Lúcia Gaio é bauruense e há apenas dois anos ela se encontrou em um esporte: o Pole Dance. Hoje em dia, ela já conta com experiências em diversos campeonatos e o mais recente: o 3º lugar no Pole Championship na categoria Master 50, para atletas com mais de 50 anos.

Lúcia foi a representante do Brasil na categoria e ficou atrás apenas de uma peruana que levou o primeiro lugar e de uma americana, em segundo. O campeonato foi realizado em Buenos Aires, na Argentina e contou com a participação de mais de 150 atletas.

A atleta Lúcia Gaio e sua instrutora Daniele Luz

Depois do título, a atleta de Pole Dance conta que não se imaginava em um campeonato. “Tem que ter muita coragem de ir aos campeonatos e é um desafio absurdo. É um desafio, mas também é gratificante toda a superação”, relata. Ela ainda contou muito mais na entrevista com o Social Bauru, confira:

– Qual a sensação de ganhar um campeonato internacional?

Bom, você está fora do seu país e precisa vencer as barreiras, além de se apresentar. Então é um desafio, mas também é gratificante toda a superação. Não adianta falar que você não vai competir pra ganhar. A gente pode ficar feliz por participar, mas ganhar é uma emoção bacana porque todo mundo torce, vibra e aplaude. É muito bacana o lado de ganhar, é bem divertido.

– Você se dedica muito para ao Pole Dance?

Eu me dedico muito à minha atividade profissional, porque sou produtora rural, então faço três aulas por semana. Mas quando eu to no Pole eu me desligo do mundo. Duas vezes na semana, eu faço Pole Dance e as aulas duram 1h15. Também faço uma aula de flexibilidade, essa atividade é voltada para a elasticidade, então é fundamental para o Pole Dance.

– Como e quando começou a sua história com o Pole Dance?

Eu tenho uma amiga que faz Pole, ela é minha dentista e sempre me incentivava a fazer a atividade. Eu não tinha consciência de como era. Ela sempre me falava que era legal com muito entusiasmo e um dia eu decidi fazer uma aula. Era diferente de tudo o que eu imaginava, a gente não tem consciência do Pole Esportivo, porque ele é dinâmico, usa muita força e todas as partes do corpo. E eu fui vendo resultados físicos e psicológicos, então foi ideal e me identifiquei bastante. A vontade de praticar foi crescendo em mim e, como tem níveis, a gente quer enfrentar os desafios. Então a gente vai se cobrando e superando os desafios. É uma superação a cada exercício.

– Nunca é tarde pra começar né? Qual a dica para as mulheres com mais de 50 anos começarem no Pole Dance?

É muito difícil você convencer uma pessoa a fazer algo, além disso, tem muita falta de incentivo ao esporte. A gente pediu apoio à Prefeitura com um ofício, porque estaríamos representando o país e a cidade na Argentina. Mas eles não ajudaram, então com a falta de incentivo, as pessoas se desestimulam. Eu acho que para começar você não pode falar que não consegue e não pode. Você tem que falar ‘eu vou’, ‘eu posso’ e ‘eu quero’. Não pode achar que está velha e que vai morrer, você tem que pensar na qualidade de vida que você vai ter e não vai viver condicionada a remédios. Todo mundo deveria buscar por um envelhecer saudável. Então tem que aproveitar e tem que fazer atividade física.

Toda mulher que faz gosta do Pole Esporte, porque eleva muito a autoestima, não sei nem como os psicólogos explicam isso. É impressionante, tem um trabalho psicológico, além do físico.

– É um esporte novo e polêmico por conta da falta de conhecimento. Você já enfrentou algum preconceito?

Eu sofri muito preconceito até com amigos. Só depois que eu mostrei um vídeo meu, eles ficaram perplexos com a qualidade do esporte. As pessoas mais novas não têm tanto preconceito. Mas é da cultura do país, as pessoas não conhecem, então elas julgam.

Permitir e respeitar

Quem treina a Lúcia e a acompanha nos campeonatos é a Daniele Luz, idealizadora do Studio Fitness Pole Dance. Ela conta que o esporte é democrático e tem alunos que vão dos 8 aos 70 anos de idade. A única contraindicação para fazer o Pole Dance é para pessoas com restrições médicas.

“Só precisa de força de vontade e qualquer um pode começar. Eu sempre falo: se respeite e se permita. Porque você precisa se permitir para iniciar e se respeitar para ir no seu tempo, respeitar o seu limite”, diz.

O Pole Dance conta com diversos movimentos em uma barra vertical, dessa forma, o esporte trabalha a parte muscular superior e o abdômen, levando à queima calórica. Além disso, é necessário trabalhar a flexibilidade e o alongamento para o esporte.

E quem pratica aprova o Pole Dance e todas as consequências positivas que o esporte traz. “Acaba fazendo com que as mulheres se empoderem mais e esse empoderamento traz autoestima que traz uma qualidade de vida impressionante. É incrível, porque elas começam a aula falando ‘não vou conseguir’ e a cada dia elas querem se superar para conseguir fazer os exercícios”, relata Daniele.

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