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As altas velocidades são os principais fatores relacionados aos acidentes com vítimas graves e/ou fatais nos acidentes de trânsito. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o excesso de velocidade contribui para cerca de 30% das mortes no trânsito nos países mais desenvolvidos e de 50% nos países em desenvolvimento. Além disso, para cada 1 km/h de aumento da velocidade, a incidência de acidentes com vítimas cresce 3% e o risco de morte nos acidentes entre 4 e 5%.

Sociedades mais evoluídas entenderam que vale a pena preservar a vida humana e, por isso, vem adotando gradativamente a Visão Zero. A redução da velocidade e seu efetivo controle tem sido ferramenta de grande utilidade na preservação de vidas humanas. Países da União Europeia e Estados Unidos vêm adotando essa nova maneira de gerenciar o trânsito e os resultados ficam evidenciados nas estatísticas de acidentalidade viária. A redução significativa das mortes e graves lesões são uma realidade. O mesmo não acontece no Brasil.

Além de preservar o que há de mais precioso neste mundo, a vida humana, estas sociedades experimentam, por conseguinte, uma redução expressiva dos custos sociais gerados pelos acidentes.

No Brasil, parece que a gestão da segurança em rodovias e sistema viário urbano fica tão somente restrita à instalação de equipamentos eletrônicos de controle de velocidade, como são os casos dos radares fixos e móveis, além de lombadas eletrônicas. É verdade que estes equipamentos são bastante úteis, mas não basta utilizá-los de forma pontual.

Nas rodovias brasileiras, mesmo com a implantação – nem sempre contínua – desses equipamentos tem-se observado casos assustadores de desrespeito às velocidades regulamentadas. A mídia nacional tem reportado alguns exemplos, dentre milhares de casos de desrespeito às normas de trânsito. Citar-se-ão, a seguir, algumas matérias da mídia para ilustrar ao leitor sobre a gravidade do tema.

A Gazeta do Povo registra que a PRF-Polícia Rodoviária Federal flagrou um veículo trafegando a uma velocidade de 132 km/h na Linha Verde, em Curitiba, em 10.8.2016. O registro foi um recorde durante a fiscalização de radares móveis ao longo dessa via. A imagem foi registrada às 16h de uma quarta-feira, com trânsito relativamente intenso no local, segundo a PRF. O máximo permitido em toda a via é de 70 km/h.

A PRF do Rio Grande do Sul flagrou em 10.7.2016, segundo o Estadão, uma moto a 251 km/h na BR-290, no trecho entre os municípios de Osório e Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. Segundo a PRF, este foi o recorde de excesso de velocidade em rodovias federais de todo o País, em 2016. Até então, o maior índice registrado havia sido de 229 km/h por uma moto no Estado de Goiás. O motociclista não foi abordado pelos policiais porque no momento em que passou pelo radar da PRF os agentes realizavam outra abordagem em um condutor que dirigia a 180 km/h na rodovia.

Segundo o jornal O Sul, em 21.7.2016, a PRF autuou o motorista de um veículo muito acima do limite máximo de velocidade. O automóvel, um VW Jetta de Porto Alegre, foi flagrado pelo radar a 228 km/h, duas vezes acima do limite máximo permitido, que é de 110 km/h no local. O recorde anterior de velocidade registrada pela PRF, segundo o Gazeta do Povo, era 221 km/h, em dezembro de 2014. O fato aconteceu na BR-277, em Cascavel, no oeste do estado do Paraná, dentro do perímetro urbano.

Ainda, segundo o jornal O Sul, no domingo, 5.6.2016, a Polícia Rodoviária Federal flagrou 436 veículos acima da velocidade máxima na Região Metropolitana de Porto Alegre. O radar foi utilizado em mais de um ponto da Freeway e da BR 448. O caso mais grave foi um veículo a 170 km/h em um trecho de 100 km/h da BR 448.
Enfim, são casos e casos de flagrante desrespeito às velocidades regulamentares, que denotam um estúpido comportamento de motoristas e condutores. Estes, além de colocarem as próprias vidas em risco, expõem pessoas que nada têm a ver com o fato a graves acidentes, com consequências que variam desde lesões gravíssimas com sequelas irremediáveis, até a morte.

Nestes casos, a legislação deveria ser ainda mais rigorosa. Não se pode ficar exposto ao espírito emulativo destes motoristas e condutores, sem que eles sejam seriamente punidos pelos seus atos inaceitáveis. É uma verdadeira roleta russa! A vida humana merece mais respeito.

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