Trabalhar como comissária de bordo, há milhares de metros acima do chão, pode parecer aterrorizante para alguns, afinal, todo mundo já assistiu a série Lost ou qualquer outro filme com quedas aéreas.

Mesmo com o medo que muitos sentem só de ouvir a palavra “avião”, a profissão nas alturas é uma escolha de alguns homens e mulheres que querem se aventurar em uma profissão que não é lá muito “pé no chão”.

Esse é o caso da bauruense, Juliana Santana, que contou para a gente como são os desafios a se enfrentar para poder trabalhar nas nuvens.

A atual comissária de bordo da Azul Linhas Aéreas decidiu embarcar nesta profissão quando, em um dia, passando na frente do Aeroclube de Bauru, viu uma placa que informava cursos para a área da aviação. Sem nenhuma referência dentro de casa, Juliana comprou uma passagem de primeira classe e sem escalas para o curso de comissária de bordo.

Durante os 4 meses de duração do curso, Juliana enfrentou uma realidade bastante difícil, contudo, a comissária de bordo encarou o desafio! “No começo foi difícil sim, mas pra não ficar difícil, eu chegava em casa e estudava a matéria que foi passada na aula. Não entrei pra desistir”.

Além das barreiras dentro do processo de aprendizado, o dinheiro também foi um pequeno desafio. Na época, para pagar o curso, Juliana teve que juntar um pouco do dinheiro e pedir a parte que faltava para uma amiga.

Pensa que acabou por aí? A comissária também conta que para quem presta o curso no dias de hoje, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) exige que os alunos façam exames em uma clínica homologada para a sobrevivência na selva.

E as exigências não ficam só durante o curso, em muitas empresas aéreas, são obrigatórias algumas características do candidato, como na linha Emirates Airlines, confira:

comissária bauru
Fonte: CEAB

Primeiro voos solos

Para entrar no emprego que tanto lutou, Juliana se manteve persistente e mandava currículos para as empresas aéreas toda segunda-feira, além de sempre manter sites atualizados com suas informações. “O primeiro passo é sempre estar atento às vagas, se preparar para entrevistas, saber histórias das empresas aéreas.”.

A aeromoça ainda se lembra de sua primeira viagem, para Manaus, supervisionada por um instrutor. Para finalmente ter a liberdade de fazer seus primeiros voos solos, os profissionais devem ser checados e aprovados por um fiscal da ANAC.

Ao longo de seus anos como comissária de bordo, Juliana viveu prós e contras. Ela aprendeu a ter mais empatia com o próximo, ajudar mais as pessoas e ser solícita sempre. “Nessa profissão somos solitários, então todos os dias aprendo muito”.

E a solidão é um dos contras que uma comissária de bordo pode enfrentar, afinal, torna-se difícil manter contato com amigos e familiares, mas, para Juliana esse fato apenas a “ajudou a crescer de todos os aspectos”.

Apesar de tudo, Juliana se sente realizada com o emprego, e dá um conselho para quem também pensa em seguir essa área, além de nunca desistir: manter-se curioso, estudar idiomas e se preparar para as constantes mudanças da aviação.

Para a comissária de bordo, uma frase muito conhecida define sua carreira profissional: “escolha um trabalho que você ama e nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”.

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