Você conhece a técnica de tatuagem chamada cover up? Esse procedimento é muito eficaz na cobertura de outras tatuagens. Mas não é só isso! O cover up também pode ser usado para cobrir cicatrizes em qualquer parte do corpo.
Apesar da cobertura não apagar completamente cicatrizes ou queimaduras, é uma alternativa para quem dar um novo significado ou simplesmente apagar uma marca.
De bem com a vida
As tatuagens cover up tem se popularizado muito entre as pessoas. Pacientes que passam por cirurgias plásticas recebem indicações médicas para o procedimento.
Contudo a cobertura de cicatrizes e marcas corporais não é um procedimento fácil. Isso, porque é necessário que o tatuador faça uma análise preliminar de cada paciente. A tattoo pode sim ajudar a melhorar a autoestima de uma pessoa, mas o autoconhecimento e a autoaceitação também são essenciais para o processo.
É o que explica o tatuador Marcelo Paro: “Como tatuador, eu prezo por respeitar ao máximo a individualidade de cada pessoa. Por isso, antes de tatuar, eu converso com o cliente e o ajudo a entender sobre o que aquela marca significa para ele”.
As cover ups vão muito além da estética, são uma forma de dar um novo significado para a vida da pessoa.
Tatuagem, amiga do peito
Outro processo muito comum entre os tatuadores é a micropigmentação paramédica. Essa técnica tem como objetivo reconstruir auréolas em mulheres que retiraram a mama.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), por volta de 70% das brasileiras com câncer de mama precisam recorrer à cirurgia de retirada. Atualmente já existem procedimentos de reconstrução da mama. Portanto, as tatuagens são uma forma de deixar o trabalho ainda mais perfeito, dando a cor natural da auréola e do mamilo.
Aqui em Bauru, Angelita Padro é tatuadora há 12 anos e há seis faz a micropigmentação. Para ela, o procedimento é muito maior que uma simples tatuagem e atua como uma troca. Enquanto a tatuadora devolve a autoestima das mulheres, as clientes ensinam a superação de obstáculos.
“É impossível não se emocionar com as histórias das mulheres que chagam a mim e, principalmente, com a transformação imediata de cada mulher que atendo”, comenta Angelita.
Na visão da tatuadora, uma mulher que retira a mama passa por um turbilhão de emoções e a tatuagem ajuda a fechar um ciclo e a resgatar como eram antes da cirurgia.
“O seio é algo importantíssimo par nós mulheres. Não é só a estética, ele é fonte de amor, alimento e acolhimento. E é isso que elas procuram, um resgate delas, do corpo e da alma”, ela complementa.
Nova vida
Uma das pacientes de Angelita é a bauruense Denise Marinho da Silva. Com apenas 27 anos, ela retirou a mama devido à mastectomia. Recém-casada e com um filho ainda jovem, a mulher se viu devastada.
Denise viveu anos de sua vida sem uma das mamas até fazer a cirurgia de reconstrução. Seu médico, então, recomendou a micropigmentação.
“No começo, eu achava que o procedimento era uma coisa desnecessária. Após conhecer a Angelita por meio do grupo Amigas do Peito, eu repensei e fiz o procedimento. Hoje são 10 anos de reconstrução de mama e eu me sinto muito bem!”, Denise conta.
Assim como Denise, outras mulheres também enxergam na tatuagem de reconstrução uma forma de se sentirem bem consigo mesmas.