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Foto: Divulgação/Ricardo Borgo

Viajar é sempre caro, não é? Nem sempre! Com muita pesquisa e programação, Ricardo Borgo conseguiu fazer a sua primeira viagem internacional gastando bem pouco.

“Eu acho que a questão é pesquisar tudo sobre o destino que você quer ir. Para onde quer que você vá, existem opções para todos os bolsos e gostos. E hoje em dia, é muito mais tranquilo fazer uma viagem barata. Nós temos várias ferramentas que podem ajudar a programar uma viagem bacana como o Skyscanner, o Booking e o Tripadvisor. Dá trabalho checar todos os detalhes, mas no fim das contas vale a pena!”, afirma.

Nessa entrevista, o advogado dá mais dicas e conta detalhes do Deserto do Atacama e Santiago, locais que conheceu no Chile. Confira:

Quais as cidades que você visitou?
Ricardo: Desde o começo, o foco da viagem ao Chile era conhecer o Deserto de Atacama. Mas a ideia também era mesclar dois extremos: o deserto mais seco do mundo com a capital do Chile. Então, começamos (Ricardo viajou com um amigo) por San Pedro de Atacama e depois ficamos alguns dias em Santiago, antes de voltar ao Brasil.

Vocês ficaram quanto tempo em cada lugar?
Ricardo: Saímos do Brasil cedo no dia 27 de abril, mas só chegamos em San Pedro às 23h30. Então, nesse dia só deu tempo de desfazer a mala e dormir! (risos) Mas, no total, foram quatro dias no Deserto do Atacama, antes de embarcar para Santiago e ficar mais três dias por lá.

Onde se hospedaram?
Ricardo: No deserto, até procurei por hotéis, mas eles têm uma estrutura de resort e as diárias são absurdas. Como o foco da viagem era os passeios locais e não uma hospedagem mais chique, comecei a pesquisar por hostels no Booking. Lá existem várias opções muito boas. O nosso critério era escolher algum que incluísse café da manhã, wi-fi e que fosse próximo ao centro. Em San Pedro fiz a reserva com o Atacama North e em Santiago optei por ficar no Kombi Hostel, no Bellavista, o bairro bôemio da cidade.

E o que achou desses lugares? As hospedagens foram boas?
Ricardo: Eu gostei muito do Atacama North e como ele é administrado por uma família, tinha um clima bem tranquilo e sossegado. E isso foi primordial nos dias em que os passeios saíram de madrugada, pois pudemos descansar bem para enfrentarmos uma altitude de mais 4.000 metro acima do nível do mar! (risos). Os quartos eram limpos todos os dias e a roupa de cama trocada sempre; as áreas comuns também estavam sempre limpas e o café da manhã era muito bem servido. Um serviço legal que eles tinham era o aluguel de bikes, para quem quisesse se aventurar aos arredores da cidade no deserto. Já no Kombi Hostel, em Santiago, era muito diferente. O clima por lá era de agitação, de festa mesmo. Tinham vários gringos hospedados que ficavam jogando sinuca até altas horas. O lado bom é que deu para treinar um pouquinho de inglês! (risos). A hospedagem por lá foi boa, mas não me impressionou tanto quanto o hostel no deserto. Os hostels tinham diárias a partir de 70 reais, dependendo do quarto escolhido – individual, misto, com banheiro privativo ou compartilhado. Se uma pessoa for com vários amigos, o valor pode ficar mais barato, ao pegar um quarto com mais camas. Eles também possuíam cozinhas que podiam ser usadas por todos. Assim, é possível economizar e fazer seu almoço ou jantar.

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Foto: Divulgação/Ricardo Borgo

O que vocês fizeram em cada cidade?
Ricardo: No Atacama, existe uma infinidade de passeios que você pode optar. É possível montar um pacote de acordo com seu critério, por isso, o preço varia de pessoa para pessoa. Lá é bem tranquilo para negociar e eles estão dispostos a oferecer descontos se você fechar todos os passeios com a mesma agência. Fechei os meus com uma que já havia trocado e-mails daqui do Brasil, a Incanorth Tours, que me passou bastante segurança. O pacote que montei saiu por 68 mil pesos (com desconto) ou algo em torno de 340 reais. O valor é bem barato para cinco passeios, levando em consideração que eles te levam a lugares bem diferentes. Eles ocupam grande parte do seu dia; uma média de 6 a 8h, mas incluem café da manhã ou lanche. Há também o valor das entradas – como são áreas de preservação você deve pagar para entrar-, que variam de 10 a 25 reais, dependendo do passeio.

E quanto você gastou no total com a viagem?
Ricardo: Santiago fica mais de 1.000 km de distância de San Pedro de Atacama. Para chegar ao deserto, existem duas opções principais: ônibus ou avião. A viagem de ônibus até San Pedro dura mais de 24h e tem um custo médio de 350 reais (ida e volta). Indo de avião, é possível comprar um voo doméstico com a LAN Chilena ou a SKY Airlines por um preço de 400 reais até a cidade de Calama e de lá pegar um transfer até San Pedro por 50 reais (ida). Pela praticidade, optei ir de avião. Então, com alimentação, tive um gasto médio aproximado de 60 reais por dia.

