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Henry Sato tem 22 anos e nasceu no Japão. Desde pequeno, o jovem começou a se interessar pelas artes marciais que assistia nos desenhos animados. Quando veio para o Brasil com a família, o lutador foi logo incentivado a entrar no Kung Fu pelo primo, Marcelo Yamada. Foi amor à primeira vista.

O jovem já conquistou inúmeros títulos e agora busca o campeonato Pan-Americano de Kung Fu Wushu, que será disputado no estado do Texas, nos Estados Unidos, entre dos dias 9 a 16 de agosto. Dá uma conferida no bate-papo que o Social Bauru teve com o Henry e descubra como você pode ajudar ele e incentivar o esporte no Brasil!

Há quanto tempo você luta Kung Fu?
Henry: Eu faço Kung Fu desde 2002, quando eu tinha oito anos. Já pratico há 14 anos.

Como foi o início nesse esporte?
Henry: Eu morava no Japão. Eu nasci lá e assisti muito ‘Dragon Ball’. Eu via aqueles movimentos e achava muito interessante. Quando eu vim para o Brasil, meu primo, que hoje é meu atual professor, já praticava o esporte desde os anos 90 e me chamou para ir ver um treino. Um dia eu fui e, desde então, me apaixonei pelo esporte. Hoje em dia ele tem a própria academia e eu continuo treinando junto com ele.

E na parte profissional, competitiva?
Henry: Meu professor falou que eu tinha facilidade em aprender os movimentos, então já no primeiro ano de treino, comecei a competir também. Participei de estaduais, regionais e, também no primeiro ano, eu consegui entrar no nacional, mas eles não tinham minha categoria na época, então eu acabei indo somente no ano seguinte.

Muitas pessoas associam a prática de lutas com violência. Como você vê essa situação?
Henry: O pessoal acha que você aprende arte marcial para sair batendo nos outros. Isso não é verdade, totalmente o oposto. Nós aprendemos artes marciais e começamos a respeitar mais as pessoas, o próximo. É uma arte de defesa pessoal que ajuda na qualidade de vida. Nós não defendemos ou incentivamos a violência, não é essa a ideia e isso não é aplicado em momento nenhum.

O que você aprendeu com o Kung Fu e toda a filosofia que ele tem em sua essência?
Henry: Eu aprendi muita coisa. Paciência, respeito ao próximo, respeito à hierarquia de mestre e professor. Levo isso para o resto da minha vida.

Você pode explicar um pouco como o Kung Fu funciona?
Henry: A modalidade que eu faço chama Wushu, que é modalidade olímpica, estabeleceu várias regras e tem o objetivo de entrar nas Olimpíadas. Existem duas partes diferentes. O Taolu, que são demonstrações de movimentações individuais ou em grupos e podem ser feitas com ou sem armas. Tem também o Sanda, que é o combate um a um com contato físico.

Como é sua rotina de treino?
Henry: É bem corrida e puxada. Eu treino de segunda a sábado. Segunda, quarta, sexta e sábado é um período de treino e terça e quinta são dois períodos. No total são umas 25 horas semanais. Daí eu tenho que conciliar os treinos com o trabalho e também com as aulas de Wushu que eu ministro desde o ano passado. Eu me graduei para dar aula e desde então eu ensino crianças. A partir disso, também faço parte de um projeto social com crianças carentes em Piratininga. O projeto é em parceria com a Igreja Presbiteriana. E, mais recentemente, estou dando aulas na Associação Yamada de Kung Fu Wushu com horário fixo. O objetivo é fortalecer o esporte, dar à essas crianças uma oportunidade e, quem sabe, torná-las competidoras.

Você já encontrou alguma dificuldade para seguir no esporte?
Henry: Eu encontro muita dificuldade na parte financeira. Como eu disse, o esporte ainda não é olímpico e também é pouco incentivado no Brasil, então a ajuda financeira é muito difícil de conseguir. No final das contas, nós temos que trabalhar para custear as despesas do esporte, das competições. Ou seja, competir com o Kung Fu é minha profissão, mas não é o que me sustenta, pelo contrário.

Já pensou em desistir por causa dessa falta de apoio?
Henry: Eu nunca cogitei essa opção. Como eu comecei desde pequeno no Kung Fu, minha família sempre me incentivou e ainda hoje me ajudam na parte financeira, tanto os meus pais, quanto os meus tios e avós. Mas nos últimos anos eu tenho sentido mais essa parte financeira. Tenho que correr atrás de patrocínios, de emprego para custear os gastos da competição. Mas, ainda assim, nunca pensei na desistência.

Você tem uma competição chegando, certo? Você pode falar um pouco sobre ela?
Henry: Isso! É uma competição internacional, o Pan-Americano, que vai acontecer nos Estados Unidos, no estado do Texas. Ele acontece do dia 9 ao 15 de agosto. As competições são divididas por categorias, tudo muito bem organizado.

E você precisa de patrocínio para chegar até lá, não é?
Henry: Nós precisamos muito de patrocínio. Eu consegui alguns com a Mezzani, a Nord, a Via Nutri me oferece suplementação, todas de Bauru. Também consegui apoio das empresas do meu tio, a Construhachi e a La Fiesta, ambas de São Paulo. Além disso, eu tenho apoio do nutricionista Lucas Alesi, que faz toda a minha dieta para treinos e campeonatos. E também a a distribuidora Beguini, que fornece os iogurtes da minha dieta. Mas a parte financeira ainda é bem delicada. Com esses apoios, nós conseguimos custear metade da viagem, agora falta a outra parte que é a passagem mesmo.

Quais títulos você já conquistou?
Henry: Olha, eu não vou saber dizer o número exato (risos), mas eu tenho títulos estaduais, regionais e nacionais. Tenho também títulos sul-americanos, Pan-Americanos e já consegui ir para o mundial júnior. Eu representei o Brasil no mundial em Singapura e fiquei em 9º lugar. Para um mundial eu fiquei muito feliz e satisfeito.

A Associação Yamada de Kung Fu Wushu Clube Okinawa Bela Vista – onde Henry ministra aulas – fica na Rua 12 de Outubro, 11-80. Já na Rua Manshi Kanashiro, 2-39, Vila Independência, Marcelo Yamada, primo de Henry, que orienta. Para quem quiser entrar em contato com o jovem atleta e oferecer apoio o telefone é: (14) 99144-1818.

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