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Exibida. É assim que a cantora bauruense, Bella Carazzatto se define, já que sempre gostou de fazer apresentações de música e dança para a família. Toda essa desenvoltura ajudou Bella chegar onde ela está hoje.

Mesmo formada em Relações Públicas, Bella não deixou o sonho de ser cantora de lado. O trabalho de dois anos resultou no primeiro CD com 11 faixas autorais e inéditas, sendo uma delas na versão acústica. Para a produção musical, ela canta ao lado de músicos como Henrique Garcia (guitarras e violões), Alexandre Aposan (bateria) Marcus Cesar (percussão), Eli Santana (baixo acústico), Coringa (gaita), Walmir Borges (ukulele), Michel Skava (teclados), Daniel Laleska (sax), Deni Feijó, Aramis Rocha, Robson Rocha e Daniel Pires (cordas), Rodolpho Carazzatto (percussão) e Aline Jordão (backing vocal). Além disso, ela faz mistério em relação à participação especial que também está no CD.

Satisfeita com o resultado, a cantora afirma que o CD está impecável e que o trabalho foi feito pensando no que ela quer passar: “O CD foi feito com muito amor e o Dennis Leite, meu produtor musical, foi muito mais do que eu esperava, ele entendeu exatamente o que eu queria, quem eu era e como eu imaginava aquilo”, conta.

Prestes a lançar o seu primeiro CD, Bella veio a Bauru e conversou com o Social Bauru. Confira a entrevista:

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-Como foi o primeiro contato com a música?
Nossa faz tempo! (risos) Eu era bem criança e não me imaginava fazendo outra coisa, sempre fui exibida, sempre gostei muito de cantar e dançar, mas eu comecei a estudar música com oito anos, quando comecei a fazer aula de canto e preparação vocal. Depois fiz violão e piano e sigo até hoje estudando o canto.

– E qual a sua formação?
Para a faculdade, eu optei por um “plano B”. Fiz arquitetura durante dois anos, mas tranquei. Aí mudei para o curso de Relações Públicas e me formei. Não é algo, especificamente, sobre música, mas tem mais a ver com o universo que eu gosto. Eu me formei em 2015 e, desde então, estou focada no projeto de cantar. Portanto a faculdade foi um “plano B”.

– Sua paixão por música é uma influência do seu irmão que também é músico? (Bella é irmã de Rodolfo Carazatto, baterista da banda Legalê)
Na minha família sempre existiu esse universo musical. Meu tio era músico desde quando me lembro, apesar de não viver disso. Alguns primos do meu pai também têm uma banda chamada “Doce Veneno”, que é uma banda de baile. Minha mãe também sempre foi muito artística. Apesar de ser farmacêutica e ter um negócio há mais de 30 anos, ela tinha o sonho de ser atriz, quando era mais nova. Então sempre tive esse apoio dentro de casa, esse incentivo. Na verdade, eu comecei a cantar antes do meu irmão começar a estudar bateria. Ele é mais velho que eu, só que desde pequena, eu era a ‘exibida’ da casa, eu queria fazer show e obrigava todo mundo a assistir. Eu dançava e fazia minhas primas participarem. Então, isso é algo que nasceu comigo e o universo em que eu vivi ajudou. Minha vó materna também sempre foi muito artística, ela é de Bocaina e sempre cuidou da parte cultural da cidade. Ela trabalhava na prefeitura e era responsável pelo carnaval de rua, então colocava a gente pra participar de tudo! Tenho mil fantasias de criança, saía em cima dos carros alegóricos, sempre participando das atividades artísticas. Nasci querendo ser exibida e a família ajudou nesse meio.

– De onde vem a inspiração para letra das músicas?
Algumas eu compus sozinha e algumas eu fiz em parceria com um amigo meu, chamado Tiago Marte de São Paulo. A inspiração vem de tudo! A maioria das músicas que eu compus sozinha foi de madrugada e, do nada, vinha uma inspiração e eu começava a escrever. Em alguns casos, vinha uma melodia na cabeça e eu fazia a letra depois. Não tem muita regra. Acho que tudo é baseado em experiências que eu vi e vivi na vida; tudo acaba influenciando em quem nós somos, e as minhas músicas é muito sobre quem eu sou, sobre o que eu vejo. Os temas giram em torno de relacionamentos, mas não necessariamente relacionamentos homem e mulher, mas sobre os sentimentos que a gente tem e isso envolve todos os relacionamentos da nossa vida. É baseado em sentimentos.

– Como foi o processo de composição do CD?
Eu dei início ao projeto em outubro de 2013, quando eu fechei o contrato. Iniciei em 2014, mas por motivos de saúde eu fiquei um tempo parada e a gente retomou em 2015, que foi um ano de muita dedicação para compor e pensar o que eu queria. Algumas músicas eu já tinha escrito, já outras eu tinha começado e não tinha acabado, então eu finalizei junto com meu amigo Tiago, outras eu compus com ele. Foi muito legal, ele tem um estúdio em São Paulo, chama “Direto de Marte”, e a gente passava o dia dentro do estúdio. Às vezes saíam várias músicas, às vezes saia uma e às vezes nenhuma. Não sei de onde vem, é natural. Tem dia que não vai e não adianta ficar forçando porque, se sair, não vai ser algo que vem de dentro, vai ser algo do tipo “preciso fazer”.

