Com inauguração marcada para o dia 3 de agosto, o Inova Bauru será o 1° Espaço Municipal de Inovação da cidade! O local ainda conta com o Projeto LAB de Energia Criativa, projeto da AES Tietê em parceria com a Prefeitura de Bauru.

O espaço oferece infraestrutura e serviços voltados ao empreendedorismo, inovação e tecnologia. Assim, o objetivo é estimular a articulação entre indústrias, instituições de ensino, pesquisa e sociedade. As ações que serão desenvolvidas pela coordenação serão pautadas em cinco pilares principais, levando em consideração a relevância e o interesse público: Liderança, Desenvolvimento, Criatividade, Networking e Mercado.

Em entrevista exclusiva ao Social Bauru, a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda de Bauru, Aline Fogolin, contou todos os detalhes do projeto. Confira:

– Quando vocês começaram a trabalhar para criar o Inova Bauru?

Nesses últimos três anos, como a gente assumiu o governo municipal, tentamos identificar como era o ecossistema de inovação de Bauru, ou seja, quais eram as empresas, as fortalezas de Bauru e como a gente conecta o que essa cidade universitária pode fazer com as grandes empresas.

Detectamos que a gente precisava de políticas públicas para fomentar isso tudo. Porque a iniciativa privada e as grandes empresas já fazem o papel delas no fomento e apoio as startups.

Temos empresas aqui em Bauru que investem muito em inovação. As próprias universidades têm, dentro da sua grade curricular, algumas matérias sobre o assunto. Então projetamos, como prefeitura, a nossa participação neste ecossistema identificado.

Foram três anos de trabalho, visitando várias cidades que já têm o seu ecossistema formado, tanto do porte de Bauru, quanto maiores e menores. Fomos a São José dos Campos, Sorocaba, Jundiaí, Presidente Prudente, Marília e Botucatu. Fomos organizando um laboratório do que seria necessário para Bauru efetivamente entrar na rota da inovação.

– Todas essas cidades já tinham um planejamento referente a esse assunto?

Sim, e já estão trabalhando. Por exemplo, Presidente Prudente tem uma Secretaria de Tecnologia. Veja que ela é bem menor do que Bauru, mas deu saltos muito qualitativos no ranking de investimentos de cidades do Brasil. Prudente vem subindo a sua escala justamente por estar investindo em tecnologia e inovação. Então, esses foram alguns exemplos para fomentar o município.

Em 2018, fizemos várias atividades pela nossa então Comissão Municipal de Ciência e Tecnologia. Criamos um grupo de trabalho muito bem articulado, com várias universidades de Bauru, privadas e públicas. A Sedecon ficou na coordenação desse trabalho com o apoio de todos.

Criamos juntos os encontros chamados Bauru na Rota da Inovação, a Lei de Inovação Municipal, que prevê uma série de incentivos para essa política de fomento e formalizamos o Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia. Fomos criando a base. Estimulamos o surgimento e a consolidação da Sandwich Valley e do maior evento de inovação do centro-oste, o BID, Bauru Innovation Day. Bauru conseguiu ir se encaixando e se moldando nesse movimento. Por tanto concluímos depois de todas essas análises ser muito importante a construção de um espaço físico.

Aline Fogolin e Ariel Barca, Diretor de Logística e novos negócios da Sedecon e Coordenador do Inova

– Vai ser um espaço voltado para a população ou para empresas privadas?

A cidade já está fazendo um trabalho ligado ao ecossistema de inovação, a Sandwich Valley, por exemplo, está fazendo o trabalho com as startups. O Labs da Paschoalotto criou o processo de aceleração e a Conq iniciou recentemente o estímulo e o fomento entre empresas dentro do ecossistema de inovação.

O que a gente imagina: a prefeitura tem como obrigação trabalhar com a comunidade, trazer esse fomento para que as nossas startups entendam por qual caminho deve ir, porque o empreendedor tem uma trilha para seguir. Aqui na Casa do Empreendedor a gente atende pessoas que, muitas vezes, não sabem o que é uma startup, que começa com uma ideia, monta um projeto e o coloca no mercado. Então precisa de orientação e de apoio para saber por onde vai.

A nossa expectativa com esse projeto, é exatamente isso, ser um grande filtro para aquele estudante que está fazendo um projeto ou um empresário que quer fazer um upgrade de um produto.

– De que forma a AES Tietê vai integrar o Inova Bauru?

A AES Tietê tinha a proposta de fazer uma Lab de Energia Criativa, já que tem a sede administrativa e o controle operacional em Bauru. Ela procurou pela prefeitura e apresentou o projeto.

Então a ideia do Lab de Energia Criativa junto com o Inova Bauru formou esse espaço que estamos inaugurando. Pelo Lab de Energia Criativa teremos 160 jovens de 13 a 21 anos que passarão por todas atividades. Esse projeto é patrocinado pela AES Tietê com verba do Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura, então é um projeto a várias mãos, mas lembrando que o Lab está dentro do Inova, mas o Inova é municipal.

– Quais são os outros espaços do Inova Bauru?

Vamos ter um espaço de coworking municipal, onde os jovens vão ter um lugar para criar e projetar a ideia deles.
Nós temos uma sala de treinamento, onde pretendemos fazer, no mínimo uma vez por semana, uma atividade, oficina ou palestra voltada para inovação, de base tecnológica ou não.

Para todo o jovem munícipe que queira conhecer o Inova, vamos ter um site com a programação e a agenda. Fora isso, ainda temos uma sala de parceiros que servirá como apoio para para essa rede de inovação.

Mesmo o nosso espaço sendo pequeno fisicamente, sabemos que ele irá fazer uma mudança muito grande no município e ficamos felizes em ver que é uma entrega concreta, uma realização de quase quatro anos de trabalho buscando o que há de melhor nesse ecossistema de inovação.

