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Os calouros da USC (Universidade do Sagrado Coração) receberam um convidado muito especial na noite desta terça-feira (25). Giovane Gávio, ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, foi o escolhido para recepcionar os novos alunos da universidade. Minutos antes da palestra, Giovane conversou com a imprensa e relembrou o início da carreira. O atleta, que hoje dá palestras motivacionais por todo o país, falou sobre o seu desejo em jogar na seleção brasileira e o porquê nunca desistiu desse sonho. Confira o bate-papo:

SB: Hoje você dá palestras motivacionais, principalmente para jovens. O que motivou você a nunca desistir da carreira de jogador de vôlei?
Giovane:
“O que me fez começar foi um sonho, uma vontade de vestir a camisa da seleção brasileira. E tudo isso foi em uma época em que a seleção estava muito bem e aí, todos na escola começaram a praticar o esporte. Eu tinha o grande sonho de ser como o Renan e o Montanaro, meus grandes ídolos. Depois, na hora que eu comecei a chegar perto de realizar esse sonho, surgiram várias dificuldades. Mas o meu sonho era tão forte que eu usava as dificuldades para crescer e não para desistir. Esse talvez seja o maior ensinamento que eu posso passar: nunca desistir do seu sonho e sempre procurar os melhores caminhos para chegar ainda mais perto dele.”

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SB: Antes de você ser jogador, você sonhava em ser piloto de avião e chegou a ser lutador de judô. Como você começou no vôlei?
Giovane:
“Eu comecei no judô bem cedo, com cinco anos de idade. Eu brigava muito com as minhas três irmãs e o meu pai disse: ‘você quer brigar? Então você vai brigar com alguém da sua altura e do seu tamanho!’. Aí ele me colocou no judô e eu adorava o esporte. Mas eu morava em Barbacena, em Minas Gerais, onde tinha uma escola de cadetes do ar e, como eu tinha um padrinho que era piloto e frequentou essa escola, eu tinha a curiosidade de voar também. Só que, quando começou a fase do vôlei na escola, eu larguei tudo isso e só pensava nesse esporte!”

SB: E durante a sua carreira no vôlei, quais os maiores desafios que você enfrentou?
Giovane:
“Acho que o maior desafio foi ficar longe da família. Eu saí muito cedo de casa, com 16 anos, e me senti muito sozinho. Eu tinha vontade de conviver com eles e não podia. Acho que esse foi o maior preço que eu paguei.”

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SB: Você acha que hoje em dia esses jovens não seguem tantos os seus sonhos e desistem mais facilmente?
Giovane:
“Eu acho que eles têm mais acesso às informações e às vezes isso atrapalha. Isso cria dúvida e as pessoas cada hora querem uma coisa diferente. Eu tenho uma adolescente em casa e ela está com esse dilema, sobre o que fazer da vida. Esse é o maior dilema de quase todo mundo. Ela sempre me pergunta: ‘qual a profissão eu vou seguir, pai?’. Ela até fez testes vocacionais para ajuda-la a tomar uma decisão correta. Mas é difícil mesmo decidir uma carreira. Na minha época era diferente, mas mesmo assim, a gente tinha muita dificuldade. Eu não sabia como era ser um jogador de vôlei, não tinha essa informação. Mas eu acho que, quanto mais os jovens procurarem informações, pior será. Ir até o profissional e ver o que o cara realmente faz, como ele vive, vai ajudar a tomar uma decisão.”

SB: E falando em desafios, você largou a carreira de jogador para seguir a de treinador. Como foi essa transição?
Giovane:
“Acho que foi a vontade de dar continuidade a um processo, porque eu fui tão feliz dentro das quadras que tentei prolongar essa felicidade. Mas é um desafio e está sendo um desafio muito grande. Com certeza, o desafio é muito maior do que quando eu era jogador. Requer muito mais preparo e mais estudo. Antes eu tinha que jogar vôlei, agora eu tenho que ser bom psicólogo, bom treinador, conhecer pessoas… aumentou muito a carga de responsabilidade e coisas que você precisa trabalhar. Mas é muito bom proporcionar para as pessoas situações semelhantes àquelas que você viveu. Acho que esse está sendo o porquê de eu seguir esse caminho. Esse último ano eu fiquei parado e foi o primeiro ano que eu tive final de semana, que eu fiquei com os meus filhos e eu pude aproveitar do jeito que eu queria. Agora eu tenho que tomar cuidado para não me acostumar!” (risos)

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