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Hoje, Davi Alexander tem 24 tatuagens

Além de ter que conviver com o desenho para o resto da vida, decidir fazer a primeira tatuagem implica também em enfrentar alguns desafios no meio do caminho. O Social Bauru entrevistou nove moradores da cidade, que relembraram quando fizeram a primeira tatuagem e ainda comentaram algumas situações de preconceito que já enfrentaram, como ter que cobrir as tatuagens, aguentar várias pessoas olhando e até ouvir que gosta de chamar a atenção! Confira os depoimentos:

Davi Alexander

“Eu fiz a minha primeira tatuagem aos 18 anos. Fiz uma âncora, no antebraço, pois eu tinha acabado de perder minha mãe. Fiz esta tatuagem porque a âncora significa ‘segurança’. Mesmo assim, tive preconceito na família, minha avó, por exemplo, ficou chocada quando eu fiz a minha segunda tatuagem. Mas no trabalho nunca tive preconceito, pois sempre trabalhei com arte, moda e vendas. Atualmente, sou barbeiro, estou cursando meu segundo curso e as minhas tatuagens, ao invés de atrapalharem, me ajudam, pois tornaram-se referência. Mas acho que as pessoas têm muito o que aprender ainda. Não digo só sobre tatuagem, falo de um modo geral: algumas pessoas são muito conservadoras. Tudo tem um lado bom e ruim, então cabe a você querer enxergar um dos lados.”

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Eveline Jacob
“Eu demorei um pouco para fazer a primeira tatuagem – fiz só com 20 anos – pois queria um estúdio bacana e um desenho que tivesse totalmente a ver comigo. Eu não encontrei resistência de amigos ou da minha mãe, que inclusive foi me acompanhar, mas o resto da família não viu com bons olhos. No meu trabalho atual nunca sofri preconceito, mas na época que fiz a primeira, eu trabalhava em uma lanchonete e ouvi que aquilo desagradaria a proprietária do local. Também já ouvi que não ia conseguir casar; que não gosto do meu corpo e por isso o tatuo; já ouvi até de um psicólogo que ajo assim porque eu quero chamar atenção. Algumas pessoas já me falaram que isso não é arte e sim um trabalho de machucar as pessoas. Já até me perguntaram se eu gosto de machucar as pessoas! (risos). Mas o mais chato são aqueles que começam a pegar em mim porque querem ver o desenho. Eu me sinto mal porque é uma invasão de espaço. Eu não saio analisando e tocando em ninguém, então porque eles fazem isso? (risos). Mas as descriminações mais declaradas foram dentro da minha própria família ou com pessoas mais próximas. Mulheres em geral tendem a aceitar mais o novo, já os homens, principalmente os mais velhos, têm mais dificuldade em aceitar o que é diferente. Hoje em dia mudou bastante e ainda está mudando. Acredito que um dia ninguém irá definir o caráter pelas tatuagens.”

Foto: João Vicente Araújo
Foto: João Vicente Araújo

Guilherme Ferrarezi
“Eu fiz a minha primeira tatuagem com 17 anos e foi uma carpa no peito. Na ocasião, não encontrei resistência na minha família, somente algumas exigências por parte do meu pai. Ele não queria que fizesse a tatuagem em algum lugar muito visível para não ter problemas em arrumar emprego na época. Hoje, eu já tenho 13 tatuagens e nunca tive problemas com isso. Só tinha que cobrir as tatuagens devido às regras de conduta da empresa que eu trabalhava. E até hoje as pessoas ficam olhando. Geralmente, percebo que as pessoas viram a cabeça pra tentar enxergar os desenhos ou ficam comentando entre elas. Acredito que a visão das pessoas mudou bastante em relação à tatuagem. Hoje em dia, vejo que a maioria olham bem interessadas, gostam de perguntar, até pessoas mais velhas mostram bastante interesse.”

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Mayara Benazio
“A minha primeira tatuagem foi feita quando tinha 16 anos. Fiz três estrelinhas atrás da orelha. Hoje, tenho sete tatuagens e confesso que a minha família ainda me critica por isso. No trabalho, eu já sofri preconceitos e percebo que as pessoas me olham diferente, como se isso fosse mudar alguma coisa. Hoje em dia, o mundo está mais ‘moderno’, em relação há 20 e poucos anos… Mas mesmo assim, a sociedade é muito rígida quando se trata disso. O preconceito existe sim. A própria pessoa tem que se acostumar e saber levar, porque tatuagem também é um estilo de vida!”

