Paulo Macarini mora sozinho há mais de 10 anos
Paulo Macarini mora sozinho há mais de 10 anos

Morar sozinho é uma situação comum, mais cedo ou mais tarde, a necessidade de sair da casa dos pais vai chegar. Nem sempre estamos preparados pra isso, mas também não temos que estar, segundo o psicólogo Marcelo Gonçalves Rodrigues. O profissional de Bauru afirma que, se há uma vontade de morar sozinho, é um sinal de que tudo vai dar certo: “Se não ocorrerem grandes imprevistos nesse trajeto, o tempo, o compromisso, a noção de responsabilidade falarão mais alto e, de certa forma, contribuirão para lapidar e enriquecer esse sujeito”.

Ninguém estará cem por cento preparado para se mudar da casa dos pais; não há treinamento que suavize o impacto de não ter mais alguém com quem você podia contar pra qualquer coisa. Cozinhar a própria comida e enfrentar problemas que, antes, nós nem sabíamos que existiam são apenas algumas situações do dia a dia de quem mora sozinho. Para que os problemas da ‘vida independente’ não cause grandes traumas é importante que pais e filhos conversem e se preparem para essa separação. Segundo o psicólogo, “uma mudança assim necessita de cuidados e ponderações para se evitar algumas surpresas. Portanto, devem ser estudados, avaliados e deve haver um planejamento por parte dos pais tanto quanto existe um planejamento por parte dos filhos”.

Alguns perrengues sempre acontecem: na hora, é desesperador e a primeira reação é sempre procurar os pais, que estão longe e não têm como ajudar muito. Mas, depois a história sempre fica engraçada e serve de aprendizado para a vida. No caso da Isabela Parisi, bauruense que mora sozinha há quatro anos, um incidente resultou em lição. “Eu tinha acabado de me mudar pra Araçatuba e tinha um compromisso quando meu carro quebrou. A primeira coisa fiz foi ligar para o meu pai, mas não tinha o que ele fazer. Depois disso, eu coloquei como uma meta que eu nunca mais iria depender de ninguém pra esse tipo de coisa, então hoje eu tenho tudo no meu carro, como número de seguro, cabos e ferramentas, pra eu me virar sozinha ao máximo”.

E a grana?
Um fato interessante, comum entre pessoas que moram sozinhas, principalmente universitários, é a parte financeira. Como ainda há dependência dos pais, que acabam mantendo duas casas, a falta de grana é constante e a economia é necessária em todas as circunstâncias. A Lais Rodrigues, que é de Jundiaí e se mudou para Bauru pra fazer faculdade, indica colocar todos os gastos na ponta do lápis, ou do celular, para estar sempre no controle. “Minha dica é anotar todos os seus gastos em uma planilha e sempre deixar uma margem para imprevistos. Hoje em dia, existem vários aplicativos para cuidar das finanças pessoais. Também é uma boa planejar as refeições da semana e idas ao mercado. Assim, você evita desperdícios”.


Estar sozinho pode ser benéfico!

Como em toda mudança, o começo é sempre mais doloroso, pois precisamos nos adaptar a novas situações. No caso de morar sozinho, a solidão é um sentimento constante e, de acordo com o psicólogo, devemos prestar muita atenção a isso: “A solidão não necessariamente está atrelada a morar sozinho. É provável que quem se sinta solitário nesta circunstância, sinta-se assim também em outros contextos de sua vida em que esteja repleto de pessoas a sua volta. Outra questão importante a ser avaliada é que, ao morar sozinho pela primeira vez, a sensação de solidão pode, na verdade, ser simplesmente saudades”.

Se você estava pensando em sair da casa mas, depois do que leu, está mudando de ideia, não desista! Se por um lado há partes ruins, por outro, os benefícios de se morar sozinho são muito maiores e fazem todo o esforço valer a pena. Paulo Macarini há 12 anos saiu da casa dos pais não pela necessidade, mas apenas pela vontade de morar sozinho. “É bem difícil, principalmente se você tem um nível alto de conforto e quer mantê-lo. Mesmo assim, vale a pena. Apenas aproveite o máximo e aprenda com as dificuldades e os problemas, pois é muito enriquecedor”, aponta.

Morar sozinho é colocar todas as roupas juntas na máquina de lavar, é comer miojo com salsicha (se queimar, ainda bem que existe o pão!), é começar a gostar de eletrodomésticos e recorrer ao Google diante daquela dúvida cruel (“como saber se o ovo está bom”, por exemplo). Mas também é ter seu próprio espaço, é poder ficar sozinho quando não quer falar com ninguém, virar a madrugada conversando com os amigos, é deixar a toalha molhada em cima da cama e ninguém reclamar e, acima de tudo, é ter independência!

Compartilhe!
Carregar mais em Comportamento
...

Verifique também

Corrida dos Namorados do Bauru Shopping está com inscrições abertas

O evento esportivo mais romântico de Bauru já está com as inscrições abertas! A TF Experie…