Ainda hoje, o cabelo comprido é símbolo de beleza e feminilidade. Mas tem muita gente por aí que não está ligando, nem um pouco, para os padrões impostos pela sociedade. Mais que isso: usaram o cabelo como prova de amor ao próximo. Luíza Peres, de apenas dez anos, é uma delas. A menina, que teve câncer aos seis anos, sentiu na pele o que é ver os cabelo caindo e quis ajudar outras pessoas que também estão enfrentando esta batalha.

Além de Luíza, o Social Bauru conversou com outras pessoas na cidade que não pensaram duas vezes e passaram a tesoura nos fios em benefício ao próximo. Saiba como foram as experiências:

cabelos-doacao-luizaLuíza Peres, estudante
“Eu estava deixando meu cabelo crescer para o meu aniversário, para fazer a trança da Elsa (Frozen), mas depois comecei a pensar em um visual novo e diferente, então veio a ideia de cortar meu cabelo bem curtinho. Minha mãe já sabia sobre a ONG “Cabelegria” e falou que nós poderíamos doar meu cabelo para ajudar a fazer as perucas. Confesso que fiquei muito feliz e ansiosa para ver o resultado, mas também fiquei com um pouco de medo de não gostar do jeito que ia ficar… ao final, eu fiquei muito feliz com o corte! O cabelo virou peruca e, depois de um tempo, recebi um vídeo de uma menininha abrindo uma caixa de presente e tirando a peruca lá de dentro, fiquei muito feliz por ver aquela garotinha contente. Eu já tive câncer e, depois que isso aconteceu, meus pais e eu percebemos como realmente é quando isso acontece com a gente, então nós começamos a fazer doações para o hospital, inclusive do meu cabelo, porque isso pode deixar alguém que está triste, muito feliz. Com certeza, eu doaria novamente!

 
 

cabelos-doacao-josianeJosiane Barbieri
Eu sempre gostei de mudar o visual mas, na maior parte do tempo, eu tive cabelo comprido. Meu cabelo cresce muito rápido e sempre achei mais fácil cuidar de cabelos longos, até porque meu cabelo é muito volumoso. Além de ter aquela ideia boba de cabelo comprido ser mais feminino. Mas eu já cortei e doei algumas vezes. A minha primeira doação de cabelo foi em junho de 2014. No final de 2013, eu perdi um amigo por causa de câncer. Ele não respondia mais ao tratamento; teve um tumor foi bem agressivo e rápido. A perda dele me afetou muito (afeta até hoje..) e ele usou muito boné e touca durante o tratamento, pois tinha perdido o cabelo. Quando eu soube de instituições fazendo perucas para pessoas em tratamento com doações de cabelo, eu decidi doar na mesma hora. Eu não precisava daquele cabelo e muitas outras pessoas precisavam mais que eu. Na época eu enviei por correio para a “Cabelegria”. Dessa vez, eu cortei o cabelo, mas ainda não doei. Ele está na minha casa, inclusive, a cabeleireira me deu uma mecha de outra cliente que ia doar e esqueceu lá. Eu fiz parte de projetos sociais em Bauru durante muitos anos, um deles foi o Projeto Alegria, que trabalha dentro do Hospital Estadual. E por perder um amigo, jovem e cheio de planos, eu me sensibilizei pela causa. Juntou essa sensibilidade com a vontade de mudança, de fazer algo diferente com o cabelo, de mudar a aparência, e eu cortei novamente. Nessa vez o corte foi mais radical, meu cabelo estava repicado, mas na parte mais comprida: foram 30 centímetros a menos! Cabelo cresce, e o que é um simples corte para mim, pode aumentar a autoestima de alguém em tratamento! Tenho o sentimento foi de dever cumprido.

 
 

cabelos-doacao-isadora
Isadora Venturini

Decidi cortar o cabelo porque gosto de mudanças e a ideia de doar veio depois que eu fiquei sabendo que o Hospital Amaral Carvalho de Jaú precisava de materiais para as confecções de peruca. No salão me falaram que tinha que mandar pelo Correio, mas aproveitei que meu pai sempre viaja e pedi para ele levar para mim. Até recebi uma cartinha deles, super fofa, agradecendo pela doação. No momento da doação eu senti felicidade e um pouco de receio de como ficaria o corte em mim. Pois era um corte que eu não tinha feito ainda. Com certeza, penso em cortar e doar novamente.

 
 

cabelos-doacao-melinnaMelinna Rangel
“Eu decidi cortar no dia mesmo! Estava com a ideia já fazia um tempo, mas me faltava coragem. Desde o momento em que decidi cortar, eu já sabia que seria para doação. Olha, no momento do corte, confesso que eu quase chorei, mas depois senti um alivio enorme. Agora, estou adorando ter cabelo curto! É muito mais prático e antes o meu cabelo estava me dando muito trabalho. Amei o resultado, ficou melhor do que eu esperava. Se surgir uma outra oportunidade, penso em doar novamente. Na verdade, já tentei doar antes, mas as pontas estavam loiras e assim não conseguiria. A experiência de saber que você vai deixar uma pessoa feliz com algo que é tão simples é incrível. É um ato de amor ao próximo.

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