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Em julho do ano passado, foi divulgado que a Estação Ferroviária da cidade de Bauru iria ser reformada para a construção de um Mercado Municipal. Apesar dos meses que já se passaram, o projeto continua sendo estudado e muito trabalho tem sido feito para que isso se concretize. A novidade é que, enquanto a cidade não tem a aprovação que cederá o recurso necessário para a construção do Mercadão, os bauruenses terão a oportunidade de aproveitar uma feira que será implementada no local, no final de abril. Segundo Chico Maia, secretário de agricultura da cidade, a Estação já está sendo reformada para receber a feira, que terá espaços para a comercialização de diversos produtos e a possibilidade de aumentar o fluxo de pessoas local, diariamente. Além de possibilitar mais empregos, o espaço deverá se tornar um grande centro cultural e turístico da cidade.

O Social Bauru conversou com o secretário para saber mais detalhes dos projetos. Confira o bate-papo:

Quais as novidades em relação ao projeto do Mercado Municipal em Bauru?
Chico: A emenda parlamentar de 700 mil reais, que foi indicada pelo deputado Jefferson Campos, não foi viabilizada pelo Ministério das Cidades e, portanto, este recurso não foi liberado para que Bauru fizesse a reforma na GARE da Estação Ferroviária. Imediatamente, entrei em contato com o deputado Celso Nascimento, que já solicitou a alguns deputados que façam novas indicações de emenda parlamentar para que a prefeitura consiga fazer a reforma da estação. Neste tempo, surgiu uma audiência pública para verificar a destinação que pode ser dada àquele prédio. Foi uma consulta pública solicitada pelo governo de São Paulo. Todo prédio tombado precisa seguir orientações e precisamos saber a respeito disso também.

Então, quais os próximos passos?
Chico: Solicitar a indicação de emenda, já que a administração não tem recurso para fazer a reforma. Mas, mesmo que se indique uma emenda, isso não é o suficiente. É preciso garantir que o governo federal libere o recurso para que a prefeitura possa fazer a reforma. Além disso, foi aberto um programa no Ministério do Turismo para infraestrutura turística e reforma de prédios. Então, também vamos apresentar ao Ministério para que possamos conseguir recursos a partir disso. É importante frisar que não há expectativa sem orçamento. Tudo depende de orçamento. Mas os passos são esses: conseguir emenda parlamentar, apresentar os programas que permitem fazer a reforma e, por fim, aguardar a aprovação do projeto em alguma lei de incentivo.

Mesmo com as dificuldades, a população pode ficar otimista?
Chico: Sim, deve estar sempre otimista, mas não temos nenhuma garantia. Eu poderia dizer que a cidade irá ter um Mercado Municipal, mas hoje não temos orçamento. No setor público, só é possível garantir algo quando se tem orçamento. Se não tiver, é preciso captar recursos. Este leque de oportunidades que eu disse são os caminhos possíveis. Não enxergo outros. A não ser que a prefeitura financie, mas isto está descartado. Financiamento é endividamento e isso nós não podemos fazer. Outra possibilidade é o pedido que fizemos ao Ministério da Cultura para que inclua Bauru no circuito de cidades históricas, já que existe a possibilidade de conseguir recurso para a reforma de prédios históricos. Ainda não foi acatado, mas estamos trabalhando que isso se concretize algum dia. Temos que atirar para vários lados para conseguir atingir um objetivo.

Em breve serão realizadas algumas feiras no loca, certo?
Chico: Isso, a Secretaria de Agricultura, SEAR, Emdurb e a Secretaria de Obras fizeram a limpeza do local e adequaram o espaço para que possamos aproveitá-lo, antes do Mercadão. Isso não quer dizer que não teremos o Mercado Municipal. Mas, enquanto isso não acontece, queremos aproveitar o local como um espaço de escoamento da produção agrícola familiar. Vamos fazer o aterramento para termos um estacionamento lá dentro, mexer da parte elétrica, reformar banheiros, adequar o local quanto às normas de acessibilidade, mudar as sinalizações… tem muita coisa para ser feita.

Qual a diferença destas feiras e o Mercadão?
Chico: A diferença é que o mercado tem vários boxes e esta é uma feira coberta. E isso já está no nosso alcance. Pretendemos começar no final de abril.

Será um local para quantos expositores?
Chico: Ah, para muitos; pretendemos ocupar os dois lados da Estação. Já até falamos com a Secretaria de Cultura para que possibilite que um vagão seja utilizado no acesso aos dois lados da linha. Se não for possível, também pensamos em uma passarela para que a população consiga transitar melhor dentro da Estação.

Qual a periodicidade desta feira?
Chico: Queremos que ela seja diária porque possibilitaria um fluxo muito grande de pessoas. Também queremos que este espaço funcione como loja da reforma agrária, ou seja, locais com vários produtos – frutas, legumes, verduras – oriundos da reforma agrária. A cidade precisa de um local como este – eu, por exemplo, nunca vi uma loja que venda ‘souvenir’ de Bauru. Eu viajo o Brasil inteiro e todo lugar tem, mas aqui não. Não tem um local permanente que represente a cidade. E ali é um espaço que pode se tornar turístico. Além destes projetos, estamos tentando viabilizar recursos o aproveitamento dos vagões como escolas de incentivo à gastronomia e turismo. A cidade tem muitos vagões que podem ser transformados em diferentes locais, até para gerar renda e empregos. O que é problema hoje, pode ser transformado em solução. É importante lembrar que esses projetos não vão substituir o que já vem acontecendo no local. Muito pelo contrário! Queremos dar uma condição ainda melhor aos artistas que já vêm utilizando a Estação Ferroviária. Queremos transformar a Estação em um local mais bonito, agradável, com diversas salas podendo ser utilizadas e ainda mais eventos sendo realizados lá.

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