A Vila poderia ser Sésamo, com Garibaldo, Ênio, Muppets, ou para os mais usados, da Sônia Braga, do Armand Bógus, aquela esta que foi transportada para o Hopi Hari, a Vila poderia ser Belmiro, de Pelé e Coutinho, de Robinho, de Neymar Jr.!

No entanto e para os tantos que ficaram aos cantos, a Vila é a Vicentina, dos idosos que não querem ida, dos velhos amigos velhos, das estórias e histórias, dos avós que perderam a voz, dos deixados pelos desleixados que acham que o presente somente permeia o futuro e não sabem o que o outrem tem passado, literalmente, de mente visceral!

Como é envelhecer? Em Bauru? Deve ser mais fácil em Paris, certamente, de mente certa ou não! O velho que se dicionarizou em Terceira Idade, Melhor Idade, tem o SESC, o Clube dos Aposentados, o Arapongas! O necessário de outrora é o descarte de agora e de outra e qualquer hora, proliferam -se farmácias, ah, se fossem saraus! Propagam-se casas de repousos, quiçá fossem de dança e canto!

Mas voltando à Vila Vicentina, onde nos anos oitenta, morei perto, Jardim Marambá, jogávamos bola em um campo ao lado do muro da entidade, nomeamos o campinho de “Beira Asilo” parafraseando o Beira Rio do Internacional do pintor designer Dilsinho do Redentor, lá Zelão, volante dos melhores, Antônio Franco Júnior, o Tatu do agora Bar do Tatu fazia gols espetaculares, ali, Elcy Bigheti, o Pitoco chorava e driblava os adversários, Jorge Eduardo Campos, o filho da Odete e do Múcio, jogava embaixo das duas traves com sua camisa laranja lembrando a Raul Plassman do Cruzeiro de Dirceu Lopes e Tostão, éramos os novos ao lado do muro que escondia os velhos, não nos pertencia como todos efebos pensam sobre a velhice!

Estou em casa, afastando a velhice mais que pescador com pernilongo à beira do rio, whatsappeia-me Kelvin dos óculos Allfenas, que honra!

Quer saber se é o óculos ou os óculos, quando começo a pensar em Gramática, fala-me de uma ação social na Vila Vicentina, o quê? Jovens preocupados com velhos? Dar visão a quem já teve razão? Pois somente os jovens de mente só. Têm razão, ah, esse cara é o maior cara de pau! Não! Os caras da Allfenas são cara de madeira, transformam madeira velha, doada na e da Vila Vicentina em… Óculos, o singular virou plural, o indivíduo virou coletivo, o breu virou meu, seu! Desculpe-me, Tom Jobim, mas são Águas de Outubro que descem dos meus olhos, “É pau, é ou são óculos, é o sim do caminho, é um resto de toco, é um povo vendo e sorrindo…”

Agora, os Tiozinhos e as Tiazinhas da Vicentina estão a cantar: “Eu sou Allfenas… latino-americano… “Quem vive de museu é passado, basta Allfenas um gesto, quem viver verá!”

Professor Sinuhe, querendo um Allfenas para enxergar mais do além!

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