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Localizada na área rural, depois de Piratininga, a casa simples, apenas com uma sala, um quarto, uma cozinha e um banheiro, mas com uma vista exuberante da mata logo atrás é a moradia de Bruno Francisco há aproximadamente um ano.

Enquanto prepara um suco de limão com couve, colhidos naquele mesmo instante de sua horta, o biólogo conta como foi sair da cidade e mudar seu estilo de vida com o objetivo de aprender a plantar seu próprio alimento.

Logo após se formar, o jovem planejava arrendar uma terra, quando recebeu o convite de um amigo para ir morar na fazenda da avó e trabalhar juntos. A partir dessa ideia, Bruno, junto com mais três pessoas, cuidam do “Empório Rural Museu do Café”, que fornece vegetais orgânicos em modelo de cesta para quem quiser comprar.

Bruno aceitou a proposta e começou a colocar em prática tudo o que aprendeu no curso de biologia da Unesp, de Bauru, e no curso de olericultura orgânica, no Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

“Aprendi a produzir vegetais no modelo orgânico, transição do modelo convencional para um modelo ecologicamente correto. Agora eu estou implantando o modelo agroflorestal para trabalhar com a produção de horta associado à agrofloresta, onde você tira alimentos e nutre um solo que, antes, estava degradado”, explica.

Em meio a pés de rúcula, chicória, almeirão, batata doce, mandioca, feijão, milho, alho poró e muitos outros tipos de alimentos, Bruno tem mudado o modo como se alimenta para conseguir, cada vez mais, comer apenas o que produz: “prefiro comer só o que eu planto. Às vezes eu compro arroz, mas não gosto muito, então, quando tem batata doce e mandioca, eu prefiro comer os vegetais”.

Além dos benefícios para a saúde por se livrar de alimentos que contêm agrotóxicos e não são saudáveis, o novo estilo de vida trouxe boas consequências para o bolso de Bruno, que gasta em média apenas R$3 por semana no supermercado.

“Tem dias que eu tenho vontade de comidas industrializadas como macarrão, então, eu vou na cidade e compro. Mas eu quero diminuir isso, pois você se sente bem melhor. Eu vejo meus amigos que sempre ficam doentes, mas meus vizinhos aqui da fazenda, que consomem o que a gente planta não ficam doentes. Então, quando eu vou no supermercado é pra comprar algo que eu tenho vontade de comer e não dá pra produzir aqui”, conta Bruno.

Apesar de estar em outro ambiente, Bruno foi criado na cidade, portanto, seus costumes ainda estão enraizados. Porém, com esta nova rotina, ele garante que sentiu diferença não só na alimentação como em seu corpo e sua mente. “A pessoa que muda para um ambiente mais tranquilo, sente que a qualidade de vida é muito boa. Na cidade, chegou uma época em que eu não sonhava durante a noite, depois de mudar pra cá eu comecei a sonhar de novo. Além disso, é muito gostoso você plantar, ver o alimento crescer e depois colher e comer. Hoje em dia eu me sinto bem”, comenta com sorriso no rosto.

Outro aspecto urbano que Bruno não abriu mão foi da tecnologia: “acho a tecnologia extremamente importante. Até pra facilitar na agricultura e na divulgação, ela é muito boa. Eu não assisto TV, mas na internet tem muita informação, então é muito importante.”

O apoio dos amigos vem em forma de curtidas no Facebook quando Bruno posta fotos da horta e da vida no campo, mas sua mãe e irmã acham que ele deve trabalhar e morar na cidade como uma pessoa ‘normal’. “Às vezes eu posto foto na horta de algo diferente como milho sagrado e batata doce colorida, e o modelo agroflorestal é algo muito chamativo porque você vê os vegetais com flores, fica bonito e as pessoas curtem. Mas minha mãe e minha irmã acha que eu tenho que morar na cidade e ficar trabalhando. Porém, não é isso que eu quero, porque a cidade é um ciclo. Você trabalha todo dia e no fim do mês acabou o seu dinheiro; aí tem que trabalhar de novo, você fica estressado e morrendo de vontade de sair no fim de semana”.

Contra sua vontade, Bruno terá que sair da casa alugada onde mora e voltar para a cidade, mas ele não pretende ficar muito tempo longe da natureza: “eu estou pensando em viajar para as áreas rurais de outros países, fazendo um intercâmbio voluntário, quando você trabalha em troca de alimentação, assim posso adquirir mais conhecimento. Acho bacana e dá pra aprender muito com isso. Quero ver o que está passando em outros países, ver o que eles pensam, o que eles plantam, o que eles comem, o que estão fazendo, além de aprender outras línguas.”

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