Foi lançado no país, nas últimas semanas, o game Pokémon Go, um dos primeiros jogos de realidade aumentada para smartphones, baseado em uma franquia japonesa dos anos 1990, que está provocando uma verdadeira onda de fanatismo.

Os jogadores usam seus celulares para descobrir e capturar personagens virtuais de Pokémon em vários lugares do mundo real. Caminhar ou dirigir veículo caçando pokémons mistura o real com o virtual e faz com que os jogadores
se sintam partes do jogo. É um aplicativo que funciona como um GPS. Até aí não haveria muitos motivos para preocupações. O grande perigo é a distração, que provoca milhares de acidentes de trânsito no mundo todo.

No Brasil, não estão ainda disponíveis estatísticas sobre o assunto, porém, a mídia americana afirma que 96% dos jogadores possuem idades entre 18 e 30 anos. Estes dados apontam para o fato de que a maioria dos jogadores
pode ser potencialmente motorista e pedestre.

Este jogo, aparentemente inofensivo, tem provocado, nas últimas semanas, acidentes de trânsito gravíssimos, relatados pela mídia mundial. No Brasil, um jovem foi atropelado em Curitiba-PR, enquanto jogava o aplicativo. Em Rolândia-PR, um motorista de 21 anos bateu na traseira de uma caminhonete, após estar distraído com o Pokemón Go.
Em Camboriu-SC, um motorista perdeu o controle do veículo e bateu em outro que estava estacionado, e foi flagrado com celular em mãos, tentando capturar Pokémon. O causador do acidente fugiu do local antes da chegada da polícia.

Em Auburn, estado de Nova York, um motorista saiu da rodovia e chocou seu carro frontalmente com uma árvore. Aos policiais locais admitiu que estava absorto jogando Pokémon Go.

Um homem de 39 anos dirigia seu caminhão na cidade japonesa de Tokushima e acabou atropelando 2 pedestres. Foi preso e confessou à polícia que estava distraído jogando Pokémon Go. Uma senhora de 72 anos fraturou o pescoço, indo a óbito e a outra vítima, de 60 anos, teve lesão grave no tórax.

Detrans – Departamentos Estaduais de Trânsito, preocupados com mais este novo fato que acaba por agravar a acidentalidade de trânsito no país, lançaram campanhas para esclarecer e conscientizar as pessoas sobre o grave risco que assumem como motoristas ou pedestres.

Artigos anteriores já alertavam para o uso de celular enquanto se dirige veículo automotor e como pedestre. Agora, o desenvolvimento tecnológico que, em muitos casos, ajuda a salvar vidas, está contribuindo para ceifá-las.

Ressalta-se que se a tecnologia fosse bem utilizada não produziria impactos negativos às pessoas. No entanto, como se sabe, o ser humano não está totalmente conscientizado sobre seu verdadeiro papel na sociedade. Exemplos disso são pessoas que dirigem após consumirem bebidas alcoólicas, alguns dirigem sem serem habilitados ou com seus veículos sem a devida conservação, distraídos, em excesso de velocidade etc.

É preciso sempre ter-se em mente que a desídia de uns pode colocar, além das próprias vidas em risco, as de outros também, que nada têm a ver com os seus devaneios. Viver em sociedade significa assinar contrato que rege a vida em comum. Não se pode nunca esquecer-se disso.

O texto, autorizado pelo autor, foi originalmente publicado no Jornal da Cidade da última segunda-feira (29).

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