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Você já imaginou uma biblioteca formada somente de áudios? Pois é assim que funciona o Biblioteca Falada, projeto da Unesp de Bauru, feito para os alunos do Lar Escola Santa Luzia para Cegos. O projeto viabiliza o acesso de pessoas com deficiência visual a conteúdos escritos e tem como objetivo proporcionar acessibilidade cultural e inclusão.

“O projeto tenta, ainda que de forma humilde e reduzida, contribuir e proporcionar esta acessibilidade cultural mínima”, conta a coordenadora do projeto, Suely Maciel. Formado por aproximadamente 30 pessoas, entre elas alunos de jornalismo, psicologia, radialismo e relações públicas, além de voluntários externos, o Biblioteca Falada já produziu aproximadamente 350 produtos.

Alunos do Lar Escola Santa Luzia para Cegos
Alunos do Lar Escola Santa Luzia para Cegos


História do Biblioteca Falada

O projeto começou a ser desenvolvido em 2004 por um professor do Departamento de Ciências Humanas da Unesp. Quando ele se aposentou, em 2013, a professora Suely Maciel, formada em Jornalismo, atuante na área de rádio e produção sonora, assumiu o projeto.

A partir de então, o Biblioteca passou por um reformulação, mantendo a sua base, mas com duas diferenças: os tipos de produção aumentaram e os temas passaram a ser decididos diante da demanda do próprio Lar Escola. Se antes eram gravados apenas áudios de alguns livros e notícias de jornal, hoje, o projeto faz audiodescrição de filmes, livros, personagens e receitas, além de documentários. Os voluntários do projeto também fazem visitas periódicas no local e conversam com os alunos para saber qual informação eles querem acessar via áudio. Portanto, nada é decidido pelo projeto, mas sim, pela demanda dos alunos.


Como funciona a produção

Depois de elencar os assuntos que os alunos querem ouvir, os voluntários fazem uma pesquisa de levantamento de informação sobre o assunto e produzem o roteiro que será gravado.

Os conteúdos são gravados em CD e DVD e entregues aos alunos do Lar Escola, que estão fazendo uma fonoteca com as produções. Este material também é disponibilizado no site do Biblioteca Falada.

“Quando entregamos a produção, fazemos quatro cópias: uma para quem solicitou o material e mais três cópias, que ficam disponíveis no Lar. Quem faz o pedido específico tem uma cópia daquilo que solicitou”, explica Maciel.


O que é produzido

Além dos alunos do Lar Escola Santa Luzia para Cegos, o projeto aceita demandas do Centro de Prevenção à Cegueira de Americana e de quem mais pedir, já que o objetivo é permitir a acessibilidade.

Como dito, os pedidos vão desde receitas até documentários sobre cantores como Leandro e Leonardo e personagens da teledramaturgia. Além disso, o projeto faz resumos de capítulos de novelas, notícias em geral, legislação referente aos deficientes visuais e muito mais.


Como ajudar

O melhor jeito de ajudar o Biblioteca Falada é com a divulgação, para que o projeto consiga atender cada vez mais as pessoas que necessitam deste tipo de produto.

“As pessoas com deficiência visual têm pouco acesso aos produtos. Não é cultura no nosso país trabalhar com este tipo de produção. Quando se pensa em material adaptado e acessibilidade, se pensa em braile e leitores de tela. Mas, e quem não tem acesso ao computador? A oferta de material acessível é muito restrita. Por isso, nós estamos aqui para atender quem nos procura”, informa a coordenadora do projeto.

Alunos do Lar Escola Santa Luzia para Cegos
Alunos do Lar Escola Santa Luzia para Cegos


Além de Bauru

O projeto tem o sonho de levar a acessibilidade não só para as pessoas do Lar Escola Santa Luzia, mas para todos que necessitam.

E, alguns voluntários estão tão engajados que usaram o projeto como base para desenvolver outros tipos de pesquisa sobre o assunto. Uma aluna da Unesp, por exemplo, fez iniciação científica sobre a produção de mídia sonora acessível como pesquisa acadêmica. Já outra estudante fez um livro-reportagem sobre as pessoas do Lar Escola Santa Luzia para Cegos e, ainda, uma jovem produziu a primeira reportagem multimídia 100% acessível no Brasil sobre acessibilidade nos sites de reportagem.

Isto prova que o projeto transforma também quem está envolvido nele, como diz a voluntária Lara Sant’Ana, atuante no Biblioteca há três anos. “O projeto me ajudou a ver o quanto a nossa informação é exclusiva. Confesso que, depois destes anos participando do projeto, fica difícil pensar em produzir algo que não seja acessível para o maior número de pessoas possível”, conta Sant’Ana.

Biblioteca Falada
Para conhecer mais o projeto, acesse:
Site: www.bibliotecafalada.com
Facebook: www.facebook.com/bibliotecafalada

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