O apego sentimental por algum objeto é exclusivo aos seres humanos. Uma caneta pode parecer algo simples, mas para os olhos de algumas pessoas, o significado dela vai muito além do seu uso. Utilizar, inclusive, é ação proibida entre os colecionadores.

Eles juntam moedas, xícaras, ímãs de geladeira e muitos outros objetos. A lista dos itens que se pode colecionar é infinita e ilimitada. Você pode começar uma coleção do que quiser, basta apenas gostar dos objetos que pretende reunir.

Existe muita coleção diferente por aí e os motivos para ser colecionador são variados. Por isso, decidimos procurar bauruenses colecionadores para sabermos mais detalhes sobre suas coleções curiosas. Confira!

Placas de carros

“Tenho a coleção desde 1995. Foi na minha primeira viagem ao exterior que surgiu a vontade de ‘colecionar viagens’, acabei me interessando muito por viagens e conhecendo lugares e culturas diferentes. Como eu queria ter um registro dos países e das cidades que visitava, comecei a comprar essas placas de carro, escritas com o nome da cidade visitada. Decidi por essa coleção porque é mais fácil de achar (em quase todos os países que visitei, eu encontrei o objeto) e disponibilizei um lugar na minha casa só para expor as placas. Gosto muito de peças decorativas de outros países e já tenho 37 peças. Cada placa deve ter custado uma média de R$10, mas tenho duas que realmente pertenceram a um automóvel do local, então não precisei comprar. Cada placa que olho me faz ter lembranças dos países que visitei e os momentos que vivenciei em cada lugar! É muito bom, por isso estão expostas em um lugar bem visível de minha casa. Sempre que recebo as pessoas, elas perguntam e acabo contando as histórias de cada lugar!” – Bruna Lara

Board Games

“Desde bem nova eu já fazia coleções. Sempre gostei de ter tudo que era novidade e colecionar sempre foi meu ponto fraco. Eu já tive coleção de Barbies, tazos, cards do chocolate surpresa, álbum de figurinha, adesivos coloridos, canetas em gel… já passaram várias coleções por aqui! (risos). Eu gosto de jogos de tabuleiro desde pequena, sempre que ganhava dinheiro da avó, no Natal, a primeira coisa que pensava era comprar algum jogo para aproveitar as férias com os primos. Aos 20 anos, conheci algumas pessoas na internet através de jogos online e uma delas tinha uma coleção imensa de jogos de tabuleiro modernos (Board Games) e eu fiquei encantada. Eu já gostava muito e percebi que esses eram diferentes dos jogos antigos e que existe uma infinidade deles. São vários estilos, tipos e tempo de jogo. Eles eram um pouco mais complicados de conseguir, pois são jogos importados, então fui começando essa coleção aos poucos. Estimo que gastei uns R$20 mil. O começo da minha coleção foi o início da minha mudança de vida, quando comecei a passar mais tempo interagindo e socializando com as pessoas ao meu redor, minha família e meus amigos. Passar um tempo jogando com eles é algo sensacional, além de ter mudado totalmente o rumo da minha vida profissional. A partir da coleção eu consegui decidir o que eu realmente queria fazer, hoje tenho uma loja de jogos de tabuleiro. Além disso, ela me dá um suporte para atender melhor meus clientes, saber o que realmente eles procuram e indicar o jogo perfeito para os grupos” – Mayra Beatriz Gomyde Gelonezi

Tazos, desenhos animados e animes

“Eu comecei a coleção de tazos em 1999 segui até 2002. Comecei aos 8 anos de idade e guardo comigo até hoje. Tudo começou com os tazos que vinham dentro dos pacotes de salgadinhos. Mas eu já tive quatro coleções no total. A primeira era de tampinhas de refrigerante antigas, tinha umas 80 diferentes. A segunda era de bonés, tive uns 100. A terceira dos tazos, tenho em torno de 500. Atualmente, estou colecionando desenhos e animes. Já faz nove anos que comecei e no começo gravava em mídias de DVD, agora estou passando para HDs externos. Essa coleção possui os desenhos que eu via na infância e hoje não existem mais, como Dragon Ball, Dragon Ball Z, Dragon Ball GT, Pokemon, Liga Da Justiça, X-Men, Shurato, Yu Yu Hakusho, Cavaleiros Do Zodíaco, Thundercats e Caverna do Dragão. Decidi colecionar isso porque eu não gosto de assistir televisão, prefiro as mídias digitais e, nas horas vagas, eu assisto meus desenhos antigos que não passam mais hoje. Não é possível estipular quanto foi gasto, mas é superior a R$2 mil. Minhas coleções, tanto antigas como atuais, significam muito pra mim. Eu cresci brincando com os tazos, trocando na escola e passava horas em casa vendo os desenhos e organizando minhas cartinhas. Era o máximo chegar da escola e poder assistir todos os desenhos que passavam na TV Globinho e Bom Dia & Companhia. Para ser bem sincero, minha coleção representa a infância de todas as crianças dos anos 90 e 2000. Lembro que todos na escola gostavam dos mesmos desenhos e quase todos tinham cartinhas como as minhas. Mas acho que o principal é que representa o amor por algo que você gosta e guarda com muito carinho” – Filipi Francovig Lenharo

