Alguma vez, você já praticou capoeira? Apesar de ter surgido no Brasil no século XVI, a luta ainda não é tão popular entre os brasileiros. Fato que, segundo o bauruense Edson Ribeiro Nunes da Luz, mais conhecido como Contramestre Burca, deveria ser mudado.

Há 30 anos praticando capoeira, Burca afirma que os brasileiros deveriam vivenciar a luta, ao menos uma vez. Até porque, fora do país, o esporte é muito valorizado. “Na China, todo mundo faz kung-fu, no Japão, todo mundo faz Karatê, na Tailândia todo mundo faz muai-thay. Lá, todo mundo tem uma vivência, não precisa ser lutador, e aqui no Brasil deveria ser assim”, esclarece.

Por isso, há 30 anos, o bauruense vem lutando para mudar esse cenário, principalmente, aqui em Bauru. O contramestre dá aulas em escolas particulares como atividade extracurricular. Além disso, há dois anos, ele, ao lado de sua esposa, Karina Tafner Moysés, criou a Escola de Capoeira Nação Cultural.

Mas por que praticar capoeira?

Se você nunca se identificou com nenhum esporte, a capoeira pode ser a opção perfeita pra você. Os motivos são diversos: a atividade é dinâmica, com muita música e realizada em conjunto, embora cada pessoa é livre para praticar no seu ritmo. Além disso, qualquer um pode aprender a jogar capoeira.

“Eu dou aula para crianças de um ano até pessoas de 101 anos de idade. Além disso, eu tenho alunos cadeirantes, com autismo e com síndrome de down. Então a capoeira não limita, qualquer um que consiga sentir a energia pode fazer”, esclarece o contramestre.

Por ser democrática, não tendo restrição aos seus praticantes, a capoeira permite que cada um se desenvolva no seu tempo. Assim, o contramestre Burca explica que, apesar da aula seguir um cronograma, ela é adaptável. Portanto, cada aluno irá desenvolver os movimentos dentro do seu limite.

“A gente trabalha com crianças a partir de um ano de idade, com deficiência física ou atleta de alto rendimento. Aqui não é um lugar em que ele vai chegar e ter que se enquadrar. Conseguimos colocar a capoeira na vida da pessoa para que ela se torne importante”, diz Burca.

Arte que reúne várias artes

Luta, música e esporte são as artes que compõem a capoeira. “Eu costumo dizer que dentro do ringue, a capoeira é luta; na rua é defesa pessoal; no teatro é arte e poesia e também uma manifestação cultural”, relata o contramestre.

A união dessas três atividades é o que torna a capoeira um esporte que traz inúmeros benefícios para quem pratica. Isso, porque os movimentos executados trabalham o corpo todo, ajudando a emagrecer, desenvolvendo a força corporal, a flexibilidade e a psicomotricidade.

Mais do que desenvolver o físico, a capoeira é um meio fundamental para ampliar as habilidades do intelecto e das emoções. Ela pode ser realizada entre qualquer pessoa, assim, ensina disciplina, autocontrole, respeito pelo próximo, melhora a confiança e a autoestima e desestimula a timidez.

Além disso, a capoeira amplia o conhecimento, a criatividade e a sociabilização.

Para respirar capoeira

Dessa forma, Burca e Karina decidiram trabalhar de uma forma diferente durante as aulas. O intuito é oferecer um treino de qualidade, incentivando os alunos a frequentarem a escola.

Assim, a escola Nação Cultural oferece aulas em diversos horários de segunda a sábado. Portanto, o aluno pode frequentar qualquer uma das aulas, desde que seja da sua turma.

Contramestre Burca e sua filha Giovana

As aulas são divididas entre três faixas etárias:

  • Baby: de dois a três anos;
  • Kids: de quatro a 13 anos;
  • Adulto: a partir de 14 anos.

A turma adulta engloba diferentes idades com um único objetivo, o de unir pessoas diversas e permitir a troca de experiência entre elas.

“Aqui temos uma estrutura voltada única e exclusivamente para a prática da capoeira. O aluno aprende, com profissionais capacitados e reconhecidos, a capoeira em todas as suas vertentes, seja ela física, musical ou cultural. Além de ser colocado em contato constante com as manifestações culturais como jongo, samba de roda e maculelê”, explica Karina.

Capoeira Pedagógica Escolar

Atualmente, o Contramestre Burca leva a capoeira para crianças a partir de um ano em 12 escolas particulares de Bauru. O método utilizado segue os princípios da capoeira pedagógica escolar e, segundo o contramestre, possui três pilares: brincar, brincar e brincar, revela.

É a partir da brincadeira que as crianças aprendem o esporte, além de desenvolverem o respeito ao próximo e a disciplina. “A gente utiliza elementos que chamam a atenção e objetos que ajudam no desenvolvimento das crianças. Todas as brincadeiras são cantadas, é adaptado e totalmente lúdico. Então eu vou estimular o interesse delas”, esclarece Burca.

Contramestre Burca e sua aluna Luna Sophia

Entre as escolas e projetos em que oferecem a capoeira, estão: Xeretinha Centro de Convivência Infantil; Colégio Dinâmico Bauru (Unidades Falcão e Estoril); Educo Infans Berçario e Maternal; Colégio Alfa Sciens; Quintal da Anita; Escola Criarte; Escola Athena; Escola Infantil Pato Encantado; Jardim das Letras; Colégio Engler – Abelhinha Feliz; Programa de Integração e assistência à criança e adolescente – AELESAB e Projeto Criando Laços.

O Brasil em Bauru pela capoeira

Mais do que dar aulas, Burca e Karina ainda organizam o maior evento de capoeira do interior paulista. O “Viva Zumbi, viva Mestre Bimba” é realizado sempre no primeiro final de semana de novembro. Durante os dois dias de evento, Bauru recebe em torno de 200 pessoas de todos os lugares do Brasil e de outros países.

O evento traz mestres de renome, tanto da velha guarda quanto da atualidade, para ministrar cursos, workshops e bate-papos. Além disso, no último ano, o “Viva Zumbi, viva Mestre Bimba” também contou com uma competição de capoeira entre pessoas de várias idades.

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Serviço

Escola de Capoeira Nação Cultural
Local: Avenida Nossa Senhora de Fátima, 7-85
Telefones: (14) 99762-7848 ou (14) 98104-4554
Instagram: @nacaocultural.bauru e @contramestre_burca
Facebook: www.facebook.com/Nacaoculturalbauru

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