Se você tem algum histórico de Alzheimer na família, mas não entende muito sobre o assunto, preparamos essa matéria para te explicar, de forma simples, o que é a doença, como ela surge, quais são os tratamentos e como evitar os quadros de Alzheimer.
Vamos começar explicando que o Alzheimer é uma doença mental degenerativa que se desenvolve em pessoas idosas. A doença é a mais comum das demências e conta com quadros de declínios significativos com o passar do tempo.
De acordo com o médico e psiquiatra Rafael Casali Ribeiro, a doença atinge com frequência, idosos acima de 65 anos.
Uma pesquisa realizada em 2018, pelo site Clic RBS, destaca que no Brasil surgem 55 mil novos casos de Alzheimer por ano e a cada três segundos estima-se que uma pessoa desenvolva a demência no mundo.
Como identificar o Alzheimer?
A doença aparece aos poucos e, no início, os sintomas quase não são perceptíveis. Amnésia e esquecimento de tarefas recentes são os primeiros sintomas do Alzheimer, com o passar do tempo, o idoso começa a perder a capacidade de realizar atividades sozinho, não reconhece mais pessoas, se desorienta no tempo e espaço e, gradativamente, a doença começa a afetar as memórias mais antigas.
Rafael ainda ressalta a importância de prestar atenção aos sintomas, já que todos nós temos esquecimentos. Como a doença é mais comum com a velhice, é normal a hipervigilância nesses casos.
É comum começamos a dar muito valor e atenção para esquecimentos na idade avançada e não percebemos que já esquecemos de coisas quando somos mais novos. Com isso, ficamos mais atentos pensando que esquecimentos podem ser sintomas de Alzheimer.
Às vezes, por ser um idoso começo a pensamos que os esquecimentos podem ser Alzheimer e automaticamente começamos a ficar atentos a qualquer esquecimento que ele tenha. Mas não pensamos que ele pode estar esquecendo tanto quanto esqueceu a vida inteira
“É importante ver se os sintomas são isolados, em pessoas de idade avançada podem acontecer casos de esquecimento e nem por isso ser Alzheimer. Alguns esquecimentos podem estar relacionados à doenças clínicas e excesso de remédios, que podem causar efeitos colaterais causando a confusão mental”, completa o médico.
A idade é o principal fator de risco, quanto mais velho, maiores são as chances de se ter a doença.
Para determinados casos, existem tratamentos
O Alzheimer é uma doença com quadros irreversíveis, mas existem tratamentos para pessoas com a doença. Thais Villa é Diretora Operacional do Supera, escola de Ginástica para o Cérebro. Ela explica que essa demência tem três fases.
Na fase inicial da doença, a pessoa consegue realizar as atividades de forma quase independente, com poucos prejuízos de raciocínio, mesmo que a perda de memória seja evidente.
Na fase intermediária, a pessoa tem mais momentos de ausência do que de lucidez. Dessa forma, já precisa de ajuda para exercer suas atividades, como lidar com o dinheiro e fazer compras. Na fase avançada não adianta ser feita nenhuma estimulação cognitiva, isso porque não é possível uma reversão dos sintomas.
“No começo, existe um comprometimento cognitivo leve. Diversas pesquisas mostram que, com algumas intervenções, a doença não avança, pois é possível estagnar os sintomas e estagnar a doença. Já na fase intermediária é possível uma intervenção pequena, mas sem reversão dos sintomas”, ressalta Thais.
Ainda de acordo com a diretora, exercícios cerebrais ajudam a prevenir e desacelerar os primeiros sinais do Alzheimer e outras doenças ligadas ao sistema nervoso. As atividades estimulam conexões neurais e aumentam a reserva cognitiva e a resistência da mente às lesões no cérebro.
Cuidando do cérebro em casa!
Quando a doença é diagnosticada ainda na fase inicial, é possível que os tratamentos sejam realizados na casa do paciente, mas é indispensável o acompanhamento de um profissional.
Para manter o cérebro em pleno funcionamento é muito importante manter um nível de atividade intelectual ou ginástica para o cérebro com atividades que são desafiadoras, tenham um grau de desafio crescente e que sejam variadas.
É importante seguir três princípios essenciais: grau de desafio crescente, variedade e novidade. Por exemplo, uma pessoa que está habituada a fazer palavras cruzadas, não está necessariamente criando novas conexões neurais, porque a prática e o hábito da mesma atividade não apresentam mais novidade, variedade nem grau de desafio crescente. Dessa forma, o cérebro executa a atividade no piloto automático, que é o pior veneno para a saúde mental.
Você sabia que pode começar a evitar o aparecimento do Alzheimer desde já? De acordo com dados do Supera, aprender um segundo idioma retarda o aparecimento dos sintomas em média por cinco anos. Fazer atividades físicas regularmente três vezes na semana reduz em 50% a chance de ter a doença.
Casos de Alzheimer na família
De acordo com o médico Rafael, parentes de primeiro grau de pessoas que tiveram a doença apresentam o dobro do risco comparado com a população em geral. Mas calma! Não se assuste, porque o maior fator para o aparecimento da doença é a velhice e, por isso, a hereditariedade não é um fator de peso que agrega para se ter a doença.
A hereditariedade representa apenas um dos fatores e não um fator sozinho para o Alzheimer. “Muitas outras coisas concorrem juntas, então a hereditariedade não é o único determinante”, finaliza o médico.