Moedas

“Comecei a coleção no ano de 1985. Durante uma viagem de trabalho ao estado do Espírito Santo, uma pessoa me abordou e ofereceu um punhado de moedas antigas. Algumas eram de cruzeiros outras de réis e, por curiosidade e gostar de história, as comprei. Elas trazem a história do nosso país. Já tive coleções de facas artesanais e coleções de moedas. Hoje dou ênfase à coleção de moedas por gostar de história. Fui me aprofundando e conhecendo mais deste mundo chamado numismática, pois nos conta sobre a nossa economia de pessoas ilustres, homenageadas nas moedas. Além de cidades, acontecimentos como tivemos recentemente os Jogos Olímpicos, no Rio. É impossível mensurar quanto já gastei, pois existem moedas que custam centavos e outras verdadeiras fortunas, chegando a valer mais de R$50 mil, dependendo de sua conservação e raridade, como algumas do período Imperial. Essa coleção significa a oportunidade de sempre estar fazendo novos amigos e o desafio de encontrar aquela peça rara que ainda falta. Temos amizade do Oiapoque ao Chuí no mundo numismático, todos se conhecem e trocam informações” – Valdecir Murgia

Mini copos

“Comecei a coleção em uma viagem, onde trouxe mini copos de cada cidade que passei como uma forma de lembrança. Isso já faz mais ou menos 10 anos. Inicialmente não pensei que seria uma coleção, apenas uma simples lembrança de viagem, mas aos poucos foi aumentando na medida que encontrei esse objeto como lembrança de cidades. Hoje, tenho 36 peças. Já fui em muitos lugares que não encontrei mini copos específicos do local pra adquirir e já ganhei alguns de pessoas que trouxeram de lugares que passaram. Não sei quanto já gastei, pois fui adquirindo ao longo do tempo. Mas esses objetos são de baixo custo. Minha coleção significa memórias! Lembranças de lugares por onde passei ou alguém passou e lembrou de mim” – Ligia Di Donato

Calendários e canecas

“Precisamente, não sei quando comecei a coleção, mas eu era bem pequena, devia ter uns 10 ou 11 anos. Naquela época, muitas empresas faziam propaganda através de calendários e resolvi guardá-los. Fui pegando gosto e comecei a coleção. Já tive, aproximadamente, umas cinco coleções. A de calendários foi a primeira, depois colecionei papéis de cartas, figurinhas, chaveiros e canecas. Hoje em dia, coleciono canecas. Comecei ganhando canecas de parentes e amigos que viajavam e me traziam de presente. Hoje, eu mesma compro quando viajo ou encontro alguma caneca bonita. Tenho umas 15. Cada coleção tem seu momento e sua importância. Na coleção de calendários tenho até do ano que nasci, que minha mãe guardou. A coleção de figurinhas e de papel de carta me lembram a minha infância, já os chaveiros a adolescência e as canecas me fazem recordar das viagens que já fiz ou que algum amigo ou parente fez” – Renata Rafael Dainesi

