Matheus Bottura superou o próprio desafio e assistiu a mais de 365 filmes no ano
Matheus Bottura superou o próprio desafio e assistiu a mais de 365 filmes no ano

Imagina reservar duas horas do seu dia para assistir um filme novo? Parece difícil né? Mas o jornalista Matheus Bottura não só atingiu a meta, como ultrapassou. Mesmo com as dificuldades de não ter acesso a um cinema em sua cidade, Mineiros do Tietê, ele conseguiu assistir 381 filmes em 366 dias, no ano de 2016.

Fomos conversar com o Matheus e ele nos contou como foi a experiência e ainda deu umas dicas para quem quer se inspirar na ideia. Confira:

– De onde surgiu a ideia de assistir um filme por dia durante o ano?
No Réveillon de 2014, vi uma postagem na página 365 Filmes que listava os benefícios de se ver um filme por dia. Lendo aquele post, acabei gostando da ideia e resolvi aplicar isso para o ano que viria, tentando unir o útil ao agradável. Além de ver os filmes e tentar aprender mais sobre, ainda usava isso como post semanal para o meu blog, o Junta 7. Conforme 2015 foi passando, acabei desanimando e fechei o ano com 211 filmes vistos. Tentei repetir a dose em 2016 e como não estava estudando e sem emprego, acabei me empenhando nesse desafio e dando um gás bem grande. No começo do ano, cheguei a ver sete filmes em apenas um dia. O fim do ano chegou e eu finalmente consegui cumprir o desafio, indo um pouco além, pois vi 381 filmes nos 366 dias de 2016, o que dá um pouquinho a mais de um filme por dia, se fizermos uma média.

– Você sempre gostou de cinema? Como aconteceu essa aproximação com os filmes?
Eu sempre gostei, na verdade. Mas o grande empecilho fica por conta de que minha cidade não tem um cinema, então sempre que ia ao cinema era aquele evento. Pipoca, tela grande, poltronas e tal, coisa que é meio fora da minha realidade. Sempre fiquei muito refém do que passava na televisão ou encontrava para download, mas o cenário mudou nos últimos anos por conta do Netflix, que despontou como uma alternativa bem mais viável.

– Você se considera cinéfilo?
Se pegar na raiz da palavra, acho que não posso me considerar um. Adoro ver filmes e poder conversar sobre, mas nunca parei para estudar sobre a evolução, as escolas e tal. Aprendi muito no último ano, mas ainda estou bem longe de ser um grande entendedor. Acho que posso dizer que sou mais um entusiasta da sétima arte.

– Como você se programou para conseguir assistir um filme por dia? Foi fácil cumprir a meta?
Para ver filme, preciso estar com o espírito para aquilo. Ver forçado, só para cumprir uma meta, tira todo o prazer da brincadeira. Então, eu só assistia quando eu realmente estava com vontade. No começo de 2016 eu estava bem mais empenhado, vendo uma média de 2 a 3 filmes por dia. Quando comecei a fazer um curso, em fevereiro de 2016, acabei reduzindo para 1 filme por dia, isso quando via. Dei uma adiantada tão grande no começo do ano, a ponto de ficar mais de um mês sem ver nada e, ainda assim, estar em vantagem.

– Como você escolheu os filmes que iria assistir? Qual plataforma usou (download, online, Netflix, alugou)?
Mesmo sabendo que isso não é certo, a maioria dos filmes foram frutos de download. Minha cidade não possui cinema e, além de só trazer filmes blockbusters, ele não têm uma estrutura bacana. Isso sem contar o preço que é bem abusivo. Então, se eu quisesse ver algum filme “alternativo”, como os que concorreram ao Oscar 2016, que só chegariam ao cinema depois da premiação, como “A Garota Dinamarquesa” ou “Spotlight – Segredos Revelados”, precisava recorrer a essa prática. Ida ao cinema mesmo só fui por conta de filmes da cultura pop, como os de heróis e Rogue One, que faz parte da saga Star Wars. Além disso, o Netflix foi um grande parceiro, pois descobri muito filme bacana por lá.

– Você fez alguma anotação de todos os filmes que assistiu? Um catálogo?
Sim. Todos os filmes que eu vi foram marcados em uma tabela, com seus nomes (original e adaptado), além do ano de exibição. Outra forma é que eu postava as capas e a sinopse no Facebook, até como registro mais visual. O mais legal é que alguém sempre comentava sobre os filmes e dava para trocar uma ideia sobre.

– Qual foi o seu preferido e o que menos gostou?

Não é a coisa mais simples escolher um entre quase 400. Dos que foram lançados em 2016, além de alguns que concorreram ao Oscar, me encantei demais por “Kubo e as Cordas Mágicas”, que concorreu em duas categorias do Oscar deste ano. Ele é um filme que faz um mix de stop motion e CGI. Agora, os que eu mais detestei foram dois com ligação com a internet. Um é americano, chamado “Internet Famous”, simplesmente tenebroso. Assisti por conta de viners que eu acompanhava e me arrependi demais. O outro é nacional, o “Porta dos Fundos – Contrato Vitalício”, que também é bem ruim.

– Deseja repetir a dose?
Eu meio que já estou e também não estou repetindo. Estou vendo os filmes sem a pressão que eu tinha me colocado no ano passado, da mesma forma que estou colocando-os em tabela, mas sem ficar naquela “piração” de bater a meta. Se eu conseguir ver 365, vai ser ótimo. Se não, sem problemas.

– O que você tirou dessa experiência?

Acho que a principal lição foi de que existem produções excelentes de países que a galera não conhece o cinema. Nessa empreitada, além de filmes brasileiros e americanos, devo ter visto, ao menos, outras dez ou doze nacionalidades diferentes. Vi filmes muito bons de lugares que nunca imaginaria, como Alemanha (A Onda), Espanha (O Clube dos Incompreendidos) ou Turquia (Cinco Graças).

– Uma dica para quem quer se inspirar na ideia.
Não tenha medo de explorar o novo. Às vezes a gente está tão acostumado com a nossa zona de conforto que assiste a um mesmo filme uma centena de vezes, sendo que tem outros filmes tão bons, mas que você nunca saberá se não tentar. O Netflix tem um catálogo tão grande que eu aposto que você vai encontrar algo de diferente e que vai ser de seu agrado. E ele ainda te dá opções relacionadas naquela mesma linha. Para você se encantar pelo novo, é só explorar.

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