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Alex Gasparini, de família tradicional de Bauru, decidiu jogar tudo pro alto e apostar em um novo futuro: de assessor político, onde trabalhou por mais de 30 anos, hoje ele é proprietário do antigo “Bar do Fernando”, famoso pela tradicional ‘comida de boteco’. Ele, que era cliente do local há quase dez anos, percebeu que o novo desafio que procurava para a sua vida estava à sua frente em uma conversa informal com o proprietário e não pensou duas vezes – desistiu da antiga carreira para ter uma vida nova.

A correria não mudou muito e nem o estresse, já que trabalho não falta, mas ele não se arrepende da mudança e está feliz com a nova rotina. Neste bate-papo, Alex comenta os motivos que o fizeram mudar de carreira e comenta as novidades do empreendimento que tem mais de 30 anos na cidade.

Saiba mais sobre o Bar do Gaspa – antigo Bar do Fernando:

Quando você assumiu o bar e como surgiu a oportunidade?
Alex: Eu inaugurei dia 2 de dezembro do ano passado. Na verdade, o bar tem um tradição de 33 anos no mesmo local, onde era comandado por um casal de idosos. Eles começaram com um pequeno empório e foram ampliando até chegarem neste bar gastronômico. Desde o ano passado, eles queriam vender para uma pessoa de confiança e que continuasse com o mesmo estilo, servindo as mesmas coisas. Ele não queria que mudasse a tradição. Obviamente, quando você tem algo novo, você dá novas características ao local. No nosso caso, nós procuramos deixar o atendimento mais rápido – hoje nós temos mais pessoas trabalhando na cozinha. Procuramos oferecer um chope mais gelado; reformamos a cozinha. Então, quando assumi, procurei melhorar o que já era bom. Ainda faltam muitas coisas que serão implementadas ao longo do ano, como uma nova pintura, uma nova fachada, mais banners e outras promoções. Também aumentamos a produção dos salgados, que também é o nosso forte. Hoje em dia, vendemos cerca de 250 salgados por dia – e todos são feitos aqui. Temos espetinho de lombo e de frango; coxinha de frango, de carne seca e de bacalhau; além de bolinhos de presunto e queijo, de carne; quibes recheados com Catupiry… já estou ficando com fome! (risos). Aos sábados, tradicionalmente, temos feijoada e aos domingos, temos seis tipos de assados diferentes, como costela bovina, costela suína, lombo recheado, frango, joelho de porco e cupim assado. Não abrimos na segunda, porque dou folga aos funcionários. Só para eles, porque eu trabalho de outra forma. Na segunda é dia de ir ao mercado! (risos). Mas aqui funcionamos a partir da terça-feira, das 9h às 14h, depois fechamos e abrimos novamente às 17h até às 23h30.

Durante estes dias, o cardápio muda também ou é o mesmo do final de semana?
Alex: Ele é diferente, toda terça fazemos um bife de contra filé acebolado com batata frita, ovo frito, arroz e feijão. Na quarta, geralmente, criamos um prato, como uma carne de panela, peixe ou macarrão. A gente se permite criar algo neste dia. Na quinta, servimos dobradinha e uma outra carne, para ter opções para todo mundo. Já na sexta é a rabada e também uma outra opção. Para quem não quer consumir aqui, damos a opção de montar a a marmitex aqui no bar – do jeito que o cliente quiser. Se quiser levar só algum assado, tudo bem. Se quiser mais de um tipo, sem problemas também.

Antes disso, você trabalhava com algo parecido?
Alex: Na verdade, eu tenho muita experiência com público, mas nunca tive restaurante e nem bar. Eu fui assessor político durante toda a minha vida. Por isso, sabia como lidar com público. Essa experiência eu consigo colocar no dia a dia no bar. Obviamente que o primeiro impacto de mudança é sempre horrível. Eu senti que os clientes ficaram com muito medo da mudança. Na verdade, tudo que é novo na nossa vida, assusta no início. Apesar de as mudanças terem sido muito sutis, eles sentem no dia a dia. Eu percebi que, no primeiro mês, teve uma recuada destes clientes mais antigos. Hoje eu sinto que mudou e estes clientes aprovaram as mudanças. Também contratei um chef de cozinha, com 38 anos de experiência e formado em Águas de São Pedro, que aperfeiçoou o cardápio.

E por que você decidiu largar tudo e empreender neste bar e não um outro estabelecimento comercial? Ou talvez seguir um outro caminho, já que você queria sair da política?
Alex: Eu sempre gostei muito da área de vendas, então queria algo neste ramo. Além disso, o restaurante me proporciona trabalhar com o público, que também é algo que eu gosto. Há muito tempo eu queria sair da política, até por tudo o que a gente tem ouvido. Não aguentava mais. Eu não queria ser confundido com bandido. Minha família é muito tradicional na cidade e meu pai sempre foi muito honesto, a vida inteira. Todos nós seguimos o mesmo caminho e, por isso, queria buscar uma outra alternativa para a minha vida. E ainda, por causa da crise, todo mundo está buscando empreender em algo e eu também quis este desafio. Com a política, eu também nunca tinha um horário fixo, vivia estressado e isso estava atrapalhando a minha vida pessoal.

Está sendo mais difícil que você imaginava?
Alex: Ah, eu sabia que ia ser muito difícil. Aqui, além de um desgaste emocional, também tem um grande desgaste físico. Mas, graças a Deus, nunca tive nenhum problema e estou muito feliz com a minha decisão. Não me arrependo.

Você era cliente do bar?
Alex: Sim, eu vinha muito. Há oito anos já sou cliente do Bar do Fernando. Um dia, eu estava conversando com o proprietário, e ele comentou que estava querendo vender. Foi aí que eu sugeri de assumir o bar e poucos meses depois nós já inauguramos.

Qual o público do bar?
Alex: É muito variado. Apesar de termos muitos clientes da região do Bela Vista, temos pessoas de todos os cantos da cidade: Jardim América, Otávio Rasi, Jardim Europa, Aeroporto, Mary Dota. Tenho cliente que vem aqui só para comer a coxinha de bacalhau, por exemplo. Mas é bem eclético. Também temos muitas pessoas que acompanharam toda a história e trajetória do bar, então, são clientes muito fiéis.

Além destas mudanças que você já citou, quais outras novidades do local?
Alex: Nós também implementamos a coleta seletiva no nosso dia a dia. Hoje, separamos tudo: latas, óleo e plásticos. Algo totalmente novo na rotina do bar.

O que você pode falar para este cliente que ainda tem medo da mudança?
Alex: Ah, ele já está voltando e eu estou percebendo, cada dia mais, que está aceitando as mudanças que fizemos no local.

E para quem não conhece ainda?
Alex: Quem ainda não conhece pode vir com a certeza que irá experimentar uma comida excelente, a preço justo e aproveitará um lugar aconchegante, seguro e familiar. Não tenho dúvidas!

Serviço:
O Bar do Gaspa – antigo Bar do Fernando, está localizado na Rua Carlos Marques, 9-83, Bela Vista.
Telefones para contato: 32327-180 e 98153-2777.
Para saber mais, acesse: www.facebook.com/bardogaspa/ e www.bardogaspa.com.br

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