“Pretendo ser presidente da república”, esse é o desejo de Pedro Popoff. Com o cargo, o bauruense de apenas 12 anos pretende valorizar mais a cultura nordestina. Mesmo com pouca idade e não sendo presidente do Brasil, ele já está caminhando para atingir o objetivo.

“Eu me sinto muito triste, porque a maioria das escolas no Brasil nem tocam no assunto. Eles abrem uma gaveta falam em uma aula e fecham a gaveta. Acho que o cordel poderia ser mais valorizado”, esclarece Pedro.

Também conhecido como Pedro do Cordel, o menino já espalha a cultura nordestina por Bauru e pelo Brasil afora com o projeto Brincando de Cordel.

“Quando eu tinha oito anos, o colégio Cisne Real me chamou e falou ‘pode fazer o que você quiser lá’, então eu fui apresentar o cordel”, conta Pedro.

E a mãe, Carla Popoff, que sempre acompanha o filho, completa: “quando o projeto surgiu, ele não foi pensado. O colégio já conhecia o trabalho dele e o convidou. Ele foi e, a partir daí, começaram os convites de outras escolas”.

Entre brincadeiras e cordéis

Aliás, foi com brincadeiras que o cordel entrou na vida de Pedro, há sete anos. O cordelista conta que brincava com os bonecos inventando histórias e a conversa entre os personagens era sempre em rima com sotaque nordestino.

A partir daí, foram surgindo os primeiros cordéis de autoria própria. “Antes eu fazia sem métrica e depois eu comecei a metrificar tudo”, relembra Pedro.

E a inspiração, de onde vem? Do ídolo Luiz Gonzaga, da internet e dos livros que recebe de presente que muitos historiadores dão para o menino, incentivando-o a continuar no cordel.

Bauruense nordestino

Com avós russos, o pequeno bauruense gosta mesmo é da cultura nordestina, “é uma cultura muito rica”, diz. Por isso, sempre que pode, lá está o menino do cordel, falando sobre o assunto e levando Cordéis para os amigos.

Mais do que conhecer o Nordeste pelos filmes, poemas e músicas, Pedro já esteve em terras nordestinas. “Esse ano fomos para Fortaleza no Cariri Cangaço, um congresso sobre o Cangaço”, conta Carla.

Mas ele ainda quer voltar para o cenário de Lampião e Maria Bonita muitas outras vezes e o próximo destino já está certo. “Eu gosto muito da Grota de Anjicos, onde Lampião morreu. Ano que vem pretendo dormir lá, só eu, meu pai e minha mãe. Lá é lindo!”, planeja Pedro.

Biblioteca de Cordéis

Além do projeto “Brincando de Cordel”, Pedro e sua mãe contam que tem planos para fazer uma cordelteca em Bauru.

“A cordelteca é uma biblioteca só de cordel. Vamos ter títulos dos cordéis clássicos e vamos deixar o espaço aberto para receber visitas de escolas e grupos. Aqui no interior de São Paulo não tem nada parecido”, explica Carla.

É com planos e muito trabalho que Pedro do Cordel continua a jornada pela valorização da cultura nordestina e o incentivo à leitura de cordéis.

 

 

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