Na Idade Média, os torneios medievais eram muito populares entre cavaleiros, guerreiros e nobres. As competições aconteciam por pura diversão, e eram eventos sociais importantes na época, atraindo pessoas de todos os lugares.

Hoje em dia, muitos devem acreditar que os torneios medievais ficaram nas páginas dos livros de história, contudo, a prática continua existindo e recebe o nome de Swordplay.

swordplay bauru
Reprodução: Facebook

Conversamos com bauruenses que praticam essa modalidade que se inspira nos combates medievais e vamos contar tudo o que você precisa saber sobre esta prática.

Em Bauru, os treinos de Swordplay acontecem no campus da Unesp, pela Ordem do Texugo e pela academia Anarkhos. Na universidade, o grupo de luta foi criado pelo aluno de design João Victor, em 2017, e os treinos acontecem até hoje.

Hoje, ambos os grupos praticam o Swordplay, sendo no Guilhermão ou Vitória Régia, ou seja, independente do local, o que importante para os praticantes é empunhar suas armas e ir à luta!

O que é o Swordplay?

O Swordplay, ou Batalha de Campo, é um simulação de batalhas medievais, sendo um esporte que ensina a arte do combate. Ana Morales é participante do grupo de batalha da Unesp, e conta que nos treinos são promovidas atividades e jogos, além de treinos de técnicas variadas com armas.

Sim, eles usam armas! Mas não armas de verdade, como explica Ana.

“Nós temos armas feitas de cano PVC e espuma de piscina ou P.I.(que é um tipo de E.V.A mais espesso e resistente aos impactos), que são materiais que impedem ou dificultam que os participantes se machuquem durante uma batalha”.

As armas variam de espadas, machados, lanças e qualquer equipamento que remeta à Idade Média.

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Reprodução: Facebook

Eduardo Morais também pratica o Swordplay na Unesp, e segundo ele, existem várias formas de se jogar, sendo em batalhas de um contra um e em grupo, o conhecido “pega bandeira”, além de outros modo de jogos. Contudo, “de todo modo, existem dois times que se enfrentam em um batalha para completar algum objetivo”.

Além de tudo isso, o Swordplay também possui regras, sendo essas remetendo-se às divisões do corpo em áreas válidas para o contato, áreas neutras e áreas proibidas, como explicam Ana e Eduardo.

“As regras são que, quem acertar as áreas consideradas ‘frias’, como mão na arma e pé no chão, e as inválidas , como cabeça/pescoço, genitais e seios para as mulheres, sai do combate até o final da rodada. Quando um oponente acerta uma perna ou braço, que são as áreas de ferimento, eles são imobilizados e é morte instantânea. Dependendo do jogo ou da atividade, podem-se variar as regras de acordo com o combinado entre o grupo”.

Junto com as regras de contato, existem as regras de pontuação e segundo Lucas Nunes, do grupo de Swordplay da Anarkhos, “um golpe nos membros inferiores ou superiores vale um ponto (por contato), já os golpes no tronco valem dois pontos”.

As regras, variam de grupo para grupo, mas elas existem para evitar quaisqueres problemas que podem acontecer nos treinos.

“Enfatizamos nos treinos que o Swordplay não requer força, mas técnica, e procuramos advertir e conversar quando ocorrem eventuais problemas” – Ana Morales

O esporte pode parecer bastante diferente, mas em Bauru o número de pessoas que o pratica é grande. Na Unesp, os treinos acontecem com por volta de 20 pessoas, mesmo número de participantes que se encontra no grupo Anarkhos.

Qualquer pessoa pode participar dos treinos, basta procurar o grupo que mais lhe agrade!

Quais as vantagens do Swordplay?

Como qualquer esporte, o Swordplay também traz muitas vantagens para quem o pratica. Para Lucas, os treinos ajudam no bem-estar físico e mental, além da melhora na desenvoltura e a interação entre as pessoas.

Ana também vê vantagens parecidas no Swordplay. “Os principais benefícios da prática do swordplay são o desenvolvimento de agilidade de movimento e pensamento, reflexos, coordenação de movimentos, flexibilidade, aumento de concentração, força e criatividade”.

Além dos benefícios físicos para quem pratica o combate, o Swordplay também tem vantagens para quem se interessa pela temática medieval, como exemplifica Eduardo.

“[O Swordplay] explora temas fantásticos, o que permite que os jogadores se sintam em um ambiente medieval, tornando tudo muito divertido. É seguro porque os equipamentos são revestidos de espuma, o que evita pancadas e ferimentos, e acima de tudo, é um encontro de amigos com um interesse em comum, portanto é um lugar ótimo pra conhecer pessoas novas e se divertir em grupo”.

Perguntamos aos participantes do Swordplay o que eles mais gostavam no esporte, e o que ficou evidenciado é que os combatentes criam uma relação familiar forte, como os clãs da Idade Média. Além de ser uma simulação de tudo o que envolve mundos fantásticos, videogames, jogos de batalha e RPG, trazendo tudo isso para a realidade.

Para Ana, o Swordplay é um exemplo perfeito de inclusão da comunidade nerd, misturando práticas esportivas com muita diversão!

“O que mais me agrada no Swordplay é a inclusão. O esporte atrai principalmente um público que não tem o costume de praticar exercícios e algumas vezes de pouca interação social, por ser um tipo de pessoa que não se encaixava em esportes comuns, que têm gostos considerados mais “nerds”.

E ela finaliza.

“O Swordplay é principalmente um grupo para pessoas com os mesmos gostos, mesmos interesses. Traz a possibilidade de um exercício que, além de estimular muito a criatividade, se aproxima do que podemos ver em jogos e procura, ao mesmo tempo, trazer a diversão, a simulação do medieval, das habilidades vistas em personagens e o exercício e melhoria das capacidades físicas de quem participa. A criação de um clã acaba sendo como a criação de um laço, são pessoas que vão se conectar para além do esporte e é exatamente essa ligação e esse ‘encontro’ de um mesmo tipo de pessoas que torna o Swordplay algo tão único”.

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