Japão, a terra do Sol nascente, país de cultura rica e que influencia diretamente o Brasil, mesmo que com um oceano de distância entre os dois.

Na terra das sakuras (flor da cerejeira) é comum encontrar brasileiros que acabaram se aventurando em um novo continente em busca de novas oportunidades, por causa da profissão e até mesmo por experiências culturais.

Monique Furuta Gomes de Barros é uma das mais de 180 mil pessoas, que em 2017, compunha a população de brasileiros no Japão.

A bauruense morou no Japão por sete anos, e agora, de volta ao Brasil, contou um pouco para o Social Bauru sobre suas experiências pessoais e profissionais no país que a acolheu.

Monique esteve no Japão por duas vezes: a primeira em 2002, sem ajuda de agência de viagens, apenas com a passagem financiada pela empreiteira para qual iria trabalhar. Em 2011, a bauruense esteve de volta ao país, também para trabalhar como operária em uma empresa.

“Consegui alugar meu apartamento próprio, consegui um benefício na prefeitura que me ajudou a iniciar a minha carreira de modelo sem ajuda da minha família, por conta própria mesmo. Morei dois anos sozinha, aprendendo a ser dona de casa. Isso me fez bem. Antes, eu morava em províncias interioranas, depois me mudei para a metrópole de Tóquio, perto do Consulado e da Embaixada, imaginando que haveria atividades para eu participar, perto do Palácio de Togu e de Akasaka”.

Mas foi no Japão que Monique teve oportunidade de seguir a carreira de modelo. Ela já havia ganhado a premiação Miss Nikkey 2018, em São Paulo e era contratada pela agência de modelos Mega de Bauru. Sendo na “terra do sol nascente”, onde Monique teve a oportunidade de viver os momentos mais marcantes de sua carreira.

Em 2011, Monique foi premiada como Miss Simpatia Tokai Internacional; em 2012, ganhou o Garota Festival de Natal, além de ser finalista nos concursos Miss Nikkey Japan e Garota Brazilian Day.

Ela ainda participou do “Pure Beauty”, em 2013, em que foi classificada em quarto lugar. Em 2014 foi finalista dos concursos Miss Tokai Internacional e New Face Japan.

Mas a carreira de Monique não ficou apenas nas experiências de modelo, como ela mesmo contou.

“Os momentos que marcaram meu período no Japão, além de prêmios de concurso de beleza que participei, foram duas audições para ser artista profissional no arquipélago. Em 2003, pela Sony Music Japan após um evento chamado Dream Factory Audition, e em 2013 pela Universal Studios, após o Brazilian Day 2012. Em ambos queriam que eu fosse cantora, modelo ou atriz. E eu fiquei muito feliz de enxergarem em mim esse potencial, mas tinha sido aprovada somente na Sony, sendo que não fui ao elenco da Universal em Osaka, porque estava rouca no dia do teste”.

Ainda que sua jornada pelo Japão tenha lhe trazido muitos pontos positivos, Monique ressalta que ainda existe o preconceito para com os imigrantes que moram no país. Segundo a modelo, os casos de preconceito acontecem por “n” motivos, mas o que mais causou surpresa a Monique foi saber que grande parte do preconceito vem da família imperial japonesa.

“O mais interessante foi ouvir que parte do preconceito se liga ao acesso das pessoas a se tornar membro da família imperial, por isso não gostam de ser muito familiares, ou evitam gente de outra religião que não é o xintoísmo”

Durante os sete anos de Monique no Japão, algumas coisas fizeram com que a modelo de Bauru sentisse falta do Brasil. Mesmo com muitos produtos brasileiros presentes nos mercados e comércios japoneses, o que ela sentiu mesmo falta foi da universidade e do sonho de ser formada.

Agora, Monique está de volta ao Brasil porque além de seu visto ter expirado, sua mãe acabou sofrendo um infarto em 2015. Além disso, a modelo revela que acabou se estressando muito em seu período no Japão e quer descansar.

Questionada sobre se há chances de um dia retornar ao Japão, Monique foi categórica: “Sim. Se puder pagar as contas, por que não? Mas sei que aos 34 anos de idade, a vida de trabalho de modelo é diferente”.

Ainda assim, Monique confessa que aprendeu muito em seu período no Japão, principalmente em quesitos de sobrevivência. E para quem sonha em tentar a vida em outro país, a modelo de Bauru aconselha:

“Ser perseverante e sobreviver com pouco dinheiro, fazer muito com pouca coisa”

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