O reality show RuPaul’s Drag Race tem se tornado um sucesso entre as pessoas. Apresentado por RuPaul, a drag queen mais famosa do mundo, concorrentes disputam o prêmio de Drag Queen Superstar.

Contudo, o programa não tem gerado apenas boas risadas e entretenimento. Acima de tudo, o reality é uma forma de trazer uma maior visibilidade e protagonismo para o movimento.

E, acredite ou não, o termo “drag” é usado há mais tempo do que você pode imaginar.

O que é o drag?

Durante a Idade Antiga, na Grécia, o teatro só podia ser encenado por homens, até mesmo os personagens femininos. Para tal, os atores se vestiam com vestidos, perucas e também se maquiavam.

Indo além da atuação, o termo “drag” significa “arrastar” e refere-se ao uso de roupas por pessoas do sexo oposto. Diferente do que muitos pensam, qualquer um pode ser drag: homens, mulheres, nenhum dos dois, os dois, héteros, homossexuais, cis, trans, etc.

Mas ser drag ainda se mantém, até hoje, como uma arte!

“Ser drag queen é ser um artista que manifesta sua arte com a transformação. Cria-se um personagem e nos montamos nesta persona. E esse personagem pode ser humano, alienígena, animal, vegetal, mineral ou mesmo um conceito! A arte não tem limites ou barreiras e pode ser expressada como o artista sentir que deve”, explica a drag bauruense Maya Papillons.

dragMaya Papillons

A liberdade de ser quem é

Inclusive, Maya Papillons vê a transformação em drag como algo libertador. Segundo ela, sua primeira montagem aconteceu em outubro de 2011 pela admiração ao mundo da maquiagem e dos saltos. Hoje, a Maya existe como profissão, ato político e força de ativismo.

“Sendo ela, eu posso ser muito mais eu, posso me conectar com minha essência, o que é muito louco já que estou como outra pessoa”, comenta a drag.

O outro lado da moeda

Ainda que a transformação seja libertadora, também é sinônimo de preconceito por parte de algumas pessoas que olham de fora. Mesmo com a visibilidade das drag queens nos últimos tempos, ainda há bastante resistência. É o que explica Valentina Pryns, drag desde 2012. 

drag queenValentina Pryns

“Sempre vai ter uma resistência de algumas pessoas, mas estamos aí­ pra quebrar tabus, rótulos e paradigmas”, aponta. E ainda que as drags mexam com o preconceito de muitos, o embate de ideia tem gerado saldos positivos e abrindo mais a mente das pessoas. 

É o que afirma a drag Tayllor, que começou a se montar aos 12 anos, depois de ver shows nas extintas boates de Bauru. “A drag deixou de ser aquela ‘figura noturna’ que a maior parte das pessoas conheciam, desconhecendo”.

Da escuridão ao brilho 

Para fazer a montagem, não há regras, apenas muito brilho, glamour e força na peruca! Isso porque, para Valentina Pryns, a transformação de maquiagem até o palco leva em torno de três horas. Isso, sem contar os ensaios, a criação da roupa e escolha da música. Segundo ela, esse processo leva dias e, às vezes, semanas!

“A parte mais difícil é a escassez de material para fazer os looks, além do lado financeiro. É difícil se manter sob os holofotes no interior”, explica.

Mas toda essa dificuldade é recompensada na hora de subir no palco e prender a atenção do público. Ser admirada e marcar a vida das pessoas com um pouco de alegria.

Outro ponto que domina na hora de fazer uma transformação é a imaginação e a liberdade de expressão. Não há certo ou errado quando o assunto é drag. Cada uma possui um estilo diferente. Como no caso de Tayllor:

“Eu tenho meu estilo próprio. Minha drag é uma drag gótica, às vezes, baseada nos anos 80/90 ou em uma roqueira da atualidade. Depende muito do que eu quero transparecer no dia!”.

drag queenTaylor

A hora de subir no palco!

E o palco é o lugar onde tudo acontece. A sensação? Maya revela:

“Estar lá em cima é amedrontador, mas também é empoderador! Sinto o palco como minha casa, meu lar. O coração sempre bate forte antes de entrar, mas uma vez lá dentro, eu cresço e me sinto expandir! É uma sensação única!”.

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