Movimentos rápidos. Fumaça encobrindo o céu. O apito toca. Quem vem lá? É a locomotiva do Brasil. É a Maria-Fumaça.

Em seu auge, as ferrovias movimentavam o Brasil, não só transportando as cargas para os portos, mas também gerando intercâmbio cultural e de pessoas.

No Brasil, a primeira ferrovia foi criada em 1822 pelo Barão de Mauá e tinha apenas 14,5 quilômetros. No período da Revolução Industrial, as locomotivas a vapor aqueceram a chegada das primeiras locomotivas no país.

A malha do País, atualmente, não atinge 40 mil quilômetros de malha ferroviária, nem perto do necessário para o quinto maior do mundo.

Os trilhos de Bauru

Bauru não fugiu do momento econômico que se encontrava o País, pois recebeu sua primeira ferrovia em 1905, com a Estrada de Ferro Sorocabana, que ligava Bauru a São Paulo.

No ano seguinte, chegou à cidade a estrada de ferro Noroeste do Brasil (NOB), muito conhecida pelos bauruenses. No auge das ferrovias, o transporte tanto de carga quanto de pessoas era intenso, e Bauru se tornou reconhecida por seu entroncamento de linhas.

Diz a lenda que até mesmo o presidente Getúlio Vargas já viajou em uma das locomotivas da NOB.

Até 2013, Bauru ainda usava as locomotivas para fins de lazer e turismo, contudo, hoje só restam os grandes trens parados na estação como memória de um tempo que se foi.

Além disso, hoje em dia a única carga que ainda é descarregada em Bauru é de combustível.

Lá vem a Maria-Fumaça

Ainda que as locomotivas de transporte de Bauru estejam paradas, a história nunca deixa de existir. Douglas Ruzzon é bauruense e maquinista de Maria-Fumaça desde 2014, contudo, seu fascínio pelos trens cresceu desde a que era criança.

“Desde a infância, quando minha mãe estava grávida, ela ia para a casa da minha tia em Penápolis, na década de 80, e aqui no interior ainda era comum usar o trem. E até mesmo quando eu nasci, até meus cinco ou seis anos, só viajava de trem, então peguei o gosto aí”, relembra Douglas.

José Aparecido Mangerona já é ferroviário em Bauru há 44 anos, e desde a infância morou à beira da linha do trem.

Para ele, a sensação de controlar a locomotiva “é maravilhosa, mas também existe uma tristeza muito profunda pelo descaso dos governantes e interessados em ver a ferrovia nesse caos que se encontra hoje. E nós, brasileiros, de uma maneira geral é que pagamos por isso”, explica.

Uma oportunidade encostada

Ainda na ativa, as ferrovias do País ainda são pouco desenvolvidas e não recebem muito investimento.

Ferroviário há 29 anos, Carlos Franzoi vê nas locomotivas uma forma de transportar ainda mais cargas, barateando os fretes, contudo, “os investimentos para tal são muito poucos em vista do tamanho do nosso País”.

Para José Aparecido, os benefícios para Bauru não são seriam menores, já que a cidade se localiza em um grande entroncamento.

“Em Bauru, o transporte ferroviário seria um agente facilitador, pois nós estamos em um grande entroncamento rodoferroviário, o custo seria bem menor”, conta.

Apesar de tudo, o que ainda nos resta é apreciar a história de fundação do País e de Bauru.

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