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Em tempos de tecnologia, a internet está presente em tempo integral na nossa vida. Seja para trabalhar, se informar ou até mesmo se divertir, ela está sempre lá. Mas e os relacionamentos entre as pessoas, o que mudou? Hoje em dia, a relação social vai muito além do que ter amigos no Facebook. O filme “Her”, história de um homem que se apaixona por um sistema operacional, retrata muito bem até que ponto as relações interpessoais podem chegar.

Parece estranho pra quem ainda não está acostumado, mas a internet aproxima as pessoas que estão longe e, muitas vezes, não se conhecem. Pensando nas novas amizades que surgiram pelo mundo virtual, criou-se o Dia do Amigo do Facebook, comemorado no dia 4 de fevereiro.

Muitos bauruenses têm amigos virtuais e nós, do Social Bauru, fomos conversar com alguns para saber como é manter uma amizade a distância.

ana-kanashiro-bauru1Ana Kanashiro
“Eu me formei em jornalismo e resolvi fazer outra faculdade, só que a distância. Aí tive um trabalho em grupo em uma das disciplinas e conheci uma menina, que se tornou minha amiga. Nos ajudamos ao longo dos quatro anos. Não nos conhecemos pessoalmente, mas sabemos tudo da vida uma da outra. Nesse meio tempo, ela casou e teve um filho. Parece que somos amigas há muito tempo. Me formei ano passado e até hoje mantemos contato. Hoje mesmo ela estava me contando do primeiro dia de escolinha do filho dela que foi ontem. Faço administração a distância e o nome dela é Cledir.”

 

hully-bauru1Hully Anne Rossini Batista
“Acredito que eu tenho por volta de uns cinco bons amigos virtuais. Um deles eu conheci em um fórum de discussão sobre um sistema em que sou usuária e ele é analista de implantação. Inclsuive, brigamos muito e ele pediu meu Skype. Aí, começamos a conversar e descobrimos que somos ‘gêmeos’, até na data de aniversário! Com isso – e mais um milhão de afinidades – viramos os melhores amigos de infância. Já o outro amigos, o Ivander, eu conheci no UOL em 2004, em um dia péssimo que havia perdido minha vó. Nos apoiamos muito. Perdi as contas de quantas vezes viramos a noite ao telefone nos apoiando. O Daniel é de São Paulo e o Ivander é de Bauru mesmo. Ainda não conheço o Daniel, mas isso deve acontecer logo! Já o Ivander nos conhecemos em 2004 em um show numa casa noturna, viajamos juntos ao Hopi Hari, onde ele me fez passar a maior vergonha da vida entrando no ônibus da excursão com café da manhã pra mim, literalmente batendo lata! (risos). Viramos superamigos há exatamente 13 anos (hoje tenho amizade com a linda e querida esposa dele Patrícia e seus amados filhos que eu tenho como sobrinhos!) Nos falamos sempre! Com o Daniel, apesar da distância, nos falamos quase todos os dias, temos um vínculo muito grande, uma amizade bonita que envolve até a família. Meu noivo, por exemplo, também virou amigo dele , nos tratamos como irmãos e nos apoiamos muito na vida! Com o Ivander é diferente, já somos parte um da vida do outro, estamos perto e quando precisamos de um ombro estamos aqui! Ele pra mim e eu pra ele, somos praticamente da família! Na minha opinião, quem acha que amigo virtual não é válido nunca se entregou verdadeiramente a uma amizade virtual. O segredo é sempre ter o virtual como o real! Eu tenho vários presentes virtuais que a vida me deu, como pro exemplo meu noivo que conheci em 2008 na internet. Tenho esses amigos preciosos! Mas como eu disse, precisamos nos doar, acreditar que atrás daquela tela tem um coração, uma vida alguém que precisa de atenção. Eu já cheguei a almoçar virtualmente com o Daniel, ligamos a webcam e conversamos como se estivéssemos na frente um do outro. Ele conhece muito mais de mim do que muitas pessoas próximas! Eu sou apaixonada por tecnologia e hoje querendo ou não vivemos mais dentro de um celular no bolso do amigo do que ao lado dele em uma mesa de bar! Por que não ser virtual? Por que não ter amigos sinceros e que se preocupam comigo do outro lado do mundo?”

