Ricardo completa: “É muito fácil você pegar um clássico de uma banda e tocar. Difícil é estudar esse estilo e formar um repertório em cima disso. Claro que incluímos algo jovem também. Estamos pensando em fazer um cover da Rihanna ou Christina Aguilera… quem sabe…” (risos). Sempre o bom-humor…