Membros do coletivos "Abre Alas" que se reúne toda quinta-feira, aqui em Bauru
Membros do coletivos “Abre Alas” que se reúne toda quinta-feira, aqui em Bauru

Coletivo – no dicionário, o significado da palavra é: “que abrange muitas coisas ou pessoas; substantivo comum que, no singular, indica uma coleção de seres da mesma espécie”. Mas no dia a dia, a atuação destes grupos é muito mais ampla, significativa e respeitável.

Com a finalidade de integrar pessoas para trocar experiências, enriquecer seus trabalhos e conhecimentos, os coletivos destacam-se pela horizontalidade organizacional, não havendo uma hierarquia. “No nosso grupo, nos dividimos para realizarmos algumas tarefas, como administrar a página no Facebook, por exemplo. Mas todas podem participar sempre”, afirma Danielle Olimpio, membro do coletivo Abre Alas. Nossa equipe teve o contato com três coletivos da cidade: Abre Alas, Liberdade e Luta, e Juntos que são verdadeiros protagonistas em um movimento social representativo. Saiba mais sobre o trabalho de cada um:

Liberdade e Luta
O ‘Liberdade e Luta’ é uma organização da juventude atuante desde os anos 70. Com o mesmo nome, a organização tinha o apelido de ‘LibeLu’ e uma das pautas era a luta contra a ditadura. Em 2016, no acampamento revolucionário na fábrica Flaskô, única ocupada da América Latina, foi fundada novamente uma organização da juventude com o mesmo nome. O grupo ‘Liberdade e Luta’ é uma organização nacional de esquerda, sem vinculação partidária, que tem como objetivo unir a luta dos trabalhadores com a da juventude. “É uma forma de tentar ampliar a discussão política na cidade e mobilizar pessoas para que elas entendam que a cidade é delas”, explica Gustavo Garcia Torniato, um dos coordenadores. Um exemplo dos atos que o ‘Liberdade e Luta’ ajudou a promover aqui em Bauru foi o que ocorreu no dia 4 de junho, na Praça Rui Barbosa, contra a cultura do estupro. Segundo seus membros, a principal pauta do ‘Liberdade e Luta’ é construir o socialismo, além de defender, também, a auto-organização dos trabalhadores. Seus membros entendem que não existe luta de esquerda sem a luta feminista, dos LGBT e dos negros; movimentos que estão totalmente interligados. “Nós nunca seremos socialmente iguais, se um homem estiver explorando uma mulher, se um LGBT estiver sendo assassinado pelo simples motivo de ser um LGBT. Toda a liberdade que nós queremos construir, só virá com todas as lutas, ombro a ombro”, afirma Torniato. O movimento está sendo lançado aqui em Bauru este ano. O ato inaugural do movimento acontecerá dia 25, em São Paulo com uma ação que celebrará a memória das jornadas de junho de 2013 em parceria com o Juntos. O ‘Liberdade e Luta’ dá apoio para todas as lutas da juventude: aos secundaristas que ocupam as escolas, aos estudantes das universidades públicas que também lutam pela melhoria da educação e, em especial, contra a Lei da Mordaça. A Lei da Mordaça está sendo apresentada em várias câmaras municipais do Brasil, além de dois outros projetos com o mesmo conteúdo, mas nomes diferentes que tramitam no Congresso Nacional. “Ela consiste em tirar a liberdade do professor, dentro de sala de aula, em discutir com os alunos temas que saiam do âmbito das matérias, por exemplo, o professor não pode discutir política”, explica Renata Ribeiro, também coordenadora do movimento. As reuniões acontecem quinzenalmente aos sábados na sede da Esquerda Marxista no centro da cidade. Aos sábados que não têm reuniões, o ‘Liberdade e Luta’ compõe um grupo de estudos na Casa do Hip-Hop. Como o movimento ainda está no início, atualmente, o ‘Liberdade e Luta’ conta com cerca de membros membros recorrentes. Para conhecer mais, acesse: www.facebook.com/Liberdade-e-Luta-Bauru

Juntos
O ‘Juntos’ é um coletivo estadual composto em 2011, em São Paulo. Em Bauru, o movimento foi formado em 2013. A origem do coletivo saiu de uma corrente ligada ao PSOL, porém, o ‘Juntos’ em si não tem ligação com o partido. São 20 membros ativos que sempre fazem eventos abertos, como ‘cinedebates’, festivais, sarau e reuniões. O movimento é composto por diferentes frentes: o Juntos Central; Juntas, que é a frente feminista; Juntos Negras e Negros, que trata da questão racial; Juntos LGBT. “Nós começamos a ter um gás mesmo em 2015 e 2016. Hoje, estamos promovendo eventos, dispostos a levar o nome do coletivo para toda a cidade”, explica Tamires Sarti, que tem 19 anos e faz parte do ‘Juntos’ desde 2014. O ‘Junto’s apoia e compõe atos como as ocupações dos secundaristas, dos universitários públicos, a luta dos trabalhadores, tarifa zero e comitê contra a redução da maioridade penal. Além disso, o ‘Junto’s, em união com o ‘Liberdade e Luta’ e o ‘Coletivo Abre Alas’, apoiou o ato contra a cultura do estupro que ocorreu no centro de Bauru. Todo mês, o coletivo promove um cine-debate e, pelo menos, dois debates e uma reunião mensal. Os membros explicam que uma reunião é fechada, para decidir o cronograma, e a outra é aberta para as pessoas conhecerem o coletivo. O ‘Juntos’ tem uma banca e se mantém com a venda de pôsters. Eles ficam todos os sábados, das 9h30 às 13h, na Batista de Carvalho, quadra da loja Riachuelo, na esquina da resistência. “Lá, ficamos ao lado da esquerda marxista e da Biblioteca Móvel Quinto Elemento”, explica Tamires. Para conhecer mais, acesse: www.facebook.com/JuntosPorOutroFuturoBauru

Abre Alas
“Defino o coletivo como um grupo de pessoas que se compreendem e se ajudam. No nosso coletivo, o ‘Abre Ala’,s nos vemos como irmãs que lutam pela mesma causa e estão lá para qualquer coisa, seja para ajudar entre nós mesmas ou outra mana que precise”, afirma Danielle Olímpio. Segundo a estudante, o coletivo surgiu no final de 2013, após uma intensa greve estudantil, quando as estudantes enfrentaram problemas, já que o movimento não pautou pautar questões referentes ao feminismo, racismo e lgbtfobia. “O nosso objetivo era ter um espaço de acolhimento em que essas discussões pudessem acontecer de forma ampla, horizontal e que provocassem mudanças estruturais na universidade”, explica. O grupo, que se encontra todas as quinta-feiras, promove eventos e ações para arrecadar fundos e poder continuar com discussões sobre a realidade das mulheres na cidade. Atualmente, o grupo é formado por 50 jovens e está aberto à todas as mulheres da cidade. “Somos um grupo de pessoas com pensamentos semelhantes e que têm uma vivência em comum que se unem para compartilhar experiências, apoiar umas às outras e agir para que suas causas sejam atendidas”, conta Giovana Castro e Danielle completa: “O ‘Abre Alas’ é formado por estudantes, em sua maioria de fora, mas se junta a atos da cidade e tenta trabalhar na conscientização da população de Bauru”. Para saber mais, acesse: www.facebook.com/coletivoabrealas

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