Você sabia que pessoas que praticam voluntariado vivem em média quatro anos a mais? É isso que diz um estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Segundo o pesquisador americano Allan Luks, no livro The Healing Power of Doing Good – “O Poder Curativo de Fazer o Bem” – esses quatro anos são vividos com melhor qualidade de vida.

Um outro estudo publicado na revista BMC Public Health também diz que pessoas que praticam voluntariado possuem uma mortalidade 20% menor se comparado aos não-voluntários. Essas pessoas também têm menos índices de depressão, maior satisfação com a vida e bem-estar.

“O voluntariado pode ser muito eficaz no tratamento da depressão, pois nessa atividade, o voluntário pode se sentir bem ao perceber que seu comportamento tem um papel social importante, que foi capaz de ajudar, de transformar determinada situação e de contribuir com outras pessoas. Ou seja, as sensações de utilidade e bem-estar podem ser altamente reforçadoras, diminuindo, assim, os sintomas depressivos e aumentando as sensações positivas”, explica a Psicoterapeuta Comportamental Amili Martins Ellaro, de Bauru.

Segundo a profissional, por conta destas sensações, a atividade é indicada como uma verdadeira terapia, aliviando até a ansiedade da vida moderna. “O voluntariado pode servir como atividade terapêutica. Isso porque a rotina da vida moderna, geralmente agitada, pode ser geradora de bastante ansiedade. Quando tiramos o foco das nossas preocupações e o colocamos em alguma outra atividade, tendemos a diminuir o estado de estresse e tensão”, continua Amili.

E em Bauru, alguns moradores comprovam estes benefícios, como os membros do ‘Projeto Alegria‘, que levam sorrisos para o rosto de pacientes nos hospitais bauruenses. Fundado em 1999 pela psicóloga Maria Claudina Cury, o projeto atua no Hospital de Base e no Hospital Estadual, sendo uma sociedade civil, sem fins lucrativos ou cunho político e/ou religiosa, pregando solidariedade a partir do engajamento social.

Alguns participantes do projeto 'Alegria', que leva alegria aos pacientes de hospitais em Bauru
Alguns participantes do projeto Alegria, que leva alegria aos pacientes de hospitais em Bauru

“O nosso projeto está sempre fazendo reuniões onde os interessados são apresentados às normas dos hospitais onde atuamos, às formas de abordagem, às vestes obrigatórias e a todos os procedimentos necessários para ser um voluntário”, conta Pedro Prudente, estudante de Engenharia Civil e membro do projeto.

Outro projeto voluntário de Bauru é o ‘Esquadrão do Bem’, que atua com arrecadação, distribuição e planejamento de trabalho junto às comunidades carentes de Bauru; e ‘Esquadrão da Noite’, que leva alimentação aos moradores de rua.

“As entregas do ‘Esquadrão da Noite são semanais, mas os processos que antecedem a entrega tomam pelo menos um pouquinho do meu tempo durante toda a semana. Todo dia, pelo menos, faço alguma coisinha ligada à arrecadação e compra”, explica Adham Felipe Marin, que, além de membro do Esquadrão, também é ex-coordenador do Projeto Alegria.

Benefícios e ensinamentos

Para Pedro, o voluntariado o ensinou a ser grato por tudo o que tem e o verdadeiro sentido da palavra empatia. “Ele ensinou a me por no lugar das pessoas pra saber o que posso fazer por elas. Eu me sinto vivo”, diz. Seguindo uma linha parecida, Adham explica que para ele o que vale a pena é o sorriso de quem recebe a ajuda. “Realmente é gratificante. Mas confesso que um sentimento duro toma conta de mim quando entro no carro pra ir embora, sabendo que vou embora de carro, vou chegar em casa e jantar, tomar banho, dormir e aquelas pessoas vão estar aliviadas só por aquele momento”, explica.

“Não dá pra ver tudo isso e sentir sensação de missão cumprida. Eu acho que nossa missão vai estar cumprida o dia que eu sair pra entregar 50 marmitas pra moradores de rua e voltar pra casa com as 50 marmitas porque não encontrei ninguém dormindo sob o relento”, finaliza Adham.

Para participar do Projeto Alegria basta mandar um e-mail para [email protected] dizendo que tem interesse em participar. Como resposta será enviada uma ficha na qual o interessado passará seus dados, dias disponíveis e mais algumas informações necessárias para que possa ser marcada uma reunião, que é uma espécie de curso preparatório para que a pessoa faça parte do projeto. É preciso ser maior de 18 anos para participar.

Para doar ou participar das entregas do Esquadrão do Bem (www.facebook.com/dobembauru) e Esquadrão da Noite (www.facebook.com/danoitebauru) basta entrar em contato com as páginas do Facebook.

Os pontos de coleta de agasalhos e mantimentos são: Jornal da Cidade (deixar na portaria, aos cuidados de Marcia Duran); Editora Alto Astral (deixar aos cuidados de Sandro Paveloski); Sindicato dos Ferroviários (deixar aos cuidados de Tatiana Calmon); Casa da Faneco (Rua Vereador Antonio Ferreira de Menezes 1-87);
Ou entrar em contato com alguém do Esquadrão que eles buscam: Adham (991611268), Vitória Palmejani (996918680) ou Samantha Ciuffa (981159547).

Saiba mais

O jornalista Sandro Paveloski fez um mapa que é atualizado semanalmente e pode ajudar pessoas que queiram iniciar os trabalhos e não sabem como. Confira: www.google.com/maps/.

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