Acreditamos que, nesta altura do campeonato, você já esteja a par do coronavírus e sua periculosidade para a sociedade. Até porque, ainda que necessário, o assunto tornou-se pauta de conversas no WhatsApp, conversas de boteco, conversas no trabalho e também dos veículos de mídia. 

O assunto é importante sim, e também é essencial que, cada vez mais, sejam disseminadas informações que esclareçam exatamente o que é a doença, quais seus riscos e como se precaver. 

Porém, com a quarentena voluntária, que muitos já estão fazendo, as informações externas diminuem. Assim, se você está sentindo que o mundo ficou meio monotemático nas últimas semanas e isso está te afligindo, não se sinta mal ou sozinho. 

O sentimento é comum nesse tipo de situação que estamos vivenciando, no entanto, o pânico não é a melhor solução. Conversamos com o docente do curso de Psicologia do UNISAGRADO, Prof. Me. Luiz Antonio Lourencetti, que é Doutor e Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela UNESP, e ele explicou mais sobre as questões psicológicas durante uma pandemia.  

Nada de pânico

Ainda que seja uma doença nova e com a transmissão rápida, desesperar-se não ajudará em nada. No momento, a recomendação é que evitemos, ao máximo, as interações sociais para frear a contaminação de mais pessoas no Brasil. 

Contudo, ficar muito tempo em casa e com medo do incerto pode causar certo desespero. Por isso, a necessidade de uma área na Psicologia que atue com a temática de epidemias e pandemias: a chamada “Psicologia de Emergência e Desastres”, que é voltada para atenção ao ser humano em situações de crise.

Sobre a atuação dos profissionais neste período, o professor esclarece:

“O trabalho é feito em uma perspectiva de prevenção, atuação nas crises e reabilitação no pós-crise ou desastre. Esse trabalho costuma ser feito de maneira interdisciplinar, envolvendo outros profissionais, como médicos e enfermeiros. Então, no contexto da pandemia que vivenciamos hoje, o trabalho é feito para acolher e atender as pessoas que estão vivendo a situação, mas também olhar para os vários profissionais de saúde que estão sob estresse constante e que também precisam de cuidados”. 

Além disso, o especialista ressalta que uma das consequências de situações como a que estamos vivendo é o desenvolvimento de Transtorno de Estresse Pós-traumático. Nele, é comum que as pessoas tenham episódios no qual relembram repetidamente a situação de desastre.

“No caso de crises como a atual relacionada ao Coronavírus, as pessoas podem vivenciar as sensações de incerteza e isso pode resultar em sintomas de ansiedade. Em alguns casos, pode até desencadear quadros como Transtorno de Estresse Pós-traumático ou Transtorno Obsessivo Compulsivo relacionados à situação de crise. Além disso, a ansiedade e o estresse agudo são fatores que podem influenciar não só em aspectos psicológicos, mas também no sistema imunológico e no funcionamento do corpo como um todo. Por isso, é importante tentar manter a calma e construir uma rede de apoio para lidar com essas situações”, destaca

Lidando com a crise

Enquanto isso, para não agravar a situação, o professor acrescenta que o ideal é seguir as recomendações e protocolos oficiais. Ademais, ter uma rede de apoio, tanto emocional, material e informacional, também é importante. 

Luiz Antonio reflete que uma crise resultante de emergências e desastres podem ter múltiplas consequências. Entre elas, efeitos econômicos e sociais que podem impactar de diversas formas no dia a dia das pessoas.

“Essas mudanças de rotina podem envolver restrições de atividades e imposição de novos hábitos, o que requer habilidade para lidar com isso. Podemos e devemos ser positivos, pois essas situações de crise, como a do Coronavírus, costumam ter um momento de ápice, algo que estamos vivenciando agora. Entretanto, é importante considerar que essas situações costumam ser passageiras e vão reduzir em determinado momento, voltando à normalidade. Então, é importante manter a calma e tentar reduzir e prevenir os danos, seguindo as recomendações oficiais, para que posteriormente possa retornar às atividades normais”, acrescenta

Ainda, o docente destaca que, com tantas informações sobre o assunto na internet,   televisão, rádio, dentre outros, é importante estar atento às fontes das notícias. Isso, porque, apesar do lado positivo do acesso mais fácil e rápido às informações, há a propagação de fake news.

Dessa forma, informações falsas atrapalham a população no cumprimento de recomendações e protocolos oficiais, explica o especialista. No entanto, recomenda: “Uma estratégia de enfrentamento desses sentimentos de angústia e insegurança com relação às situações de crise, pode ser a busca por informações em fontes confiáveis como veículos de notícias tradicionais e agências oficiais, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

Pandemia? 

O coronavírus invadiu os noticiários e tornou-se caso de emergência pública no Brasil por um “simples” motivo: na última quarta (11), a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a doença como uma pandemia

Isso significa que a doença não se restringe apenas a uma região específica, mas já está presente em todo o globo. Inicialmente, o vírus foi identificado apenas na China, no entanto, se espalhou muito rápido assim que saiu da região. 

Assim, até o dia 16 de março, de acordo com a OMS, eram 184.976 casos confirmados em 159 países e territórios. Um dos motivos para o avanço rápido da doença, além da capacidade de contaminação do vírus, é a globalização. 

Em um mundo hiperconectado, voos que ligam um lado ao outro do planeta e o contato com muitas pessoas em um intervalo curto de tempo, foram responsáveis pelo alastramento da doença. 

Atualmente, devido à extensão do problema, a OMS está focada, e cobra dos países, a adoção de medidas para evitar novos casos, tratar os pacientes em estado mais grave e evitar mortes, em vez de focar na detecção de novos casos. 

E você, já está fazendo a sua parte? Simples medidas como a higienização constante das mãos, evitar lugares aglomerados e, se possível, a quarentena voluntária, já são extremamente efetivas na contenção da dissipação do Covid-19.

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