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Com seis anos de idade, Guilherme Godoy já sabia que o queria fazer para o resto da vida. Cedo, não? Mas a certeza deste sonho só ajudou o bauruense durante sua trajetória. E ainda bem que ele não teve dúvidas sobre qual caminho seguir: hoje, o multifacetado já teve curtas premiados em festivais consagrados e não para de produzir e ‘dar voo’ aos seus sonhos. O Social Bauru bateu um papo com o produtor para saber mais detalhes sobre seus projetos. Confira:

Como surgiu o seu interesse por animação? Quando era criança, já sonhava em fazer isso na vida adulta?
Guilherme: Eu sempre gostei de assistir a filmes de animação, dessa ideia de criar um mundo novo do nada ou do quase nada. Quando eu era criança, cerca de seis ou sete anos de idade, eu mal via a hora de ter o meu primeiro computador para fazer algo do tipo – criar essas coisas como eu via na TV – então eu estabeleci essa meta para mim: eu iria aprender um pouco sobre esse universo fazendo experimentações nos programas de modelagem e começaria a produzir o que eu queria. No início, a animação era um hobby para mim, uma diversão, e depois fui tomando consciência do que eu poderia fazer e conseguir com ela.

Qual foi o primeiro que você produziu? Como foi o projeto?
Guilherme: A primeira animação que eu produzi foi uma animação digital no Blender 3D, quando eu tinha 13 anos. Era sobre um tomate com olhos, braços e pernas andando, algo bastante simples. Comecei sem uma ideia estabelecida, talvez a figura de um homem cartoon, redondo. Eu me lembro que fiquei procurando algumas vídeo-aulas na internet e isso me ajudou bastante. Logo, notei que o que eu estava desenvolvendo ali se parecia mais com uma maçã ou com um tomate, então fiz algumas alterações para que assim ele se parecesse; também coloquei as estruturas que eu precisava para fazê-lo se mover e fiz o personagem andar, o que ainda me deu bastante trabalho na época. O mais interessante nisso tudo é que com 13 anos eu queria me divertir, fazer animação e mostrar para o pessoal de casa mais do que finalizar algum projeto e divulgá-lo na internet, aquilo era minha brincadeira diária. Depois disso fiz a modelagem de alguns personagens e a animação de dois curtas de 1 minuto: Hora do Banho e Estrelarium. No caso de Estrelarium, a ideia era trabalhar com a noite e as estrelas de forma divertida, trazendo temas como lidar com dificuldades e superação.

E como ficou sabendo do festival?
Guilherme: Fiquei sabendo do festival pelo Facebook e encaminhei minha inscrição. Eu não tinha expectativas nem para o ‘sim’ e nem para o ‘não’, mas o ‘sim’ veio e foi maravilhoso. Quando eu soube que meu vídeo havia sido um dos 64 premiados, uma felicidade sem fim!

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E você tem um canal no Youtube onde você até canta, não é mesmo? Como é este projeto no Youtube?
Guilherme: Sim, eu canto. Faço algumas versões de músicas que eu gosto no YouTube, só voz e piano. Também componho algumas canções e produzo os videoclipes delas, divulgando tudo pela internet. No caso, o último videoclipe que lancei foi para a música KOSMOS, que além de videoclipe, é também parte da minha websérie chamada PSYCHE Project. Além do YouTube, minhas músicas e covers podem ser acessados no meu Soundcloud.

Você sente alguma dificuldade em desempenhar este trabalho aqui no interior?
Guilherme: Inicialmente senti dificuldade de me divulgar inclusive com trabalhos em português aqui no interior, mas não acredito que seja algo das pessoas daqui não valorizarem a arte, elas valorizam. Penso que o que acontece é que existem trabalhos e trabalhos, talvez não estejam aqui os nichos que se identifiquem com o que eu faço ou fiz. E foi pensando nisso que eu migrei para a internet. Nela você está em um oceano de obras, o que pode dificultar a divulgação, mas também está em um oceano de possibilidades rápidas e de baixo custo. Pessoas do mundo todo podem ver o que você faz, dar um feedback, compartilhar e há a possibilidade de se ganhar dinheiro com isso. A internet rompe barreiras e, quando isso é bem utilizado, torna-se um ótimo meio de divulgação.

Você não pode participar do festival por falta de dinheiro, certo? Foi uma frustração muito grande?
Guilherme: Eu não fui até o Rio de Janeiro para acompanhar o festival porque eles teriam a exibição dos curtas, mas não teriam uma cerimônia de premiação, já que o prêmio da minha categoria era a divulgação dos curtas por parte do festival em plataformas online, era como se eu já tivesse sido premiado, não havia o que esperar mais no festival. Eu não fiquei muito frustrado por isso, pelo contrário, fiquei animado e disse pra eu mesmo que se eu fosse selecionado para outro festival que tivesse uma cerimônia de premiação, que eu estaria lá. Não demorou muito até eu receber um e-mail dizendo que meu curta ‘Autólises em Pulmões de Vidro’ havia sido selecionado para a Mostra Experimental Universitária Competitiva do Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba (FICBIC 2015). Dessa vez, eu estive na cidade de Curitiba, assisti às mostras, conheci a cidade e participei da cerimônia de premiação. Eu não levei o prêmio, mas trouxe uma experiência maravilhosa dentro de tudo o que eu vi e vivi, foi ótimo para mim como pessoa e como produtor audiovisual!

Tem algum sonho de sair de Bauru? Seria por mais oportunidades? E para o futuro, como se imagina daqui dez anos?
Guilherme: Eu tenho vários sonhos aqui em Bauru e também fora da cidade, creio que são oportunidades diferentes para momentos diferentes. Mas está sim nos meus planos conhecer outros lugares e realizar outros tipos de trabalho dentro da minha área nesses lugares, principalmente relacionados à música e ao audiovisual. Terminei 2015 divulgando uma vídeo performance chamada ‘Aberração’ no meu canal do YouTube e comecei 2016 publicando uma nova composição no meu SoundCloud, ‘The Sword and the Fire Song’. Creio que este seja o ano certo para fazer isso, compor e publicar mais canções do que já fiz nos anos anteriores, desenvolver algumas performances em vídeo, alguns videoclipes, curtas-metragem e gravar covers. Vou me formar na faculdade no próximo semestre, então terei mais tempo para me dedicar ao que eu amo fazer.

Confira o curta premiado “Estrelarium”:

Para conhecer mais produções de Guilherme, acesse: www.facebook.com/guilhermemgodoy

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