Difícil saber se foi arte do destino, mas um encontro, totalmente por acaso, entre Gabriel Woelke, bailarino e fotógrafo, e Rogério Lopes, proprietário de uma produtora em Bauru, está transformando completamente o dia a dia deles.
Os dois estavam trabalhando com a cobertura de um evento na Unesp, o ano passado, quando foram apresentados pela primeira vez. “Quando eu conheci o Gabriel, já sabia um pouco sobre a arte dele e percebi, ali, que a gente precisava fazer alguma coisa”, comentou Rogério.
Pouco tempo depois, veio a ideia: montar um vídeo sobre o dia a dia do artista. Um pouco mais de um mês de trabalho, muitas ideias, companheirismo, criatividade e o resultado não poderia ser melhor. “Uma pessoa até me cumprimentou outro dia pelo texto e disse que se emocionou com o vídeo e que o fez repensar sobre a sua vida. Para mim, o pagamento é esse”, afirma Gabriel.
Nesse bate-papo com o Social Bauru, os dois falaram sobre o projeto e os próximos planos: vem mais coisa boa em breve! Confira:
Como vocês se conheceram?
Gabriel: Então, foi em um evento da Unesp que nós estávamos cobrindo. E eu já conhecia o trabalho do Rogério, então, quando ele me chamou para esse projeto, aceitei na hora! Eu sabia que seria algo realmente bom. E depois que a gente foi se encontrando, a gente começou a ter uma parceria bem maior. A gente foi se conectando nas ideias de uma forma bem legal, foi muito melhor do que eu esperava.
E por que você escolheu o Gabriel para esse trabalho, Rogério?
Rogério: Então, o Gabriel é um artista e se destaca fácil em qualquer situação! Eu já conhecia ele, já tinha ouvido falar por conta do trabalho que ele realiza. E o trabalho dele com fotografia sempre me chamou muito a atenção. Era algo muito diferente de qualquer coisa que eu já tinha visto e, quem busca histórias, fica até incomodado quando conhece alguém como ele. Então, quando eu conheci o Gabriel, já sabia um pouco sobre a arte dele e percebi, ali, que a gente precisava fazer alguma coisa. Logo depois desse dia, já surgiu a ideia de fazer esse filme.
Então a ideia é sua?
Rogério: Sim, a ideia é minha porque eu já tinha a produtora, mas hoje considero que é um trabalho totalmente nosso. Estamos evoluindo juntos. E foi difícil para mim porque eu sabia o potencial dele e eu tinha que fazer com que ficasse muito bom. Sem querer, eu poderia apagar a estrela dele!
Quanto tempo demorou para fazer?
Gabriel: Nossa, foi bem pouco. Eu até comento que o Rogério é um cara muito iluminado porque tem dias que eu acordo bem desanimado com a vida, sabe? Acho que isso é normal com as pessoas, ainda mais artista. A gente pega muita inspiração da tristeza e da solidão e eu não sou diferente. E eu lembro que o Rogério insistia muito, sempre perguntava do projeto para mim, pedia para a gente se reunir e conversar, até que um dia eu aceitei. Pouco tempo depois já começamos a fazer e tudo deve ter durado um mês e meio.
Rogério: E uma coisa que foi muito legal é que, no primeiro dia de filmagem, eu já comecei a fazer a edição. Voltei para a casa superempolgado e comecei a editar tudo o que tínhamos filmado. Aí fiz um teaser de 15 segundos e publiquei. A resposta para esse teaser já foi muito boa e a gente viu que estava dando certo.
E o texto que aparece no vídeo é seu mesmo, Gabriel?
Gabriel: Sim, a gente fez as filmagens em casa e ele disse que precisava ir ao estúdio e depois voltava. Foi aí que eu decidi escrever. Até então, eu só tinha umas ideias soltas na cabeça e não tinha sentado para organizar tudo. Quando ele voltou, depois de uma 1 hora e meia, mais ou menos, eu mostrei o texto. Coloquei naquele papel tudo o que eu estava sentindo na hora. Aí peguei o microfone e gravamos no lado de fora da minha casa. Então foi uma coisa totalmente criada na hora e eu tentei ser o mais poético possível. Ficou uma coisa mais abstrata.
E desde o início você sabia que ia ter que fazer um texto, né?
Gabriel: Sim, eu sabia que em algum momento eu tinha que criar alguma coisa e eu buscava algo que fosse mais abstrato, para emocionar as pessoas. Eu queria falar sobre as coisas que eu sinto e queria que cada um sentisse algo diferente também. E eu até fiquei com medo de as pessoas não entenderem, mas foi ao contrário! Uma pessoa até me cumprimentou outro dia pelo texto e disse que se emocionou com o vídeo e que o fez repensar sobre a sua vida. Ele me disse que, assim como eu falo no vídeo, ele também tem muitos sonhos, planos de realizar muita coisa, e não está indo atrás. E ele disse que o vídeo fez ele pensar sobre essas coisas na vida dele. Poxa, eu nem imaginava que iria conseguir isso! O projeto inicial era mostrar uma arte, a fotografia e tentar ser poético, e acho que conseguimos atingir isso. Para mim, o pagamento é esse.
E falando em sonhos, quais são os seus?
Gabriel: Meu sonho é continuar fazendo o que eu gosto: fotografar, dançar, estar envolvido com arte e poder desenvolver as ideias que vêm à minha mente. Todos os dias eu tenho várias ideias. Acho que não só eu, todas as pessoas. Só que nem sempre a gente consegue realizar. Às vezes nenhuma ideia! Talvez por falta de tempo ou empenho necessário para desenvolver aquilo. E, na minha vida, eu já tive muitos altos e baixos. Então, eu quero poder continuar fazendo tudo o que eu gosto. Mesmo não trabalhando com isso, eu não deixo de fazer o que me dá prazer. Hoje eu trabalho das 8h às 17h e, nesse tempo, ainda consigo fazer alguma foto. Mas eu vejo muita gente que não consegue desenvolver a arte delas. Por que isso? Onde será que está a vontade da pessoa? Problemas e dificuldades todo mundo tem, então não pode se abater por isso. Acredito que o meu papel como artista é me sentir bem porque eu fico feliz com tudo o que eu faço. Se eu fico algum dia sem fazer, já começo a me sentir mal. E o meu papel é expor tudo o que eu faço para mostrar para as pessoas que todo mundo é capaz.
E já tem um novo projeto para gravar os próximos vídeos?
Rogério: Sim e vai ser logo. Vamos gravar esse próximo mostrando mais o dia a dia do Gabriel. Vai seguir a mesma linha, mas será diferente. E vamos ter um terceiro… ainda não pensamos em um número exato de filmes, mas acho que o terceiro terá também.
Gabriel: Eu acho que de cinco filmes não passa. Até porque a gente tem vontade fazer outras coisas. Então a gente vai continuar trabalhando com arte, fotografia e vídeo. Acho que o legal é produzir esses próximos, esses dois que estamos planejando, e depois vamos ver no que vai dar.