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Todo ano Bauru recebe novos estudantes vindos das mais diversas cidades do País, portanto, é normal se deparar com jovens perdidos ou pedindo informações por aqui. Para evitar que isso aconteça, os alunos mais velhos, normalmente que estão indo para o segundo ano de faculdade, se reúnem para ajudar que está chegando, ou seja, os bixos.

Durante o ano, os futuros veteranos se reúnem em comissões que vão organizar a recepção dos calouros na nova cidade. Cada curso se prepara de um jeito e tem uma tradição diferente, mas todos têm o objetivo de informar aos novos estudantes sobre a cidade, a faculdade e o que eles irão enfrentar durante o primeiro ano em Bauru.

A recepção mesmo antes dos calouros chegarem é imprescindível. “A integração antes é tão importante quanto a integração de chegada ao lugar. Eu sou relativamente organizada, então gosto de ter tudo em e ficar menos perdida possível. Conhecer o lugar e as pessoas antes é bem importante para a adaptação e o conhecimento sobre tudo. Sem isso, com certeza, seria muito mais difícil”, conta Letícia Pinho, caloura do curso de jornalismo e natural de Jundiaí.

Tudo começa no dia em que a lista de aprovados é publicada e para isso a internet é fundamental! Os veteranos fazem um grupo de integração no Facebook e adicionam os nomes para que todos possam conhecer os novatos, incentivando a interação com os colegas de sala.

“[A recepção] começa assim que saem as listas. Começamos a procurá-los por nome na internet para já orientá-los. Logo que conseguimos o acesso, colocamos os mesmos nos grupos do Facebook e do WhatsApp e orientamos sobre as atividades que ocorrem na primeira semana das aulas”, explica a Comissão dos Bixo do curso de Biologia da Unesp.

Ajuda na hora certa!
São muitas dúvidas que surgem quando se chega em uma cidade nova e nada melhor do que pessoas que já passaram por isso, para responder as questões mais importantes. Para não deixar nenhuma informação de lado e, ainda, organizar em tópicos todos os dados, a Comissão dos Bixos de Jornalismo da Unesp fez um manual chamado de “Guia dos Mochileiros de Bauru: como sobreviver na cidade sanduíche”.

No guia, os bixos podem encontrar informações sobre a cidade, moradia, transporte, restaurantes e até lugares para se divertir. “As orientações que julgamos mais necessárias, como já estudamos durante um ano aqui e já sabemos qual parte tivemos mais dificuldades, são sempre esclarecidas. Outras orientações que passamos é para eles ficarem agregados (as casas ou apartamentos que os veteranos oferecem para eles ficarem logo quando chegam), assim podem contar com a ajuda dos veteranos para conhecer a cidade no início.

Para Lucas Gervázio que passou em jornalismo na Unesp e é de Penápolis, o guia foi essencial para norteá-lo antes de começar a nova etapa: “[o guia] ajudou os calouros a terem uma noção do que virá pelos próximos 4 anos! Eu li e é bacana demais, me ajudou muito, tirando muitas dúvidas a respeito da cidade, de como funciona a Unesp e tudo mais. O curso de jornalismo seria um grande mistério e a aflição rolaria solta até abril. Os veteranos nos tranquilizaram e deram suporte no que fosse preciso”.

Além da recepção via internet, os veteranos também organizam atividades para a chegada dos bixos em Bauru. Logo na primeira semana de aula são promovidas palestras, oficinas, gincanas e um tour de apresentação do campus, tudo para familiarizar os novos alunos com o cotidiano da universidade.

E o trote?
As universidades públicas são conhecidas pelos famosos trotes, conjunto de atividades para marcar o ingresso de estudantes nas instituições. Muitas vezes, essas atividades tomam proporções que passam da simples brincadeira e acabam se tornando abusivas. Hoje em dia, essa relação de superioridade para com os calouros por parte dos veteranos tem diminuído cada vez mais e, por isso, o trote é um tópico bastante conversado entre as comissões.

“A partir do momento que o trote é 100% voluntário e que não agrida o calouro de forma alguma, não vejo motivo para não acontecer, acaba sendo um ‘rito de passagem’ dessa nova fase que eles estão vivendo e se raspar o cabelo, ou ficar com o rosto e os braços inteiros pintados com guache são uma forma de comemorar, que comemorem! Estamos muito felizes de estar fazendo parte desse momento com eles e queremos que seja tão bom e memorável quanto foi para nós. Repudiamos qualquer trote que obrigue o calouro a fazer algo que o coloque em situação constrangedora e/ou desconfortável. Ser veterano não é uma abertura para humilhar nem agredir ninguém e lutamos e nos esforçamos para que isso não aconteça”, expõe a Comissão de Calouros de Design da Unesp em Bauru.

Entre os bixos, o trote é um momento muito esperado, já trata-se de um rito de passagem que confirma que eles realmente conseguiram uma vaga na universidade pública, depois de muito estudo. “Acho que o trote deve ser um momento de diversão que possa ligar pessoas até então desconhecidas e fazer com que a interação entre estas seja a melhor possível. Então, eu acho importante, sim. É o momento inicial do calouro na Universidade e o trote simboliza um evento de integração”, diz Lucas.

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Mesmo depois de muita pesquisa e conversa, o friozinho na barriga sobre o que vai enfrentar é inevitável, por isso, pedimos para que as comissões com as quais conversamos deixassem algumas dicas para os bixos:
“Fiquem tranquilos! No começo, pode parecer um bicho de sete cabeças, você vai estar longe da sua casa, da sua família e vai ter dificuldades, mas nós estamos aqui para te ajudar, te tranquilizar e fazer essa experiência o mais fácil possível para você. Nós já passamos por isso, sabemos como é difícil, mas é para isso que estamos aqui. Para tirar dúvidas, conversar, acalmar seu coraçãozinho e dizer que vai dar tudo certo” – Comissão de Jornalismo da Unesp.

“É sempre muito difícil sair de casa e mudar para um lugar totalmente novo e com pessoas que ainda são estranhas. Como tudo, no começo não é fácil, existe a saudade de casa, as dificuldades da faculdade, a timidez sobre os colegas, mas as coisas se acertam e vocês sempre poderão contar com o apoio dos veteranos para conhecer melhor a cidade e até se enturmar com outras pessoas. Estamos aqui para mostrar as coisas positivas da cidade e sempre nos mantemos dispostos a ajudá-los em qualquer situação” – Comissão de Biologia da Unesp.

“Venham com tudo! Sabemos que dá um frio na barriga chegar em um lugar onde você não conhece ninguém, mal sabe onde é o mercado ou a farmácia, não sabe os horários de ônibus e está com saudade da sua família, mas venham sem medo! Essa fase da Universidade é incrível então vivenciem-na por completo! Participem das atividades da semana de recepção, conversem com veteranos, vão ao bar com a gente, participem dos ‘rolês’ e ah, o InterUnesp é em Bauru esse ano, não percam a oportunidade! Venham que a gente está esperando” – Comissão de Design.

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