Movimentos de leveza e perfeição aos olhos de quem vê não revelam as longas horas de treino e esforço que resultaram em passos de dança tão simétricos. Muitas pessoas podem ver o balé como uma arte perfeita, mas como qualquer coisa, tem seus benefícios e malefícios.

Originária na Itália do século XV, durante a Renascença, o estilo de dança começou a ser desenvolvido nas cortes reais, chegando ao Oriente, onde continuou a ser difundido na Rússia, hoje, com um dos estilos de balé mais conhecidos.

A dança se tornou tão famosa, que é um sucesso até hoje, quase 600 anos depois de seu surgimento. Aqui em Bauru, a professora Michelle Alves e a bailarina Larissa Zapata vão contar os prós e os contras do balé.

O balé como paixão

Bauruense de nascença, Michelle Alves teve seu primeiro contato com a dança aos 14 anos, quando fazia aulas de hip hop e jazz, mas foi aos 19 anos que a menina descobriu sua paixão pelo balé.

Fora da dança por um ano e meio para o tratamento de tendinite, Michelle ingressou na faculdade de engenharia. Ainda em sua graduação, a bailarina foi chamada para coreografar um musical e foi ali, em contato com o balé, que ela descobriu sua paixão.

Apesar da graduação em engenharia, Michelle não perdeu tempo para começar a faculdade de dança. Formada com 27 anos, um idade muito avançada para se inciar na carreira do balé, a bailarina escolheu dar aulas.

“Comecei a dar aula para poder trabalhar com o que eu gosto e ajudar as pessoas a realizar o sonho de serem profissionais da dança”, conta Michelle.

Disciplina e leveza

Como Michelle, é comum que o contato das pessoas com a dança seja desde cedo. Para Larissa Zapata, a necessidade de praticar uma atividade física aos seis anos, fez com que ela conhecesse o balé.

Com mais de 16 anos de prática, Larissa conta que a dança favoreceu tanto o seu corpo quanto o seu emocional.

“Na física, porque tem benefícios para o corpo, sempre fiz muitas aulas então sempre tive resistência física e ajudou também na elasticidade e postura. Já na parte emocional, ajudou porque o ballet sempre funcionou como uma forma de ‘terapia’ pra mim. Eu me sinto muito bem dançando e é quando eu esqueço de todas as outras coisas. Só a dança importa naquelas horas”, relata.

Ela ainda conta que o balé é um estilo de dança que exige disciplina do bailarino, levando-o a desafiar o próprio corpo e superar seus limites!

Balé no limite

Alguns limites do corpo podem ser extrapolados no balé, caso não haja instruções corretas, causando lesões corporais. Tão intensa quanto fazer academia, a dança exige muito da pessoa e pode deixar marcas.

Segundo Michelle, a prática intensa pode causar lesões nos membros inferiores como quadris, joelhos, pés, etc.

Larissa reafirma contando sobre suas lesões na dança. “Eu já me machuquei duas vezes no mesmo lugar com distensão no músculo da perna. É complicado porque, mesmo que o ballet desafie os limites do corpo, o bailarino também precisa saber dosar seu próprio limite para evitar lesões”, relata.

Arte democrática, para alguns

Se engana quem pensa que balé “é coisa de menino”. Segundo Michelle, a dança é para todas as pessoas, contudo, ainda é difícil encontrar homens na arte.

“É mais difícil de conseguir meninos no balé, porque a nossa cultura coloca os meninos que vão para essa área como gays, o que não tem problema nenhum. Entretanto, eles só entram na dança bem mais tarde, por conta própria, quando já estão independentes dos pais”, explica Michelle.

Além disso, o balé pode se tornar uma arte cara, pelo valor elevado dos objetos necessários para se começar, que vão desde roupa até aparelhos.

Mas para quem pratica, fazer balé é colocar em prática uma verdadeira paixão!

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