Quando decidi fazer terapia eu não fazia ideia do quanto eu realmente precisava fazer terapia. Primeiro que eu não sabia nem por onde começar a falar…
“Qual era o problema?”, “quando começou o problema?”, ” como eu me sentia?”. Por mais que, há anos, eu venho enfrentando sozinha, toda noite chorando, sabendo quais eram os meus problemas e, principalmente, como eu me sentia, eu não soube por onde começar. Eu não sabia se o problema vinha mesmo de quatro anos atrás ou de uma vida de 23 anos.
É normal, num primeiro momento, você pensar “não posso expor tudo nessa primeira sessão, ele/ela pode me achar louca”. Mesmo sabendo que era necessário, eu tinha medo dos meus pensamentos e das minhas falas, afinal, guardei tudo dentro de mim por anos e anos.
O máximo que saíam, eram lágrimas. E quantas caíram! Acontece que eu me sentia culpada. Eu era o problema! Sim, apesar de tudo o que eu tentava transparecer nas redes sociais, eu me sentia, e ainda sinto, uma pessoa inferior, uma pessoa que não merece nada, muito menos aquilo que eu tanto sonhei… Amor!
A primeira pergunta do meu psicólogo foi (algo mais ou menos assim, estou ruim de memória) “o problema é você amar demais ou você receber de menos?”. Logo em seguida, ele disse algo mais ou menos assim: “o único problema que eu vejo aqui é você não receber o amor que você merece. O que você merece Isadora?”.
Fiquei alguns minutos, ou segundos, olhando para ele com muitas lágrimas nos olhos, com sentimento de dor e sofrimento que aquela pergunta me causava, pois, eu não sabia. E essa foi minha resposta, “não sei, Doutor”.
No meu lado lúcido e racional, que acontece nesse exato momento, sei que mereço o melhor. Já no meu lado real (seria insano?), que por várias vezes sofreu por não saber escolher alguém que gostasse de mim e sente culpado por isso, não sabe o que merece. E sabe, por quê?
Essa resposta terei que deixar para a próxima coluna.
Ps: façam terapia!
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