 

thiago-vendrami-bauru1Thiago Vendrami
“Tenho incontáveis amigos virtuais. Aqueles que nunca tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, outros que ao menos uma vez pudemos estar juntos. Alguns mais recentes por conta de afinidades profissionais, políticas ou religiosas, outros que já passam dos 20 anos de diálogos virtuais. Lá em 1995 os ‘points’ virtuais eram o chat do UOL ou mIRC. A pessoa que trago hoje um relato sobre nossa amizade que, apesar de meios virtuais é intensa e real, é a venezuelana, lá de Caracas, Marisela. O como nos encontramos no universo virtual é uma incógnita, estamos discutindo isso há tempos: eu acredito ter sido via Netmeeting, um aplicativo da Microsoft que vinha em versões do Windows, enquanto ela teima que foi em alguma sala de bate-papo internacional do Yahoo. Depois amadurecemos juntos com MSN, Orkut, Whatsapp e Facebook, esse último que apesar de ser instrumento de trabalho nunca tive muita afinidade para finalidades pessoais. Na verdade ela pode estar certa. Eu desde pequeno sempre quis aprender a língua espanhola e conhecer a realidade de outros países, sobretudo os latino-americanos. Só sabemos que foi em 2000. Ela não sabia falar português e eu tampouco o espanhol. Mas tínhamos um intenso interesse em aprender e ela já tinha indícios de querer se vir morar no Brasil (o que sempre apoiei, apoio e apoiarei). Nos corrigíamos e nos corrigimos bastante até hoje, há uma grande liberdade para isso entre nós. Descobrimos muitas afinidades, mas em especial nossa fé católica apostólica romana e política. Politicamente éramos opostos, na época eu tinha 16 anos e acreditava cegamente no socialismo e tinha uma grande simpatia por Hugo Chávez. Com toda a paciência e respeito do mundo ela me ensinou que aquilo que eu lia e ouvia eram versões de alguém que queria que eu acreditasse naquilo. No fim de 2016, ela finalmente concluiu o curso de língua portuguesa e sou muito feliz por ter colaborado com a prática dela, nas pronúncias e tirando dúvidas nos horários mais alternativos possíveis graças ao fuso horário. O sonho dela vir morar no Brasil ainda é intenso. Ainda não nos encontramos pessoalmente. Tivemos apenas duas oportunidades que não se concretizaram por eu ser adolescente e minha mãe não deixar eu ir a São Paulo e agora no fim de 2016, mas compromissos pessoais e profissionais não permitiram. Muita gente fala que a amizade virtual não é válida e que amigo de redes sociais não é de verdade. Sinceramente, acredito que estamos sempre rodeados de farsas e fraudes no campo da vida real. Claro que não podemos generalizar que, se temos 5 mil amigos no Facebook, temos esses 5 mil amigos. Para finalizar, Marisela e eu nos falamos com uma certa frequência. Vezes mais por conta das novidades em nosso país outras menos, resumindo-se a um ‘olá, tudo bem? Trabalhando muito?’. Uma amizade virtual que se tornou um grande repertório cultural.

 

tatiana-calmon-bauru1Tatiana Calmon
Comecei as amizades por plataformas como o Orkut, Facebook e Twitter. Não dá pra citar todas as amizades virtuais, mas vou destacar três. Claudia Pinto, que também é de Bauru. Sabia que ela existia e ela sabia de mim, mas, éramos apenas conhecidas. Há seis anos tive graves complicações de saúde e, num momento bem difícil, ela, a quem chamo de ‘fada das luzes’, fez e me enviou ao hospital uma casinha da Frida Kalo. Desse dia em diante, nossas vidas se entrelaçaram muito e nos tornamos muito amigas. De confidências, risadas, lágrimas, choros e, principalmente, de incentivos. A minha outra amiga é a Rita Medeiros, que é de Guarulhos. Nossa primeira aproximação se deu por amigos em comum com o perfil político parecido. Das curtidas e compartilhamentos, iniciou-se uma amizade maior e nos falamos sempre sobre vários assuntos. E claro, existe a promessa de visitas! (risos). A Rita disse que um dia vem passar o carnaval aqui e eu que vou lá ver um jogo do timão com ela. Nos falamos pelo facebook e pelo whatsapp, quase todos os dias. Outra é a Vana Goulart, de Florianópolis. Temos muitos amigos em comum e também temos proximidade política ideológica. Não a conheço pessoalmente, mas ela conhece meu marido e eu o irmão dela. A aproximação se deu por preocupação dela com o meu estado de saúde. Vencida essa fase, nossa amizade tem caminhado pela vida. Trocamos mensagens, telefonemas e falamos dos nossos sonhos, desejos e preocupações. A promessa de visita é constante, mas, sempre acontece algo que acaba atrapalhando. Eu digo que os sentimentos são reais. A honestidade, cumplicidade e companheirismo não precisam do vínculo físico. O mesmo se diz em relação ao caráter. Se uma pessoa é correta, ela não faz do meio virtual uma porta de mentiras, traições e golpes. Além das amizades mencionadas acima, tenho até outros casos para dizer, já que, através da internet pude me aproximar de muita gente querida. Criamos e fortalecemos grupos de discussão política, de solidariedade, de confraternização.

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