Paixão nacional, o café está inserido na rotina dos brasileiros desde que nos entendemos por gente. Quem nunca quis dar uma bicada na bebida escura quando criança só para provar? 

E, com a vida adulta então, o café torna-se ainda mais comum no dia a dia. Seja para dar um gás no começo do dia ou para acompanhar um pãozinho com manteiga no café da tarde; é difícil dizer não para ele, que vai tão bem com tudo (sou suspeita). 

Assim, além do Brasil ser o maior produtor e exportador de café, os brasileiros também se firmam como maior consumidor mundial. Porém, num eterno põe casaco/tira casaco, pesquisas constantemente encontram prós e contras relacionados ao impacto da bebida em nosso organismo.

Enquanto uma leva de pesquisadores concluem seus benefícios, como o estímulo ao foco e à atenção, outros trazem à tona malefícios como arritmia, problemas gastrointestinais e insônia.

No entanto, a falta de um consenso é um reflexo de que cada especialista estuda a bebida de acordo com a sua especialidade, e também foca em apenas em um aspecto dela. Por isso, para esclarecer de vez a dúvida que muitos têm, como a quantidade ideal de café, conversamos com a nutricionista Denise Real.  

Até porque, se você é um consumidor assíduo como eu, talvez já tenha refletido que o café pode ter sido o responsável por aquela pequena palpitação, dor de estômago e até piriri.

Mas, tem diferença?

Apesar de remetermos automaticamente o café à cafeína, a bebida possui, relativamente, pouco desse composto químico – em média, um grão possui apenas de 0,8% a 2,5% de cafeína. 

E apesar de causar receio em muita gente, a cafeína só traz malefícios quando consumida em altas doses (cerca de quatro xícaras grandes por dia).  Nestes casos, pode causar arritmia, ansiedade, estresse, aumentar a eliminação de cálcio e também pode anular nutrientes, como a vitamina C e o ferro. 

O segredo, na verdade, mora na quantidade consumida, assim como qualquer outro alimento. Isso, porque pesquisadores já comprovaram inúmeros benefícios que seu consumo, em pequenas doses, traz. 

“Segundo estudos, o café exibe efeito protetor contra um grande rol de doenças: doença de Parkinson, doenças hepáticas crônicas com evolução para cirrose, urolitíase, doenças inflamatórias, perfil lipídico, diabetes tipo 2 e a síndrome metabólica como um todo. Existe ainda efeito protetor contra vários tipos de cânceres, incluindo colorretal , cânceres de pele melanoma e não-melanoma, além de câncer de fígado”, explica Denise Real. 

Além disso, um detalhe quase imperceptível também impacta nos efeitos que o café causa no corpo: a forma como é preparado. Quando feito no coador de papel, alguns elementos que aumentam o colesterol no sangue são retidos, porém, o mesmo não acontece quando o coador de pano é utilizado. 

Ademais, os cafés de cores mais claras, que são menos torrados, também são mais indicados. Isso, porque quando muito torrados, ou seja, expostos a altas temperaturas, os grãos perdem suas substâncias benéficas ao organismo.

Denise também pontua que o consumo ideal fica entre três e quatro xícaras por dia, preferencialmente sem açúcar, puro. “Já é estudado que ingerir mais de seis xícaras ao dia  pode aumentar cerca até 22% risco de doença cardiovascular e doença arterial coronariana”, acrescenta a nutricionista.

Vou ter que parar de tomar? 

Dessa forma, a recomendação oficial é que ninguém precisa abandonar o tão amado cafézinho. Apenas ficar de olho na quantidade consumida diariamente e os mais propensos a desenvolver complicações por conta da cafeína, como hipertensos, fumantes e/ou sujeitos a situações de stress, também devem evitar a bebida. 

Além disso, é importante lembrar que não apenas o café é responsável pela melhora ou piora da sua saúde. Hábitos saudáveis são essenciais e muito mais importantes que isso, como reforça Denise. 

“Lembre-se, o efeito do café não é tão intenso que te retire a responsabilidade de cuidar de outros fatores de risco como tabagismo, sobrepeso, estresse emocional, insônia, comorbidades mal controladas etc. Porém, ainda assim, é um efeito bom o suficiente para ser considerado um hábito saudável”, finaliza a nutricionista.

Consultoria:  Denise Real – CNR 3/23373

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