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Sim para a vida; sim para a música. É essa a ideia que o músico Josiel Rusmont deseja passar para o seu público com o mais recentemente trabalho: (des)Construindo as canções, disponível a partir desta quinta-feira (19), nas plataformas Deezer, Spotify, GooglePlay e Itunes.

“Para este disco, eu ouvi muitas coisas, mas as raízes são do folk. Ouvi algumas coisas muito interessantes sobre afinações alternativas, mas ainda estou aprendendo. Mas minha principal inspiração com certeza foi o olhar, observar muitas coisas do cotidiano e tentar trazer para dentro desse universo musical, essas fotografias, essas histórias”, afirma.

Ele, que nasceu na Bahia e veio para Bauru com 13 anos por causa de seus pais que eram educadores, teve o primeiro contato com a música ao conhecer um violonista que o inspirou. “Eu fiquei impressionado! Eu adorava ficar ouvindo-o tocar e foi aí que eu comecei a aprender tocar o violão”, conta. Depois de fazer aulas para se aprimorar no instrumento, o músico integrou alguns projetos e abriu shows de bandas consagradas como Ultraje a Rigor e Los Hermanos, até o momento em que quis seguir o próprio caminho.

O Social Bauru conversou com o músico para saber os detalhes deste trabalho, o show de lançamento que vai acontecer no Sesc dia 2 de dezembro e muito mais sobre essa nova fase, o mais sobre este momento de ‘sim’.

“Este trabalho iria se chama Só o sim, para retratar um pouco essa ideia de sim para vida. Embora seja, também, feita de nãos, a vida precisa dessa certeza para se consolidar algo”.

Confira:

Há quanto tempo você estava trabalhando no (des)Construindo as canções?
Josiel: As composições vieram de épocas diferentes, mas o disco mesmo demorou pouco tempo para ficar pronto. Estava tudo bem maduro. Eu já sabia quem queria para o trabalho, amigos já de tempos. Fernando Lima no baixo e Adriel Felipe na bateria. E convidei o produtor e pianista Rogério Plaza para assinar comigo esse disco.
Durante todo o processo das composições, eu me reencontrei dentro de uma formato diferente de tocar. Com afinações alternativas e, para isso, desconstruí a minha maneira de pensar musicalmente. Porque, quando se muda a afinação, todos os acordes mudam de desenho! (risos). Daí a (des)construção para construir algo novo.

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Na sua opinião, qual o diferencial dele em relação aos outros trabalhos?
Josiel: O disco está mais maduro. No meu disco anterior, haviam muitos instrumentos. Por exemplo, nesse disco, fizemos em quatro pessoas basicamente. Tentando ser objetivos e certeiros nos arranjos. Inclusive, gravamos quase tudo ao vivo, em ‘real time’, para deixar isso bem registrado, tentar levar esse sentimento adiante. É uma experiência muito boa.

São só músicas de sua autoria? E como foram essas composições?
Josiel: Todas são de minha autoria. Elas, em sua maioria, são retratos sonoros de algum acontecimento. A primeira faixa Três Céus deu-se porque, certa vez, estava envolvido em pensamentos do dia a dia, sentado a mesa, de frente ao computador. E meu filho veio correndo, só de cueca, dizendo: ‘Pai, pai, vem aqui fora! Corre, corre!’- Ele tem apenas cinco anos. De primeiro momento não quis ir, fiquei tentando fazê-lo mudar de ideia, dizendo que eu estava ocupado. Mas ele foi insistente, por fim, fui ver o que tanto ele queria mostrar. Ele apontou para o céu e disse: ‘Olha papai, tem três céus no mesmo céu’. E de fato, haviam ali três divisões: um céu azul sob nossas cabeças, uma chuva muito forte vindo do outro lado, uma chuva dessas repentinas, pós-calor, com umas nuvens brancas pontilhando o outro horizonte. Naquele instante, senti, vi, percebi o resgate que ele estava me oferecendo, me tirando do meu pequeno universo do cotidiano e me oferecendo um convite maravilhoso para saber o quanto somos pequenos diante desse universo inteiro. Esta faixa é uma das minhas favoritas. Usa bastante tambores, uma coisa mais cinematográfica, com um violão com afinação em Eb9 (Mi bemol nona) que foi uma sonoridade totalmente buscada para dar exatamente a impressão de dimensão. Já a segunda faixa Prata nos cabelos traz um pouco da percepção do tempo, olhando o pratear do cabelo de quem se ama. De quem quer ter por perto sempre. Ela tem uma pitada muito setentista no som. É a única música no disco que tem guitarra. Fui selecionado para participar do festival ‘Fampop’ desse ano com essa canção. A terceira faixa Sementes para um dia D é uma canção da qual houve uma pesquisa sonora. Ouvi uns discos de uma coleção chamada ‘Música mundial’, da antiga Editora Abril. Registros da década de 60 de vários países. E me peguei no disco da África, onde não havia harmonias, apenas instrumentos percussivos e linhas melódicas, quase um dialeto. Isso me inspirou bastante na levada de bateria, onde o genial Adriel Felipe fez com que soasse tão bem em sua bateria. E pensei bastante nessa questão de um refrão onde não houvesse letra, e sim um coro de uma melodia. Para isso, convidei vários cantores e amigos para somarem nessa questão. É uma música que fala de esperança.

