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Nada como conhecer o Projeto Formiguinha a partir do olhar de João Vitor, Anthony e Jefferson – três meninos que estão vendo a vida mudar por conta do projeto bauruense. O Social Bauru conversou com esses jovens da Pousada da Esperança para saber em detalhes sobre a rotina e de que forma esta iniciativa é tão importante para eles e tantos outros jovens da periferia da cidade. Confira:

Há quanto tempo você está aqui, João Vitor?
João: Estou aqui desde os sete anos. Aqui eu aprendi sobre as drogas, faço aquecimento corporal, outras atividades, comemos e ainda aprendi sobre escovação. Eu também participo do projeto de jovem educador: alguns participantes são responsáveis pela higiene dos alunos menores, outros cuidam do refeitório e do tempo livre das crianças. Todos os dias temos tarefas.

Quando vocês vêm ao projeto?
João: Os encontros aqui acontecem de segunda a sexta e, às vezes, temos algo aos finais de semana.

E vocês estão aqui há bastante tempo?
João: Eu estou desde o começo. O Projeto Formiguinha começou com um grupo de futebol, mantido por um homem que queria tirar os jovens da rua. Depois de um tempo, ele pediu doações para conseguir este projeto que temos hoje.
Jefferson: Tem alguns meninos que são dessa época… hoje estão com 18, 19 anos e começaram no projeto ainda criança.

Vocês vêem muitas crianças começarem o projeto e depois desistir?
João: Não, só quando os pais tiram para a criança trabalhar. Tem muita gente que não vê o valor do projeto, mas nós vemos. Nós sabemos o quanto aprendemos aqui. Inclusive, se a gente ouve alguém criticando quem participa, nós sempre o convidamos. Nós queremos que mais pessoas conheçam o valor dele. Uma vez, um menino falou assim para mim: ‘ah, vai lá pro seu projeto que você ganha mais!’ e eu respondi: ‘eu ganho mesmo! Por que você não vai um dia para conhecer?’.
Jefferson: Alguns amigos criticam porque eu venho aqui até de sábado e domingo, mas eu adoro. Eu acho muito bom!

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Vocês faltam bastante no projeto?
João: Não, a gente não pode faltar. Até pode, mas tem que ter alguma justificativa.
Anthony: Eles também acompanham o nosso boletim e as faltas na escola.
João: Tem um menino que foi expulso duas vezes da escola e o projeto ajudou muito. Até nós, que somos ‘jovens educadores’ conversamos com ele e com a escola. Estamos fazendo a nossa parte.

O projeto tem algum custo para vocês?
João: Não, nenhum.
Anthony: Ele é um projeto social.
João: Como ele vive de doações, às vezes até a gente doa alguma coisa também. Minha mãe já mandou um pacote de arroz para ajudar na nossa alimentação. Quando tem que doar alguma coisa, a gente sempre ajuda. Também temos algumas empresas que patrocinam as nossas atividades aqui.

O que vocês mais sentem falta aqui no projeto?
João: Acho que mais visitas. Essa semana vai vir um cara ensinar desenho para gente e estamos muito felizes com isso. Semana passada teve um fisioterapeuta que passou alguns exercícios também.
Jefferson: Muita gente não conhece o projeto e seria muito bom se mais pessoas viessem aqui conhecer e conversar com a gente igual você está fazendo agora. Para mim, isso é o que mais falta.

E o que vocês querem ser quando crescer?
João: Eu quero ser designer ou engenheiro!

Saiba mais
Atualmente, o projeto é coordenado por Fabiane Regina, gestora do projeto, que está à frente das atividades há dois anos. “Antigamente, o projeto era somente um local para os pais deixarem os filhos, mas hoje temos uma proposta diferenciada e o nosso maior objetivo é trazer mais oportunidade para essas crianças”, afirma. Desde o começo de seu trabalho, Fabiane sempre se preocupou em dar autonomia para as crianças e para que cada uma entenda que é dono do projeto. “Queremos que eles levem os aprendizados para a vida; que queiram sempre o melhor, inclusive tenham a ambição de fazer faculdade. A visita de tantos profissionais aqui é importante porque eles conhecem outras realidades e começam a sonhar mais também. Antigamente, todos sonhavam em ser jogadores de futebol, mas hoje eles sabem que podem ser outras coisas”, diz.

Os interessados em ajudar o projeto, podem entrar em contato no telefone 3237-3106 ou pelo site projetoformiguinha.tumblr.com. A sede do local fica na Rua Flávio Antonio Gonçalves, 1-85, Pousada da Esperança.
Para saber mais, acesse: www.facebook.com/projetoformiguinha/

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