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Hoje em dia, muitas mulheres têm deixado os planos de engravidar para mais tarde por conta do mercado de trabalho, já que possuem responsabilidades e perspectivas para o desenvolvimento profissional. Ao optar pela maternidade, elas precisam conciliar os cuidados com o bebê e o emprego o que pode gerar alguns conflitos e inseguranças.

A consultora de recursos humanos, Paula Rocha, achou um meio de adequar o trabalho com a chegada de seu primeiro filho. “Comecei a colocar, para os meus clientes, que a condição para os atender estaria vinculada à necessidade de incluir o meu bebê no trabalho. Tive uma grande receptividade e por isso voltei às atividades quando meu filho ainda não tinha completado 3 meses. Ele já me acompanhou em palestras, cursos, processos de recrutamento e seleção, sessões de coaching, etc. Percebo que, mesmo não sendo uma prática nos locais aonde vou, a presença dele e esta condição tem feito as pessoas pensarem o quanto é possível”, conta.

Para Paula, a receptividade dos clientes foi uma surpresa, porém como dona do próprio negócio, ela sentiu certo receio no âmbito profissional ao descobrir que estava grávida: “não tenho rotina, estava acostumada a viajar semanalmente, não ter restrição de horários e nem carga horária de trabalho. Durante a gravidez eu sabia que teria que adequar minha vida profissional pós nascimento do meu filho, mas não tinha ideia de como faria”.

Muitas vezes, a mulher se preocupa com a viabilidade de ingressar no universo da maternidade tendo uma vida profissional ativa. A coach, Deborah Toschi, aponta que existem cinco etapas que precisam de maior atenção durante essa fase da vida das mães. São elas a notícia, a produtividade, desapego, licença maternidade e ajuste de rota.

Dar a notícia da gravidez parece simples, mas, muitas vezes, o ambiente de trabalho não oferece o suporte e a tranquilidade para que a mulher tenha segurança para fazer o anúncio. “A Cultura da empresa e o estilo de liderança são pontos importantes para dar maior ou menor conforto na hora de contar a novidade e muitas vezes bate uma insegurança”, explica Deborah Toschi.

Outro fator que gera um certo incômodo nas mulheres é a produtividade, segundo Deborah, há o medo de não conseguir desenvolver suas funções no período de gestação: “muitas se preocupam se conseguirão administrar sua produtividade e desempenho no mesmo nível, considerando as transformações físicas e emocionais que acontecem a cada mês”.

Para Paula, o apoio do lugar onde se trabalha, nesse período, é fundamental para o engajamento da mulher com suas funções. “Temos habilidade para executar muitas tarefas ao mesmo tempo, essa é uma característica feminina, portanto, se existir apoio e suporte, a mulher-mãe poderá ser uma profissional ainda melhor se o seu filho for incluído em tudo isso”, acredita.

Outra preocupação é deixar o trabalho no período da licença maternidade e não ter espaço dentro da empresa quando voltar, essa é a etapa do desapego que, como explica a coach, a mulher tem de exercitar a ideia: “é necessário organizar suas atividades antes da licença maternidade e, aos poucos, se desconectar das demandas e projetos que acontecerão na sua ausência”.

A etapa da licença maternidade causa estresse para as mães, já que o término desse período resulta na separação do bebê. Ficar longe do filho tão cedo para retornar ao trabalho causa insegurança e muitos conflitos. “Terceirizar os cuidados para voltar ao trabalho é bem delicado. Quando você volta, tem uma fase de adaptação, pois não é uma “chave” que liga e desliga”, explica Deborah.

Para a empresária, Regina Miyagusuku, esse período foi facilitado pelo fato de ter o apoio da família: “não achei difícil a adaptação. Quando meu filho fez um mês, minha mãe tomava conta dele na minha loja enquanto eu trabalhava e meu marido fez muita coisa também”, conta.

A última etapa é chamada de “Ajuste de rota” pois é quando a mulher revê toda a sua carreira, agora que também é mãe. “Há a necessidade de rever a trilha de carreira, porque nem sempre o propósito de cada uma será o mesmo dali pra frente. É nesta fase que muitas clientes procuram o coaching para repensar e planejar suas carreiras dali em diante, conciliando a maternidade com demais expectativas pessoais e profissionais”, aponta Deborah.

Ao passar pela maternidade, a mulher descobre outros lados como pessoa, como mãe e como profissional. Muitas mudanças acontecem e características como resiliência afloram. Para aquelas que estão passando ou vão passar por essa fase, as mamães e profissionais Regina e Paula dão algumas dicas:

“Paciência, muita paciência. Sei que, às vezes, não podemos tê-los junto da gente, mas, hoje em dia, temos várias opções de escola e berçário. Meu filho só foi para a escola quando fez dois anos, pois já estava andando e era complicado ficar com ele na loja. Essa foi a época em que senti mais, pois ele já não precisava mais de mim e faz parte do desenvolvimento dele ter contato com outras crianças” – Regina Miyagusuku, empresária.

“Eu diria para que tenham coragem porque não existe o impossível. Acreditem que não é preciso deixar uma carreira depois da maternidade e, se não tiverem apoio em suas empresas, busquem outras possibilidades de se sentirem produtivas usando a força que a maternidade traz para reorganizar sua vida profissional sem excluir estar com seu filho. Podemos fazer aquilo que quisermos e não nos conformar com as condições que a nossa sociedade impõe. Quanto mais mulheres fizerem esse movimento mais mulheres se sentirão fortes para continuar esse caminho que é de evolução” – Paula Rocha, consultora de recursos humanos.

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