Nesta segunda-feira, dia 08 de abril, Rick Ferreira assumiu a Secretaria da Cultura. Faltando 21 meses para o fim do mandato, o empresário e relações públicas, diz que não há tempo para traçar expectativas dentro do governo.

“As expectativas são as melhores, mas não temos mais tempo pra traçar expectativas, saímos do campo da ideia para ir para o campo da ação, porque estamos em um governo em andamento. Agora é cronograma, cumprir e fazer muito mais pela pasta da cultura nesses 21 meses”, diz.

Portanto, o novo secretário assume a pasta com objetivo de cumprir o calendário já planejado para a cultura em Bauru. Mas, mais do que isso, Rick Ferreira ainda pretende realizar outras pautas agora que é responsável pela secretaria.

O Social Bauru foi até o gabinete do novo secretário para saber quais são os planos para o resto do governo. Confira a entrevista com Rick Ferreira:

– Você já tem experiência na política? Qual a sua afinidade com a questão cultural?

Eu já sou da casa, fui mirim da Secretaria de Finanças dos 13 aos 18 anos. Depois, quando completei 18, a Prefeitura não queria me perder, porque eu sempre quis aprender e fazia muita coisa lá. Então, a Secretaria de Finanças conseguiu me contratar como estagiário por mais dois anos.

Dos 13 aos 22 anos, eu trabalhei na Prefeitura e aos 23 me tornei empresário, então eu trago a minha experiência como gestor há 12 anos também.

Depois, o Rodrigo Agostinho me convidou para ser assessor dele na Secretaria de Cultura e tive a oportunidade de aprender por três anos aqui.

Quando saí da cultura, eu voltei para o gabinete e escrevi projetos e continuei como assessor do Clodoaldo Gazzetta. O Makinho assumiu a liderança na Câmara Municipal e tive a oportunidade de ficar lá por dois anos.

Então, todo esse caminho que percorri, me trouxe alguns votos da classe artística e até mesmo dos servidores para assumir a pasta nesses 21 meses que restam.

– E você já tem algum plano para a cultura na cidade?

Eu tenho expectativa de uma ótima gestão, mas a gente não tem mais tempo de ficar no campo das ideias, então vamos trabalhar com o cronograma. Como eu estou em um governo em andamento, tenho que trabalhar no campo da ação. Eu não tenho mais tempo de pensar em expectativa e é isso que eu trouxe para a equipe.

Já pontuei algumas coisas e percebi que a classe artística pede um aumento no repasse da verba do Programa de Estímulo à Cultura, que é muito baixo. Eles se sentem desmotivados, então um aumento vai valorizar a classe.

O segundo ponto é a Liga das Escolas de Samba. Desde que o Carnaval voltou, em 2008, nós já havíamos sugerido a criação da liga, para não comprometer a verba da Prefeitura. Então, se tem uma liga, a gente consegue regulamentar de uma forma democrática.

Os bloquinhos também! Por conta da questão de documento, houve uma repercussão negativa e a gente tem que dar uma atenção especial, porque o bloco de Carnaval se popularizou. Acho que a gente tem que melhorar a questão da burocracia e, para melhorar, precisa regulamentar. Criando um regulamento para todos os blocos seguirem um padrão, nós conseguimos acolher essa questão.

Um dos projeto mais ousados que eu tenho é a Escola de Circo Itinerante. É um projeto da classe artística e eu já venho participando antes de assumir a Secretaria. Agora, como secretário, eu tenho autonomia e quero ajudar ainda mais. O que falta, é a compra da lona, esse processo já tramitou e não deu certo, então eu vou tentar outros meios para colocar o circo itinerante nos bairros. Durante o dia será escola de circo e durante a noite, haverá apresentações.

A questão que o prefeito Gazzetta fala de descentralização da cultura é isso: levar para os bairros, as mesmas condições das escolas privadas.

– A Estação das Artes é uma questão antiga. Como pretende lidar com essa demanda?

Nós estamos vendo a área central com muito cuidado e carinho. A Estação das Artes vai sair do papel, ela só não saiu por questões burocráticas. Pensamos em um Museu Municipal, porque as pessoas precisam conhecer a história de Bauru. Mais do que isso, a Estacão tem muitos projetos ligados como um café, um restaurante, uma galeria de arte, a Maria Fumaça…

Todo governante que entra, fala que a Estação vai sair do papel, mas nunca acontece. Nesse governo do Clodoaldo Gazzetta, o projeto da Estação das Artes vai sair, isso vai ser uma marca no governo dele. É um projeto bastante ousado, vai causar muito impacto e vai ser referência no centro-oeste paulista.

– O que você espera oferecer culturalmente aos bauruenses?

A questão da descentralização da cultura. Se a gente não levar cultura para os bairros, as pessoas vão procurar cultura em outra lugar. A única forma de descentralizar a cultura é dando oportunidade e levando cultura até as pessoas.

A prefeitura tem recursos, temos o caminhão-palco, tem o projeto da tenda cultural, de levar apresentações para osb bairros. Temos o movimento Hip Hop que é muito forte na cidade, então temos que valorizar isso e dar subsídios para que eles consigam oferecer atividades nos bairros, mas, às vezes, eles não conseguem, porque não tem estrutura.

Temos que dar atenção aos pequenos detalhes que são simples, basta sair da zona do conforto e ir pra zona do esforço. Isso, às vezes, não demanda dinheiro, muitas vezes, temos algo na Secretaria que podemos emprestar e atender essas atividades de cultura.

Eu vim para dar continuidade ao governo, para fazer o meu trabalho e trazer a minha experiência, pensando muito, porque eu sou da periferia. Luiz Ricardo Ferreira é da periferia, mora na periferia, então eu sei das necessidades, eu sei do que eles precisam. A cultura precisa desse viés social, político, responsável e de ação. O administrativo precisa funcionar à todo vapor.

– Para finalizar, na sua opinião, qual a importância da cultura para a população?

Como eu nasci e cresci na periferia, na minha época tinha o Biblionibus. Então, eu tive acesso à cultura através de um ônibus que ia no meu bairro e oferecia a possibilidade de leitura. Hoje, a gente tem que promover cultura dessa forma, não só enquanto secretaria.

A educação e a saúde têm sua importância, mas a cultura tem papel fundamental. Sem cultura, a gente não é um ser pensante, a gente é um ser vazio e cheio de nada.

Então é através da cultura que eu quero poder trazer a minha experiência de gestor, mas também de uma pessoa que viveu na Vila e sabe quais são as demandas e necessidades. A gente pode fazer um belo trabalho nesses 21 meses.

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