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Um amigo virou para o outro e disse: “vamos buscar meu carro lá nos Estados Unidos e trazer para Bauru?” E foi assim que essa aventura de Miguel Rosa e James Chubb, americano que vive em Bauru há mais de dez anos, começou.
“A ideia surgiu porque temos uma paixão em comum, os carros antigos. James tinha essa caminhonete F100 Ford 1966 motor 302 – V8 em Washington DC e me convidou para acompanhá-lo nessa missão de trazê-la ao Brasil, dirigindo. A batizamos de Carotene e assim foi!”, conta Miguel.

No total, serão cerca de 20.000 km percorridos nas Américas do Norte, Central e do Sul. Miguel e James saíram de Washington DC no dia 6 de janeiro e cruzaram os EUA até Loredo no Texas, onde passaram pelo o México, Belize, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Panamá e Colômbia, onde estão agora.
“Não programamos exatamente nossa viagem bem como o roteiro propositalmente. Passamos por muitos lugares ímpares. Sempre que seguíamos viagem parávamos e conversávamos com os autóctones para saber qual rota mais interessante para viajar. Nós acreditamos que, quando se viaja, deve-se manter o coração aberto e, assim, o fizemos. Apesar de muitas recomendações sobre o perigo de se atravessar o México e toda a América Central, só encontramos pessoas sorridentes e muito solícitas. Temos feitos boas amizades pelo caminho. A Carotene é sempre a atração”, diz.

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Aventura
Nesse tempo em que estão na estrada, James e Miguel já passaram por várias aventuras! Pelas rodovias do México, por exemplo, os dois amigos, se depararam com bloqueios feitos por manifestações que reivindicavam terras.
“Passamos também por lugares surreais, como dirigir ao lado do Pico do Orizaba, que é um vulcão localizado nos limites territoriais dos estados de Puebla e Vera Cruz. Com 5.670 metros sobre o nível do mar é o vulcão e a montanha mais alta do México e a terceira mais alta da América do Norte só superada pelo Monte Mckinley no Alaska e o Monte Logan no Canadá. Também passamos por alguns lugares muito pobres, sem infraestrutura básica e nos deparamos com dezenas de pessoas nas fronteiras fazendo de tudo por uma gorjeta”, revela.

Miguel e James também enfrentaram negociações entranhas e cheia de lacunas envolvendo polícia nas aduanas – locais que sempre tiveram que pagar alguns dólares para passar. Também deram várias caronas, pois nesses lugares as pessoas transitam nas carrocerias das caminhonetes, pelas rodovias, sem qualquer problema.

Histórias não faltam!
“A coisa mais surpreendente foi a cidade de Colon, no Panamá. A cidade parece cenográfica. Prédios abandonados, com plantas e árvores medianas crescendo em meio ao velho concreto. Nesses prédios, viviam algumas famílias – tinha um clima muito estranho e realmente assustador. Logo na manhã rumo ao porto (Darien Gap é uma floresta densa e pantanosa, que liga os continentes e muitos consideram um dos lugares mais perigosos do mundo) para embarcarmos a Carotene, encontramos dois bloqueios. Atearam fogo em alguns objetos e ninguém passava. Tivemos de ser astutos e reprogramar nosso trajeto. Ao seguir para a rodovia que tangenciava o porto, um caminhão fez outro bloqueio, protestando algo. Nesse caso, debaixo de chuva, com um clima muito tenso, percorremos os diversos portões pela contra mão até conseguirmos realizar toda a papelada necessária. O medo deve existir sempre, nos mantém com os pés nos chão, e assim seguimos atravessando as barreiras dessa prazerosa missão a bordo de um clássico 1966”, diz Miguel.

Os dois amigos ainda irão passar pelo Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Paraguai. Você pode acompanhar todos os detalhes da viagem na página:
www.facebook.com/bringingcarotenedown

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