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O mundo respira tecnologia. A cada semana que passa, são diversos novos modelos de smartphones, tablets, videogames e tantas outras coisas que até esquecemos os nomes. É claro que o ATARI lá nos anos 70 já dava um gostinho de como as crianças se comportariam com essas novidades de encher os olhos, mas as últimas gerações que realmente mostram como os novos aparelhinhos podem hipnotizar os pequenos cada vez mais cedo.

Não se sabe ao certo os riscos que essa inserção pode causar ao desenvolvimento das crianças, mas para Marcelo Gonçalves Rodrigues – psicólogo e docente no curso de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Fundação Educacional de Penápolis -, “a herança da tecnologia é a falta de tempo”. “Ironicamente, o contrário de sua promessa que seria mais tempo para se valorizar o pensar e se apropriar da produção histórica e cultural da humanidade”, completa.

Marcelo afirma que corre-se o risco de extinção de capacidades essencialmente humanas como concentração, memória, reflexão dialética e fixar a atenção em atividades complexas. “Essas qualidades não são inatas ou naturais, necessitam ser desenvolvidas, só que sem tempo hábil, torna-se uma tarefa dificílima”, explica o psicólogo.

Nesse novo mundo regado a perigos e novas descobertas, os pais tentam manter o controle de uma situação de pode, às vezes, ser incontrolável. Vanessa Fernandes, mãe de Mateus de 3 anos, colocava vídeos para distraí-lo quando bebê. “Ele ficava meio hipnotizado, como um zumbi mesmo, e isso não é legal, principalmente para uma criança”, afirma. A solução que Vanessa encontrou foi diminuir o uso gradativamente. “Hoje, quando estamos em casa eu não entrego mais nenhuma tecnologia para ele, apenas quando saímos”, conta.

A história é parecida com Fernanda e a sua filha Amélia, de apenas 1 anos e 6 meses. “Quando estou com o celular ou utilizando o computador, ela fica curiosa e quer mexer. Ás vezes coloco alguns joguinhos no celular, recomendados para idade dela, e ela brinca um pouco”, conta Fernanda. A mãe não usa extremos como saída, mas sim dosagens. Se a pequena quer assistir algum desenho na TV, ela pode por um certo período.

“Já trabalhei com tecnologia e games na educação, conheço os benefícios que estes recursos podem trazer para a aprendizagem da criança; porém, com a idade que ela tem, acho muito cedo inseri-la de cabeça neste universo”, explica Fernanda. A mãe prefere que a pequena Amélia corra, dance e corra no quintal, ao invés de se fechar em um mundo alternativo.

Na mesma linha de Fernanda, o psicólogo Marcelo alerta também os benefícios do uso das tecnologias. “Restringir completamente seria impossível e também não seria inteligente”, explica. Para ele é preciso que as crianças entrem em contato com as novas mídias digitais, pois, de certa forma, “essa interação traz um desenvolvimento sensorial e perceptivo, o problema reside no uso indiscriminado, estrito e único”.

O psicólogo ainda afirma que com as novas tecnologias “é possível aprender mais cedo outro idioma, ter um acesso maior e mais facilitado a diversas realizações no campo literário e musical”. “Temos a nossa disposição um acervo monumental e fantástico de produção artística e histórica que poderiam e deveriam ser melhor aproveitados por essa geração”, opina Marcelo. Para o psicólogo, o ideal é que as crianças – e até mesmo os adultos – fossem ensinadas a apreciar e aproveitar melhor todo o conteúdo que a internet disponibiliza. “Poderíamos ter melhores ouvintes, leitores, escritores e narradores”, finaliza.

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