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E as outras?
Josiel: A quarta faixa Ainda bem que somos reais, eu diria que é a canção mais pop do disco. A quinta faixa Entenda relembra uma história minha. Quando eu era criança, minha mãe, na verdade, meus pais e meus padrinhos, forravam o chão com esteira de palha, e colocava o colchão, que era bem fino em cima, a fim de que o frio fosse um pouco isolado. ‘Para não tomar friagem’, diziam eles. Letra que rebusca um pouco dessa memórias. Desse cuidado, dessa lição que acabo levando comigo todo o tempo. É uma das canções mais folks do disco, com levada bem característica. Afinação também aberta, e com um tema de piano criado pelo Rogério Plaza, que ficou maravilhoso. A sexta Faixa Seus olhos, é uma musica onde quis misturar o som folk, com uma afinação também alternativa, mas com o groove de um pop dos anos 70. A sétima faixa Na terra do nunca é uma canção lúdica, que tenta nos levar a criança que há dentro em nós. A oitava faixa Vem morar comigo tem uma pulsação muito marcante. Uma homenagem a todos os casais, todos mesmo, que resolveram juntar suas escovas. É uma canção de amor. Inclusive, essa canção terá vídeo clipe, que será lançado no dia 26 novembro, às 21h no Capela Club. A nona faixa chama-se Sim, é uma canção do sim. A todos que disseram sim; que resolveram seguir sem medo de alguma forma. Nessa canção, tem a participação especial da cantora Juliana Neves. Décima faixa Odisséia de um violeiro é uma história de um cara que herda do pai uma viola e tenta viver em uma metrópole. Com ela, fui selecionado, também esse ano para o festival ‘Botucanto’. Décima primeira Olhou e se lembrou é sobre um post de uma amiga que eu me emocionei. A mãe estava com Alzheimer e ela ia visitá-la todos os dias, depois do serviço. Mas a mãe, ali ausente todos os dias… Até que um dia, quando ela entrou no quarto, sua mãe a reconheceu, por alguns minutos, segurou sua mão, dizendo que estava com saudades. Aquele instante de lucidez, de tê-la naquele instante… algo lindo. Precisa escrever sobre esse reencontro. A décima segunda Eu vou pegar a caneta – Tenho a impressão… não, na verdade, eu tenho a certeza de que quando não havia internet, a saudade era mais intensa. Era aquela vontade de escrever, de ver logo. Esse caminho virtual parece deixar tudo mais próximo. Mas também acaba ajudando a distanciar o coração.

Em nossa última conversa, você comentou “Quando eu canto uma música minha, eu sinto que estou dividindo com o público um pouco da minha trajetória e fico muito feliz em saber que o pessoal está se identificando”. O sentimento continua o mesmo?
Josiel: Acho que nesse disco, essa certeza ainda é maior. Ele está cheio de histórias, não só minhas, mas de muita gente que irá se achar nelas de alguma forma. Ao menos espero! (risos).

E vai ter um evento de lançamento no Sesc, é isso?
Josiel: Vai ter sim. Dia 2 de dezembro, na área de convivência do SESC, a partir das 21h. O show será gratuito.

Se pudesse resumir este trabalho em uma palavra, qual seria?
Josiel: Sim.

Para conhecer melhor o novo trabalho de Josiel, acesse:
Deezer: http://bit.ly/1NExnOu

Spotify: http://spoti.fi/1PAVGTD

GooglePlay: http://bit.ly/1NcOIUl
No Itunes, procure por Josiel Rusmont

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