Aconteceu em um julho, tempos frios de estações e quentes de ações e sensações, o pequeno grande bar Scaramouche Bar recebia a Banda Juntos de Isaac, Bruno, Eraldo e Aritana. Do lado de fora e na fria fila quente para adentrar o recinto, escutavam-se vozes, frissons e gritos de, principalmente, mulheres ao ouvir o grupo musical e seu vasto e seleto repertório para uma noite no local de Celso e João Calcinha!

Eram tempos de muitas bandas, anos oitentas, precisamente, a partir de 1986, comecei a trocar Michael Jackson, Donna Summer, Sylvester e Bee Gees por músicos espetaculares de Bauru, talvez, por ser o ano que iniciei minha jornada de Professor de Língua Portuguesa! Escutava as letras entoadas nos bares da Sem Limites e os transportava para as minhas aulas, como era interessante trocar um “Maria comeu o bolo” por “Sexo verbal não faz meu estilo” para explicar o tal objeto direto, sentia-me, nessas horas, um sujeito composto, as músicas e eu! Andança Bar de Laudinho, bar romântico e barroco, com MPB ao violão, as repúblicas eram cheias de cantores e cantoras dedilhando cordas e entoando, entre outras, Vida Cigana!

Canela de Freira de Emerson Pollice, Bitenka e Regina Mancebo, Lizete e Val, Marthinha, Carlão e seu Bagagem, Binho e seu War Pigs on The Block, Brigada Vermelha do Kastor Menezes, Maurício e Rubens, 48 horas de Renato, Chico Molina, Contrabando do Silvinho, do Rony, Paula e Má Veloso. João Cabrera e Adnan e Feres Shahateet liberaram a música no andar de cima no saudoso Camarim, às quartas, ao som de Evandro, o Pipo e Eduardo Giaconno Karaokê da casa da Virgílio Malta!

Quanta gente ruim cantando ao som da extrovertida Overdose e seu hino, “O Astronauta de Mármore”, tradução da Banda Nenhum de Nós! Houve até um “Tributo a Raul Seixas”, depois da morte do baiano cantor. Antes disso, Quarto Estado e seu vocalista, o Professor de Geografia, advogado, Kláudio Coffani, nos tempos do Bar Travessia de Mário Balestieri, Leda Fernandes, Maurício Quagliato, Renato Albino, binho e o chique do brega com a Creme Rinse muito bar, muto som para quem tinha o dom e o tom!

Tempos depois, fui proprietário do Virô Brasil Bar & Boate, o som não podia parar era Lord Vader do Binho, Os Intocáveis do Dr. Fernando Bentim, João Aiz, Quilômetro Oculto do Marcos Tonin, que hoje, toca bateria no céu, Maestro Luiz Elvis Correia Presley, Badê no Templo Bar, Armazén do Paulão e Super Liga Kathólica, Cavalo Morto, Vitório e seu Ramones Cover, a mente sã insana de Luís Paulo domingues e seu Norman & Bates.

E samba, então, Quintal do Brás, Quarteto A Vera, o “Stônico” Elite do Silvião, Cardápio Brasileiro de Léo do Rasi Preto Básico, é muita coisa boa junto! Atualmente, 12 Cordas, Acústicos e Calibrados, Aurora Summer, Distrito 4, Banda Larga, Denise Amaral, Denise Garcia, Sinuhe LP e Thiago Lucalli, Genaro Magri, Frogs, Rota Nacional, Jack Music Pub e seus sons que lançaram a maioria das bandas bauruenses. E, por último, para mim, a primeira que deve ser apreciada sem moderação: “Os últimos Escolhidos do Futebol”, acesse a banda no Youtube antes que a bola pare de rolar!

Professor Sinuhe, louco para cantar, sem que ninguém veja e ouça, em um bar!

Confira mais textos do colunista: www.socialbauru.com.br/author/professor-sinuhe

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