Quem está programando e não tem muito dinheiro, o que deve levar em conta?
Ricardo: Acho que o ponto mais importante de qualquer viagem de férias é o planejamento. Fazer uma reserva mensal do salário para gastos com alimentação, passagens, além de reservar a hospedagem com antecedência. Tudo isso já garante uma boa economia no valor final.

E essa foi a primeira vez que você saiu do país, certo? Qual a sensação? A viagem te mudou de alguma forma?
Ricardo: Sim, foi a primeira vez e a viagem nem estava programada para acontecer agora, mas foi simplesmente incrível. Pode parecer clichê, mas esse contato direto com a natureza no deserto realmente te faz pensar em diversas coisas. Você vê o poder dos vulcões por todos os lados (alguns até soltando fumaça), paisagens exuberantes, animais livres em seu habitat natural, mas o que realmente me impressionou foi o respeito das pessoas com as áreas de preservação. Conhecemos também povoados, como o ‘Pueblo de Machuca’, que mantém sua cultura tradicional praticamente sem interferência do mundo exterior e vivem a vida da forma mais simples possível. Foi uma viagem para contemplar e, como eu gosto de fotografia, foi um prato cheio!

E você já está pensando na próxima?
Ricardo: Claro! Já estou pensando em outros destinos, como América do Sul ou Estados Unidos – vamos ver se o dólar colabora! (risos). Quero tentar mesclar natureza e ambiente urbano novamente.

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Foto: Divulgação/Ricardo Borgo

Saiba mais detalhes sobre as opções de passeios no Deserto do Atacama e em Santiago:

Valle de La Luna: O lugar leva esse nome por lembrar o solo lunar. A NASA, inclusive, já testou robôs por lá. É o mais clássico do Atacama. Você passa por cordilheiras de sal, dunas, cavernas de sal, precipícios e pode observar o pôr do sol mais lindo de todos no mirante da pedra do coiote. (Preço médio: 8mil pesos + 3mil pesos de entrada)

Lagunas Altiplânicas e Salar de Atacama: o passeio começou no povoado de Socaire, onde tomamos nosso café da manhã em um restaurante. Depois seguimos para conhecer as lagoas Miscanti e Meñiques, que estão na base de um vulcão a mais de 4.000m de altitude. A paisagem ali é incrível! A segunda parada é no Salar de Atacama, o segundo maior salar do planeta, onde está localizada a Laguna Chaxa – parque nacional dos flamingos. Na volta ainda paramos para conhecer o vilarejo de Toconao. (Preço médio: 28mil pesos + 5mil pesos de entrada – incluí café da manhã)

Petroglifos e Valle del Arcoiris: Começamos conhecendo os petrogriflos com idade de até 11.000 anos, onde é possível observar imagens de lhamas, vicunhas e até humanos desenhados nas rochas. Depois seguimos ao Valle del Arcoiris, onde as rochas têm formação e cores diferentes. (Preço médio: 20mil pesos + 2mil pesos de entrada – inclui lanche)

Geiser el Tatio: O passeio começa às 4h da manhã saindo do hostel e sobe a mais 4.300m de altitude. É o terceiro maior parque geotérmico do planeta. Os Gêiseres de Tatio são formados quando rios gelados subterrâneos entram em contato com as rochas quentes do vulcão, o que faz com que a água atinja a temperatura de quase 80°C e jorre pela superfície! Na volta a San Pedro, passamos pelo povoado ‘Pueblo de Machuca’, onde é possível experimentar churrasquinho de lhama. (Preço médio: 18mil pesos + 5mil pesos de entrada – inclui café da manhã)

Laguna Escondida – são lagoas no meio do deserto onde a água tem três vezes mais concentração de sal do que o mar morto e é impossível afundar nelas. A água é muito gelada, mas a experiência de boiar sem esforço é bem diferente! (Preço médio: 18mil pesos + 5mil pesos de entrada – inclui lanche)

“Em Santiago fiz um walking tour pelos principais pontos turísticos no centro da cidade, como o Museu Bellas Artes, Cerro Santa Lucía, as Ruas Paris e Londres que te levam a um pedacinho da Europa dentro de Santiago, o Palácio de La Moneda e o seu Centro Cultural, a Plaza de Armas e o Cerro San Cristobal que tem uma vista incrível da cidade com a Cordilheira dos Andes ao fundo. Ou seja, em Santiago meu custo com os passeios foi praticamente zero. O único gasto foi para subir no Cerro San Cristobal (é impossível subir a pé, só se você tiver muito tempo livre), onde paguei 2 mil pesos (R$ 10,00)”, revela.

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