Nos últimos dias, como forma de avaliar a melhor proposta para implantação do Polo Tecnológico em Bauru, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Aline Prado Fogolin, e a diretora de Indústria, Comércio e Serviços, Valéria Santini, estiveram em São José dos Campos conhecendo o empreendimento instalado na cidade.

O objetivo do encontro foi conhecer o Parque Tecnológico, buscando ideias para viabilizar a implementação do Tecnopolo em Bauru. “Foi uma excelente oportunidade. Conhecemos toda dinâmica do Parque, sua história, funcionamento e política de atratividade. Várias experiências servirão de apoio para estabelecermos metas de política de construção do cenário de Inovação, Ciência e Tecnologia de Bauru”, ressaltou Aline Prado Fogolin à assessoria da prefeitura.

A proposta de criação do Polo Tecnológico de Bauru é uma das ações que buscam desenvolver as potencialidades econômicas da cidade, contribuindo para a geração de emprego e renda e para a construção de uma agenda positiva com foco na elaboração do conceito de Cidades Inteligentes.

Nossa equipe conversou com a Secretária para saber mais informações sobre o projeto e os planos para o desenvolvimento de nossa cidade. Confira a entrevista:

O que é o Polo Tecnológico?
Na verdade, o Polo tecnológico não é um espaço único e físico. Para uma cidade ser considerada Polo Tecnológico ela precisa passar por várias etapas. Hoje, nesse novo governo, nós temos, como plano de governo, começar algo para que Bauru seja considerada um Polo Tecnológico, ou seja, reforçar as potencialidades que Bauru já possui. Nossa cidade é uma das que mais tem potencial para crescer, sem contar o grande Polo Universitário, as empresas de soluções digitais que estão entre as primeiras do estado e o entroncamento logístico muito importante. Tudo isso serve de apoio para o desenvolvimento do Polo Tecnológico Ou seja, são várias vertentes que ajudam Bauru a ter esta nomenclatura.

Quais são os primeiros passos para chegar na formação de um Polo Tecnológico?
Nós formamos um estudo de viabilidade do Polo Tecnológico, juntando todas estas forças que o município tem. Tudo está caminhando de maneira favorável para criarmos o primeiro centro de inovação, que irá funcionar como um catalisador, um local físico e específico em que a gente possa desenvolver projetos de inovação, ciência e tecnologia. A nossa secretaria, que é de desenvolvimento econômico, turismo e renda; pelo novo organograma passa a ser também uma secretaria de ciência, inovação e tecnologia. A partir do momento que a gente efetivar essa formação do centro de formação, a gente vai formar também grupos de trabalho, como uma Associação das Empresas de T.I e isso dará um ‘boom’ de fortalecimento para as empresas no interior. Fora isso a gente tem um trabalho paralelo com a Unesp, com dois projetos de incubadora que já estão sendo desenvolvidos. Dessa forma, a incubadora, esse centro de inovação e essas associações são os primeiros passos para a formação de um Polo Tecnológico.

Então o Polo Tecnológico não é um local?
O Polo é o título para o município, já o parque é realizado em um espaço físico. Inclusive, já estamos fazendo um trabalho de mapear as empresas que Bauru possui, para agilizarmos isso. Temos um cenário em potencial para desenvolver que está adormecido; precisamos dar um ‘start’. Acredito que no início do ano que vem vamos dar um belo salto porque a gente já vai ter um centro de iniciação instalada, associação formada, uma incubadora… vejo que a cidade vai estar respirando muito fortemente em um cenário de inovação e tecnologia.

Isso é uma iniciativa desse governo? Agora começou a enxergar que Bauru pode ser um Polo tecnológico e nunca foi feito nada?
A gente não tem conhecimento ainda se nesta secretaria houve um projeto de incubadora. Até porque a incubadora não pode ser um espaço que a prefeitura cede e deixa lá; é um projeto maior, de integração. Para o poder público é muito cômodo você virar e falar: ‘vamos montar uma incubadora? Eu dou o prédio e você monta’. Quando é assim, o projeto não dura um ano. Não adianta dar um remédio para resolver a dor do momento e, no outro dia, tudo se perder.
Eu vejo que, como ainda estamos no início de governo, temos a chance e a oportunidade de fazermos dar certo, nem que isso demore mais. Lógico que a população nos cobra e com toda razão; ela está cansada do que não foi feito, do do que foi prometido e não foi realizado. Mas a gente também tem que pensar que temas como esse estavam adormecidos aqui na cidade. Mesmo com tanto universidade, empresas e dados favoráveis, Bauru tem sempre uma conotação negativa, nunca positiva. Temos que inverter isso.

Você acredita que até o final desta gestão, Bauru já terá o parque tecnológico?
Acho que não. Temos que pensar que a gestão é realizada em quatro anos. Mas, se tudo correr bem, podemos aumentar para oito anos, que seriam suficientes para formatação desse parque.

O parque tecnológico funcionaria como um distrito industrial?
É como um distrito industrial, mas com viés tecnológico, um apoio diferenciado. A proposta é que o incubado esteja junto com outras empresas geradoras de tecnologia e inovação, para trocar informações. Hoje, os nossos distritos precisam passar por uma renovação e estamos, inclusive, com projetos de revitalização dos distritos industriais. O parque tecnológico seria em um outro local, levando empresas que tenham perfil adequado, seguindo todas as regras existentes.

Quais outras cidades consideradas Polos Tecnológicos?
Sorocaba, São José dos Campos, Piracicaba, Marília, entre outras. Mas a pergunta é: Polo Tecnológico do que? Bauru tem uma vocação natural do município para a saúde e podemos estimular que empresas de base tecnológica ligadas à saúde venham se instalar em Bauru. Isso é uma potencialidade nossa e temos que estimular.

Hoje você está mais exposta, desde que entrou para a política. Foi planejado?
Na verdade foi muito natural. Eu já tinha uma carreira no Sebrae e o Gazzetta me conheceu em um evento que eu promovi, com a minha equipe do Sebrae, no final do ano passado. Na ocasião, juntamos todos os prefeitos eleitos da região e foi um trabalho muito interessante. Então, não éramos amigos; mal nos conhecíamos. Para se ter uma ideia, meu título era de Agudos, nem votei nele. Nos conhecemos a partir deste trabalho. Ali ele pode perceber um pouco da atuação que o Sebrae estava propondo para 2017 e gostou bastante. O Sebrae nada mais é que uma agência de desenvolvimento, então, ali ele pode ver o que trabalho que eu estava propondo. Conversamos e ele fez o convite. Como eu já teria que voltar pra São Paulo, já que a minha vaga era de lá, preferi ficar por aqui. Inclusive, gostei bastante do desafio. Eu já conhecia todos da equipe que ele montou e confio muito nelas. Acabei pedindo demissão e estou aqui, na ‘loucura’ não planejada.

E no futuro, quer continuar na política?
Na verdade eu não tenho essa pretensão, eu sou muito técnica. Quero fazer meu trabalho aqui porque essa secretaria é muito interessante. Ela abre um horizonte muito bacana, trazendo o relacionamento direto com o secretariado e com o empresariado que, aliás, eu gosto muito. Estou fazendo uma pós em políticas públicas e isso vai me dar base para outros projetos que vou desenvolver. Mas não me vejo no futuro na área política, pois cada vez mais quero focar na questão técnica.

**Com informações da Prefeitura de Bauru.

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