– Em que etapa está a produção do CD?
Ainda não lancei, porque acabei de finalizar a gravação, que é um processo trabalhoso. Agora o lançamento está no planejamento de estratégias. Ainda não tenho uma data, mas acredito que seja no próximo mês.

– O que você achou do resultado de tanto trabalho?
O CD foi feito com muito amor e acho que isso é um diferencial. Não foi feito pensando na questão comercial. Óbvio que todo mundo quer um retorno do seu trabalho, mas o CD foi pensado no que eu quero passar, quem sou eu, a minha verdade e a gente espera que isso dê certo. Foi um CD que, enquanto estava gravando, eu via a energia das pessoas, todo mundo estava feliz de estar ali e eu fiquei muito feliz também pelas pessoas que estavam do meu lado e que me acompanharam nesse processo. Eu não tenho palavras para agradecer cada um. O Denis, meu produtor musical, foi muito mais do que eu esperava, ele entendeu exatamente o que eu queria, quem eu era e como eu imaginava aquilo. A gente fez o processo inteiro juntos, eu participei de tudo, fiz questão de estar presente em tudo e gostei de sentir a energia dos músicos. Músicos de grande renome no meio artístico, que gravam para grandes cantores, estavam ali falando bem das minhas músicas. Foi muito gratificante, foi o que me deixou mais feliz nesse processo: as pessoas que me rodearam e que eu vi que a energia que estava presente e estava incrível. Apesar de sempre surgir problemas, ficou melhor do que imaginava.

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– O lançamento será aqui em Bauru?
O primeiro lançamento será em São Paulo porque é uma coisa mais voltada para convidados como jornalistas e produtores, mais para a divulgação. Mas quero muito fazer um aqui em Bauru também.

– Em quais músicos você se inspira?
Os artistas, não só na questão musical, em que eu me inspiro e gosto muito, brasileiros, são Ivete Sangalo, pela pessoa que ela é, independente de gostar de axé ou não. A Anitta que surgiu e me inspiro nessa questão de força de vontade, de correr atrás. Mas na questão musical eu escuto muita coisa estrangeira, então acho que é mais baseado no Pop estrangeiro que eu escuto como Bridgit Mendler, Megan Trainor, Beyonce, John Mayer, Jason Mraz. Tem muita coisa, sou bem eclética.

– Você tem muitas fotos tocando violão na praia. Tem alguma ligação com o mar, influência de músicas mais praianas?
Tem algumas músicas no CD que são mais uma cara praia. Eu tenho uma ligação muito forte com a praia, quando eu mudei para a Austrália, que eu morei no litoral, foi onde eu me encontrei, falei que meu lugar é perto do mar. Sempre gostei, desde pequena, acho que traz muita coisa boa, muita inspiração, inclusive espiritualidade, acredito muito em Deus e me sinto muito mais próxima da minha fé. Minhas músicas são isso, é muito o que eu acredito e faz parte de mim, estar perto do mar eu me sinto muito em casa, e para fazer uma coisa com verdade a gente tem que estar se sentindo à vontade. Então tem músicas que eu escrevi na praia, tem músicas que não, mas eu amo estar ali.

– Como você se caracteriza como cantora?
Eu não gosto muito de rótulos do tipo “ah eu canto pop, eu canto pop romântico”. Eu sou cantora de música, independentemente de ser romântica, de ser animada. O que todo mundo fala é que minha música é uma vertente do Pop, mas o Pop é muito abrangente. Eu não gosto muito, mas se você tiver que caracterizar em uma vertente é o Pop.

– Como você vê o cenário musical aqui em Bauru?

Eu acho que é muito difícil para quem quer viver de música, estar no interior, morar e construir uma vida aqui. Eu amo Bauru, mas para a minha carreira e o que eu almejo eu não posso voltar para cá, pelo menos por enquanto. É tudo muito na capital, São Paulo e Rio de Janeiro, então o cenário aqui é um bom, tem um espaço para shows, para novos artistas, tanto é que tem muita gente boa, muita banda e muito artistas que surgem daqui. Mas eu acho que Bauru tem uma coisinha que manda gente para fora, para crescer.

– Quais são os planos para o futuro?
Agora eu não estou pensando muito porque estou muito focada nesse projeto. Acho que a gente tem que dar um passo de cada vez, né? O que eu almejo é sempre aprender e crescer, profissionalmente, espiritualmente e como pessoa, mas não tenho projeto para cinco anos, por exemplo. Meu projeto agora é esse, todo voltado para isso. Dedicação total!

– Qual seu maior sonho?
Ser reconhecida por aquilo que eu faço, pela minha verdade e que as pessoas se identifiquem com isso. Além do sucesso e da fama, o que eu mais quero é ter o reconhecimento por aquilo que você se dedicou e por aquilo que você acredita. Então, as pessoas gostando daquilo que você tem para mostrar, elas estão gostando da sua verdade, de você e acho que não tem coisa mais gratificante.

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