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Eduardo Trombini
“A primeira tatuagem eu fiz ainda menor de idade e escrevi ‘Amour’ (Amor em francês) no pulso direito. Uma tatuagem bem pequena e com bastante significado para mim, pois fiz em homenagem à minha família! Sendo assim, não houve nenhum tipo de resistência em relação a isso. Como eu sou de uma área relacionada a criação, nunca sofri nenhum tipo de preconceito. E como boa parte das minhas tatuagens são desenhadas por mim, carrego uma parte do meu portfólio na pele! (risos). Mas atrair olhares é bem comum, por ainda ser algo diferente. Algumas pessoas mais antigas ou de determinadas profissões ainda discriminam, por terem uma ideia atrasada em relação a isso. O que é uma baita hipocrisia, porque tatuagem não muda o caráter da pessoa! Percebo que algumas pessoas ainda olham torto, mas uma outra parte entende e respeita. Afinal, não sou diferente de ninguém por ter tatuagens, nem melhor e nem pior!”

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Victor Vicente
“A minha primeira tatuagem foi aos 18 anos, um desenho ‘old school’ com rosas, microfone e uma ferradura. Minha família sempre foi contra, mas com o tempo foram aceitando e vendo que eu me sentia bem com minhas tatuagens, já os amigos sempre apoiaram a fazer e gostam bastante. Eu nunca tive nenhum problema em relação ao trabalho, mas uma vez estava em uma loja aqui em Bauru, vendo os produtos com a minha família, e os seguranças começaram a me seguir dentro do estabelecimento. Foi muito constrangedor e minha mãe ficou chocada com a atitude do lugar. Nunca mais voltamos à loja. Apesar desta situação, sinto que as pessoas estão bem mais abertas e o preconceito está diminuindo. As pessoas estão vendo como uma arte e isso é ótimo!”

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Mariana Astolfi
“A minha primeira tatuagem foi aos 16 anos e hoje já tenho 12 tatuagens pelo corpo. Eu não encontrei resistência nem da minha família e nem por parte dos amigos. Pelo contrário, só recebo elogios. Acredito que hoje em dia esse assunto está sendo tratado de forma mais liberal. Claro que em certas áreas de trabalho não é autorizado, mas hoje as pessoas vêem a tatuagem como uma arte.”

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Filipe Okano
“Acho que nunca sofri um preconceito, até porque, no meio que convivo, tatuagem é mais do que normal. Teve uma estranheza por parte de família, claro, mas isso foi coisa passageira. Hoje em dia, eles nem se importam, não acham bom nem ruim, apenas respeitam. Por parte de amigos, não tive preconceito também. Algumas pessoas me perguntam o significado de cada uma e eu acho legal poder explicar. Adoro essa arte e é um vício: depois da primeira, você faz as outras! (risos). Eu, por exemplo, já estou pensando na próxima!”

Foto: Gabriel Woelke
Foto: Gabriel Woelke

Camila Contrera
“Fiz minha primeira tatuagem aos 12 anos de idade. Sim, foi um pouco cedo mas sempre tive uma grande influência do meu pai. Hoje com 26 anos, eu tenho 20 tatuagens. No trabalho acredito que pela área de atuação (Publicidade e Propaganda) nunca sofri nenhum tipo de preconceito, muito pelo contrário, acredito que as tatuagens tenham até me ajudado de alguma maneira. Mas acho que as situações mais constrangedoras ficam sendo os olhares de algumas pessoas dependendo de onde eu estou. Uma vez, estava com a minha avó no shopping e ela entrou em uma loja e eu fiquei do lado de fora. Quando eu entrei na loja, minha avó estava super sem graça. Na hora não entendi o porquê, mas depois ela me contou que a mulher estava comentado das minhas tatuagens, enquanto eu não tinha entrado. O mais legal foi como minha vó se posicionou falando para mulher: ‘ela é minha neta’. Tenho tatuagem há algum tempo e hoje em dia acredito que as pessoas estão bem mais abertas do que antes. Pode ser até que não gostem, porém respeitam e guardam suas opiniões para elas. Mas sempre tem gente que fala: ‘mas você não vai se arrepender?’ O ideal é ser sempre educada. A educação supera qualquer preconceito.”

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