Precisamos falar sobre morar sozinho. Esse período do ano é um momento em que muitos jovens estão chegando a Bauru por conta das universidades. Mudar de cidade, embarcar em uma nova realidade, em uma rotina completamente diferente e, muitas vezes, sozinho, pode ser um desafio.

E está tudo bem ficar assustado com a ideia de morar sem os pais, está tudo bem ficar em pânico sem saber o que fazer quando surgir uma barata em casa ou o chuveiro queimar.

A pressão dos estudos e da rotina não devem te afetar de forma negativa!

Uma nova vida

Sair da casa dos pais e fazer faculdade em uma outra cidade, muitas vezes longe, é o começo de uma nova vida. Os desafios só estão por vir e, muitas vezes, nossa imaginação começar a criar mil e umas situação negativas que podem acontecer. Quer saber de uma coisa? Na maioria das vezes, elas não acontecem!

Contudo, esses pensamentos podem ser negativos para a vida de um universitário. É o que explica a psicóloga Márcia Rossi Robis:

“Em muitos casos, as pessoas acabam desenvolvendo o sentimento de medo em relação às situações novas. Alguns sintomas podem aparecer neste período como insônia, transtornos alimentares, entre outros. Isso é uma consequência desta mudança e do afastamento da família”, diz.

Às vezes, esses pensamentos e situações podem causar algo ainda mais grave.

Sobrecarga

O número de problemas psicológicos e suicídios entre os universitários aumenta a cada ano. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), oito, em cada dez estudantes de graduação, relataram que já tiveram algum problema emocional.

Ainda segundo a Andifes, pelo menos 10% dos graduandos já tiveram dificuldades alimentares, sentiram medo ou pânico. Mais de 6% dos alunos relataram ter ideias de morte e cerca de 4% já tiveram pensamentos suicidas.

Por que isso acontece?

“Quando se muda de cidade para cursar a graduação, o universitário passa por uma série de mudanças que demandam ‘rearranjos psíquicos’. Quando se sai do grupo em que cresceu, perde-se referências. Muitos estudantes saem de seus contextos nos quais são destaque, com excelentes notas escolares, e, quando chegam ao ensino superior, percebem que são, na verdade, medianos, quando se deparam com outras pessoas de mesmo nível. O indivíduo passa então por uma quebra de autoimagem e isso gera sofrimento”, explica a psicóloga.

Cargas de trabalhos muitos grandes e privação do sono também ajudam o universitário a ficar vulnerável, principalmente quando se está fazendo algo que não gosta.

Novos amigos

Criar novos relacionamentos também pode ser bastante complicado para algumas pessoas. Muitas passam a vida escolar inteira convivendo com o mesmo grupo. A timidez e a introversão também podem dificultar na hora de fazer novas amizades.

Para quem se sente “travado” na hora de fazer amigos, Márcia recomenda:

“Uma maneira de se conectar é através de interesses comuns, de modo que as conversas iniciais (pelo menos) são menos sobre relacionamentos e mais sobre interesses compartilhados. Encontre um grupo que se foque em um interesse que você já tenha ou algo que você possa considerar”, esclarece.

Uma experiência que faz crescer

Para começar uma nova vida morando sozinho, de forma saudável e equilibrada, é fundamental entender que existirão momentos difíceis. Porém, esses desafios trarão pontos positivos e farão você crescer.

“O primeiro passo para lidar com essa situação é assumir os seus medos para, em seguida, direcionar a melhor estratégia de enfrentamento para que esse caminho tome uma direção certa”, comenta a psicóloga.

Para se sentir bem consigo mesmo, é importante confessar o medo pela mudança; pensar positivo; definir seus objetivos; conversar sobre o seu medo com um profissional; traçar um plano e colocá-lo em ação; ter calma e cautela; não tenha dúvidas, se for preciso mude seu foco.

Entretanto, a psicóloga também recomenda outras coisas que podem funcionar para quem mora sozinho:

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Imagem por Gabriela Gomes/Canva
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