bauru-curta3

Ele nunca pensou que, aquele hobby de ver filmes antigos ao lado das avós, iria lhe render uma profissão – e uma paixão. Depois de entrar no curso de audiovisual, Evandro Souza, bauruense de 24 anos, percebeu que era isso que gostaria de fazer para o resto da vida. E já podemos afirmar que ele está trilhando o seu caminho muito bem.

Evandro foi um dos semifinalistas do festival ‘Global Short Film Awards’, de Nova York, que é considerado um dos mais importantes do mundo. O trabalho que ganhou destaque foi o curta Corpo Avulso, que contou com a participação de três bailarinos da cidade. “A ideia era retratar pessoas sozinhas em espaços amplos, mas que estivessem interligadas de alguma forma, mostrando que mesmo solitárias, vivem num mesmo planeta, num mesmo tempo”.

O Social Bauru conversou com o estudante para saber mais sobre esta oportunidade e os planos para o futuro, que tem tudo para ser brilhante. Confira:

O seu curta foi um dos finalistas no ‘Global Short Film Awards’, um importante festival nos Estados Unidos. Como surgiu a oportunidade de participar?
Evandro: Ele foi selecionado para participar do festival na categoria ‘dança’. O festival tem o objetivo de premiar filmes e documentários em diversas categorias (Animation, Travel, Fashion, Beauty, Dance, and Short feature, Food, Sports and Action, Commercials, Education & Social Responsibility). Eu me inscrevi através de um portal chamado Film Free Way, onde produtores cadastram seus trabalhos e podem enviá-los para festivais do mundo todo, inclusive do Brasil, de estilos e especificações variados. De todos os inscritos, foram selecionados 1400 filmes, de 81 países. Depois, o júri escolheu cerca de 200 semifinalistas e, na próxima etapa, 50 finalistas. Os vencedores de cada categoria serão anunciados dia 28 de abril, em Nova York, e serão exibidos no Carlton Intercontinental Hotel, em Cannes, no dia 21 de maio, durante a próxima edição do festival francês.

Imaginava que chegaria tão longe?
Evandro: Nunca! Foi uma surpresa imensa. Jamais imaginaria que um trabalho feito na faculdade seria selecionado para um festival internacional. A gente imagina que é algo muito distante, quase inalcançável. Mas é possível. Um mês antes da resposta do Global Short Film Awards, o vídeo já havia sido selecionado para o festival MoveMundo de Videoarte, promovido pela cidade de Betim (MG). Pra mim, isso já teria feito valer a pena.

bauru-curta4

E, apesar de não ter vencido, ficou feliz com o resultado?
Evandro: Apesar de não ter vencido, chegar na semifinal foi maravilhoso. É muito motivador saber que um trabalho meu estava entre tantos outros, de qualidade, de várias partes do mundo. Isso só deu mais força para querer aprender mais e me empenhar em realizar outros trabalhos, evoluindo sempre.

E como é este trabalho? Como surgiu a ideia de filmá-lo e qual o roteiro?
Evandro: Como trabalho de semestre na disciplina de Edição e Finalização, de uma universidade daqui de Bauru, minha professora Liene Saddi, que eu acho maravilhosa, sempre dá uma palavra como tema para as turmas. Pra minha turma, foi ‘Corporeidades’. O estilo era livre, desde que retratasse o corpo de alguma forma. Eu não conseguia pensar em nada e, poucos dias antes do prazo de entrega do roteiro, juntei referências, como o documentário ‘Pina’ e o filme ‘Melancolia’, do Lars von Trier e, finalmente, fiz o projeto. Convidei três amigos bailarinos – Lidiane Marques, Diego Almeida e Lucas Bortoletto – que prontamente aceitaram participar. A ideia era retratar pessoas sozinhas em espaços amplos, mas que estivessem interligadas de alguma forma, mostrando que mesmo solitárias, vivem num mesmo planeta, num mesmo tempo.

É o seu primeiro curta?
Evandro: Sim. Fiz trabalhos menores na faculdade, como entrevistas, roteiros e cenas.

E quando resolveu seguir esta profissão?
Evandro: Cinema sempre foi uma paixão, desde a infância, com incentivo das minhas avós que adoravam ver e compartilhar comigo filmes que haviam assistido e gostado. Porém, nunca havia pensado como profissão, até entrar no curso de Produção Audiovisual, onde comecei a ter contato com outras vertentes da área, como videoarte e videoinstalações em museus – meu foco de pesquisa e interesse no momento.

Quando você cria um trabalho, o que te inspira?
Evandro: Busco me inspirar em filmes que me marcaram de alguma forma, nas lições incríveis que tenho dos meu professores, em obras de arte em geral e coisas simples do cotidiano. É impressionante como cada elemento do dia a dia e das nossas vidas podem se tornar fontes de histórias maravilhosas.

Imagino que tenha muitas influências de outros profissionais. Quais as suas maiores referências?
Evandro: Gosto bastante de alguns diretores, como Lars von Trier e (o controverso) Iñárritu. Mas busco me ampliar nas referências. Marina Abramović, Pina Bausch, Bjork e Emmanuel Lubezki. Gosto de muitos profissionais de cinema nacional e independente, que sabem a luta que é produzir algo com poucos recursos e apoios e, sem dúvidas, alguns dos meus professores da faculdade, que são minhas influências mais diretas no momento.

E o que espera do futuro?
Evandro: Espero conseguir manter a luz da criatividade sempre acesa, e saúde, para que eu possa me realizar profissionalmente e alcançar os sonhos que eu tenho na minha vida.

Compartilhe!
Carregar mais em Cultura
...

Verifique também

Espetáculo gratuito valoriza música instrumental passando por gêneros de todas as partes da América

Nesta sexta-feira (26), Bauru recebe o espetáculo gratuito “Rente América”, ap…