foto bauru
 

Uns podem chamar de trabalho, hobby, arte ou poesia. Mas para a bauruense Nádia Maria, a fotografia se resume à uma única palavra: amor. Apaixonada pelo que faz, Nádia sempre soube que trabalharia com fotos, desde aos sete anos de idade, quando montava cenários e fotografava suas bonecas.

O tempo passou, o cenário e os personagens mudaram – as bonecas deram lugar para outras pessoas, situações e histórias – mas o amor continuou o mesmo. E quem percebeu exatamente isso foi a renomada publicação National Geographic, revista cuja primeira publicação foi feita em 1888.

Vencedora, algumas vezes, da ‘Foto do Dia’ e na categoria ‘Melhor Foto do Mês’, Nádia comentou sobre o seu início e deu algumas dicas para quem quer seguir o mesmo caminho que ela e viver da fotografia. “Observe o que determinada imagem significa para você, também para construir uma identidade, uma linguagem na fotografia e não seguir por um caminho sem que ele comece dentro de você. E o principal, que eu acho que é o amor”.

Confira a entrevista e o trabalho apaixonante – e apaixonado – da fotógrafa bauruense.

Há quanto tempo você é fotógrafa?
Nádia: Eu comecei a fotografar aos sete anos de idade. Comecei fotografando minhas bonecas, montando cenários com elas. Sempre fui apaixonada por fotografia. Quando terminei o colegial, cursei fotografia pelo Senac. Nunca pensei em fazer outra coisa que não isso.

E quando viu que isso ia ser a sua profissão? Recebeu apoio da família?
Nádia: Na verdade, nunca me interessei por nada que não fosse fotografia. Minha família acabou se envolvendo nisso também, por ser o que eu realmente me dedicava e tinha amor em fazer…

Lembra quando ganhou a primeira máquina?
Nádia: A minha primeira câmera, na verdade, era do meu pai. Eu tomei posse dela! (risos). Assim como as câmeras seguintes, eu sempre peguei para mim todas as câmeras da minha família. Mas foi só quando comecei a cursar Fotografia que ganhei a minha primeira câmera mesmo. Tenho todas e uso até hoje. Nunca me desfaço de nenhum equipamento.

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E como a publicação National Geographic descobriu o seu trabalho?
Nádia: Eu ganhei algumas vezes como ‘Foto do Dia’ e também ‘Melhor do Mês na National Geographic aqui do Brasil. Depois disso, eu fui convidada a participar da comunidade do YourShot, na National Geographic (USA), e lá eu tive uma foto premiada entre as 12 melhores do mês (Daily Dozen). Foi a primeira imagem que enviei, então me motivou a participar com mais frequência. Foi uma alegria, sem duvida, eu sempre fui fã da National Geographic, admiro demais toda a equipe de fotógrafos deles, sou leitora da revista há muitos anos, acompanho, para mim tem muito valor receber isso.

Como você define o seu trabalho? O que gosta de fotografar?
Nádia: Eu gosto de fotografar o que eu sinto e, de alguma maneira, transformar isso em imagem. Por isso eu sempre me apego à poesia. Eu sempre fui uma pessoa muito fechada e a fotografia me permite essa comunicação, escrever de alguma maneira o que eu sinto necessidade de falar, de transmitir ou expor às vezes. O meu trabalho faz parte da minha vida, de tudo que me acontece. É como um diário, mas escrito de outra forma.

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Atualmente você trabalha em Bauru?
Nádia: Eu vivo e trabalho em Bauru. A minha rotina hoje é um pouco mais corrida. Eu tenho três filhos – um de cinco anos, um de quase quatro e uma pequena de um aninho. Então, na maior parte do tempo, minha vida é dedicada a eles. Eu costumo trabalhar, desenvolver minhas séries e outras coisas, durante a madrugada, depois que eles dormem. É quando deixo fluir melhor minha inspiração, ou estudo, pratico, então eu sempre anoto ou desenho tudo em um caderno e fotografo nos finais de semana, geralmente aos domingos… Quando não dá, fotografo oportunidades que surgem no dia a dia mesmo.

O que te inspira? Tudo pode virar uma boa foto?
Nádia: Se você souber olhar, sentir, tudo. vira uma boa foto A minha inspiração surge naturalmente, não é uma coisa que eu consigo buscar ou atingir quando quero… Às vezes um livro, uma música, um momento durante o dia. Mas geralmente ela vem depois de muita reflexão e observação, sobre o que eu estiver vivenciando… é como uma conclusão, o final de um capitulo.

Para quem tem o sonho de seguir o mesmo caminho que você, o que você pode indicar?
Nádia: Se aprofundar na fotografia, além da técnica, mas acima de tudo praticar, criar uma relação com o equipamento mesmo, brincar com ele, experimentar. A fotografia analógica eu acho que é o melhor começo. Eu comecei com ela, uso muito ainda, e eu acredito que a analógica nos ajuda a criar melhor o pensamento, a decisão, até mesmo pelo limite do filme, por não sair fotografando tudo que vemos e já checar imediatamente, apagar… Você analisa melhor com o passar do tempo, e é uma coisa que eu carrego até hoje para a digital. Prestar atenção no que o seu olhar se prende, o que te atrai, o que faz com que você goste de determinado trabalho. Observe o que determinada imagem significa para você, também para construir uma identidade, uma linguagem na fotografia e não seguir por um caminho sem que ele comece dentro de você. E o principal, que eu acho que é o amor.

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