Sacolas, copos e canecas

“Faço a coleção de copos e canecas há mais ou menos uns quatro anos. Mas comecei a colecionar coisas na infância. Confesso que deu um nó na minha cabeça pensar em como surgiu a vontade de colecionar. Mas pensando no início de todas as coleções que já fiz, acredito que tenha sido por, simplesmente, gostar do objeto. Mas, como eu disse, já tive várias coleções. Quando criança, colecionava papéis de carta e adesivos, mais velha comecei a colecionar sacolas, copos e canecas. Porém, há uns 3 anos desapeguei das sacolas com muita dor no coração, pois tinha chegado a mais de mil unidades, precisava de muito espaço para guardar adequadamente. Tive sacolas de vários lugares do mundo, pois todas as pessoas que sabiam da minha coleção e iam viajar eram intimadas a trazer sacolas pra mim. Detalhe: não tinha nenhuma repetida. Atualmente faço coleção de copos e canecas. Decidi colecionar pelo simples fato de achar bonito e decorativo, e sempre que vou a algum lugar especial, seja uma exposição, cidade, país, espetáculos, ou até mesmo quando vou ao cinema assistir um filme que gosto, eu trago uma caneca ou um copo de lembrança. Tenho 29 copos e 26 canecas. Não sei estipular o valor gasto, mas grande parte eu ganhei de pessoas queridas que sabem do meu apreço por esses objetos. Cada peça tem um vínculo com pessoas, lugares e momentos da minha vida. Então essa coleção tem um valor sentimental muito grande pra mim” – Renata Di Donato

Ímãs de geladeira e xícaras de café

“Tenho duas coleções. Uma delas é de ímãs de geladeira de lugares para onde viajo. Essa comecei há dez anos, durante uma viagem que fiz ao circuito Foz do Iguaçu, Paraguai e Argentina. De lá para cá, tenho 60 de ímãs de vários locais. A segunda coleção é de xícaras de café que comecei há cerca de dois anos e já tenho 30. Nunca tive paciência para coleções, por conta daquele compromisso de ter que correr atrás dos objetos. Com relação aos ímãs, queria trazer alguma lembrança de cada local por onde passei. A ideia é que fosse algo barato, para que eu pudesse comprar vários, e pequeno, para caber na mala. Já com relação às xícaras, foi algo mais instintivo. Sou apaixonada por café e, sempre que encontro uma diferente, quero levar pra casa. Já tive algumas, mas não dei continuidade. Essas duas são as únicas que mantenho e das quais não penso em me desfazer. Gastei pouco nas coleções. Os ímãs são baratos, podem custar centavos ou, no máximo, uns R$ 5. As xícaras também costumam ter preços bem acessíveis. Seguramente, não gastei mais do que R$ 60 reais com todas elas. São objetos que me fazem bem e me trazem felicidade. Os ímãs são portais para recordações de bons momentos. Já as xícaras envolvem a minha paixão por café, que também tem relação com momentos de relaxamento, com a família e amigos” – Lidiane Oliveira

Copo de tequila

“Faço coleção desde 2010, quando fui morar fora e me apaixonei por viagens. Queria ter recordação de cada lugar que eu fosse, e o copo de tequila era algo que tinha em todos os países e era de um tamanho legal para carregar! Hoje tenho 90 copos. Antes eu colecionava algum item de cada cidade que eu ia, mas era inviável, muitas vezes, tamanho e atrapalhava no famoso ‘mochilão’. Quando era criança tive algumas coleções também. Gasto, aproximadamente, R$15 por copo, dependendo do lugar. Sou super apegada à minha coleção. Ela me traz ótimas recordações de momentos mais que especiais. Fora que meus amigos sabem da minha coleção e me presenteiam sempre que viajam para outro país também!” – Nathalia Toledo

Colecionando

Ficou inspirado e quer começar uma coleção, mas não sabe como? Separamos três dicas básicas para você virar um colecionador.

  1. O que
    Pense em algo que você gosta ou, até mesmo que te represente. Agora relacione a algum objeto fácil de encontrar, que tenha diferentes tipos e que tenha um preço pelo qual você pode pagar. As possibilidades são infinitas!
    Um detalhe: nem todas as coleções precisam ser compradas, você pode colecionar objetos que não têm preço como pedras ou fotos 3X4 de pessoas que você gosta. Não se limite!
  2. Por que
    Um motivo legal para começar a coleção é relacioná-lo a alguma história. Assim, quando alguém perguntar sobre um item da coleção, será sempre uma oportunidade de reviver o que você passou. Por isso, as coleções relacionadas às viagens são tão comuns. Mas não é uma regra. Use a sua criatividade e colecione algo que realmente importa para você.
  3. Exiba
    Depois de passar um tempo se dedicando a isso, exibir todos os objetos conquistados será uma satisfação. Além disso, colocá-los em um lugar visível irá trazer lembranças muito boas e é uma forma de mostrar sua história.
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