O Brasil ocupa o 5º lugar entre os países que mais matam mulheres no mundo. No ano de 2018, foram 73 mil denúncias de violência feminina. Só no estado de São Paulo, no ano anterior, mais de 280 tentativas de feminicídio foram registradas.

O número de mortes de mulheres no país aumentou em 6,5% desde de 2016, de 4.201 casos para 4.473. Isso significa que, pelo menos, uma mulher é assassinada no Brasil a cada duas horas.

Ações do governo federal foram criadas para diminuir os casos de violência contra as mulheres, sendo que em 1985 foi inaugurada a primeira Delegacia da Mulher, em São Paulo. Além disso, em 2006, foi criada a Lei Maria da Penha, que visa proteger a mulher de violências domésticas e familiares.

Ainda assim, o número de casos continuam crescendo.

Pensando em conscientizar as pessoas sobre os direitos da mulher, a estudante de psicologia da UNIP, Kimberli Medolago, criou o trabalho “Lei Maria da Penha: Quais são meus direitos perante a justiça e qual a importância da Psicoterapia”, premiado na jornada acadêmica do curso.

Direitos da mulher na prática

Existe aquela citação que diz que só aprendemos alguma coisa quando vivemos ela em nossa vida. Foi assim que aconteceu com Kimberli, que, em seu quinto ano de graduação, começou a estagiar na Delegacia da Mulher da Vila Cardia.

Vivenciando o dia do trabalho na delegacia, atendendo e orientando as mulheres que lá chegavam, a aluna percebeu que, muitas vezes, a falta de orientação e conhecimentos sobre os próprios direitos fazem com que muitas pessoas deixem de denunciar casos de violência feminina.

“Muitas mulheres chegam na delegacia e não têm orientação, elas não sabem como funciona e para que serve a medida protetiva. O que falta é elas terem essa informação, para que se sintam empoderadas e tomarem uma atitude”, explica ela.

De mulher para mulher

Um ano de estágio fez com que Kimberli percebesse a necessidade de dar voz às mulheres. Surgiu então o interesse que nunca havia aparecido em quatro anos de formação: criar um trabalho que explicasse à população os direitos da mulher e como colocá-los em prática.

A aluna passou madrugadas acordada para finalmente apresentar seu trabalho na Jornada Acadêmica da Semana de Psicologia, escolhido entre os três melhores.

O trabalho da aluna também explica a importância do papel psicológico no atendimento de uma mulher que sofreu algum tipo de violência doméstica ou se encontra em um relacionamento abusivo.

“Em um relacionamento abusivo, nós como psicólogas, percebemos que antes da agressão física, vem a emocional”, explica Kimberli.

Por isso, na Delegacia da Mulher, estão presentes atendimentos para tudo o que uma mulher precisa:

violência feminina bauru
Arte: Larissa Ribeiro/AZmina

Além disso, o projeto visa a importância de se perceber em um relacionamento abusivo, e principalmente, como sair dele, “porque muitas mulheres estão vivendo esse quadro, mas não encontram uma porta. Por isso, acabam vivendo em um ciclo de violência sem saber como sair”, esclarece Kimberli.

A terapia oferecida por psicólogos, nestes casos, também ajuda a mulher a refazer a sua identidade pessoal, pois muitas delas acabam se tornando objetos do agressor.

Além do profissional

Durante todo esse tempo, Kimberli cresceu como profissional, pois percebeu o seu dever de ajudar e orientar as pessoas.

Mas não é só isso! Pessoalmente, a aluna começou a ter um olhar mais delicado para a situação que, muitas vezes, passavam despercebidas, dentro até da própria família.

Com o objetivo de acabar com a cultura de violência do Brasil, Kimberli acredita que, com ajuda “você dá voz para a mulher falar, porque isso ainda falta atualmente”, finaliza.

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