– Qual a ideia dos editais públicos?

Por exemplo, vamos publicar um edital para determinada problemática do município. Bauru é um polo educacional, de serviços e turismo de negócios, como vamos juntar tudo isso? Vamos criar um espaço para empresas e startups para que possam elaborar na prática, utilizar a “ideação”, mesmo que ainda não tem a estrutura para ser uma startup. Vamos então fornecer essa estrutura.

Vamos ser esse filtro para quando ela tiver maturidade suficiente, ela poder encaminhar, por exemplo, para o CITEB na Unesp. Caso ela esteja em uma fase mais madura, temos o Labs e a Conq que pode ajudar nesse trabalho de encaminhamento da empresa. Então é um espaço super dinâmico, plural, acessível para que a gente possa ter tanto o jovem empreendedor, como também as empresas que estejam em busca dessa mão de obra mais especializada.

O nosso papel vai ser fomentar e criar os editais, fazer essas chamadas e a conexão entre quem precisa falar de inovação com quem já tenha esse conhecimento. Será um espaço não só para startups, mas para empreendedores e empresas.

Acreditamos que onde se tem talento, se tem dinheiro e vice-versa, porque uma empresa sempre vai querer os melhores profissionais, os mais capacitados e os mais evoluídos. Então a ideia é fomentar a tecnologia. Acho que nosso papel vai ser essencial nessa propulsão e, além deste espaço, surgirão outros, outras inciativas. As empresas começarão a enxergar a startup como um braço para fazer esse movimento crescer.

– Sobre o coworking, quem pode utilizar o espaço? Existe alguma taxa, algum cadastro?

A proposta é que tenham algumas vagas de coworking público-municipal para fazer uma reunião, um projeto, uma mentoria. A ideia do coworking é mudar a expectativa de que é uma mesa do lado da outra, são profissionais que se complementam e dali podem criar ideias sustentáveis para as empresas.

Vamos ter o lado gratuito para movimentar essa ideia do coworking público-municipal, mas vamos ter também o lado dos editais para apoiar projetos. Pois temos o coworking, o Lab de Energia Criativa e a sala de treinamento, além do espaço de permanência para quem atender aos editais.

Com o espaço físico que temos, é possível até 12 espaços para que as pessoas usem de forma perene. Se em um período essa empresa não evoluir, ela tem que ceder o espaço para outra. Vamos sentir a demanda.

– É a primeira vez que tem algo assim no município?

É a primeira vez e é super inovador, porque Bauru nunca teve isso! Até 2017, não se falava de inovação e tecnologia em Bauru, existiram alguns movimentos que não se perpetuaram e não deixaram legado. Uma vez por semana vamos ter uma atividade gratuita ligada a inovação e tecnologia, com especialistas que vão falar sobre esse ecossistema de inovação e como ele se aplica. Vai ter muita coisa que, na verdade, vamos construir daqui para frente. Não é errado não ter um planejamento minucioso, muito pelo contrário, o planejamento vai começar agora que já conseguimos um espaço físico.

– Quais os benefícios para a população?

O mais interessante é que as pessoas não sabem, mas a inovação está em todos os processos. Por exemplo, um vendedor de pipoca que oferece lencinho umedecido para a pessoa limpar a mão, ele fez um processo inovador. O grande industrial que mudou a forma como ele atua, automatizando seu trabalho, tudo isso é inovação.

O que a gente espera com esse espaço e esses projetos é que tenhamos um conjunto de inciativas. Tanto do Lab de Energia Criativa, quanto no total do Inova, com as palestras, orientações e mentorias, queremos convergir a cidade para esse processo de inovação.

Já temos várias empresas nos procurando, sediadas nas capitais onde a mão de obra está saturada, a qualidade de vida está ruim, os impostos são mais altos do que em uma cidade como Bauru. Recebemos o contato de várias empresas de base tecnológica, porque tudo o que eles precisam é a mão de obra qualificada e uma internet muito boa, já que conseguem se adaptar em qualquer espaço.

Portanto, esse movimento é muito salutar para a cidade, pois ele começa a convergir na economia. Se eu faço uma universidade, já tenho onde fazer um bom estágio e estou me qualificando, então melhora a qualidade dos serviços. Esse estudante, esse jovem, quando ele fizer o Lab, ele vai despertar para novas profissões, para novas oportunidades.

– Então qual é a Bauru do futuro?

A gente espera que Bauru tenha profissionais mais ousados, engajados, inovadores. Daqui uns anos não vamos mais ter emprego, vamos ter trabalho. E vamos ter talentos e exportar talentos voltados para inovação e tecnologia. Empreendedorismo e inovação vão ser carros-chefe nesse processo. Por isso que o Lab é tão importante para Bauru nesse momento. Junto a isso vamos dar essa base para o estudante se sentir motivado para buscar essa qualificação, para que o jovem saiba o que ele quer ser quando crescer.

A inovação, no final, tem que ser monetizável e servir para resolver os problemas das pessoas. E eu espero que Bauru seja uma antes e uma depois do Inova. Então toda a sociedade ganha, além de Bauru ser reconhecida como uma cidade universitária que retém os seus talentos e que exporta talentos voltados para inovação e tecnologia.

Inauguração do Inova

No dia 03 de agosto, às 14h, a Prefeitura Municipal de Bauru, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda, inaugurará o Inova Bauru. Na ocasião, o Projeto LAB de Energia Criativa, que conta com o patrocínio da AES Tietê, apoio da Prefeitura, do Ministério da Cidadania e Secretaria Especial da Cultura, será inaugurado simultaneamente.

O evento ocorrerá em ambiente virtual, seguindo as diretrizes da Secretaria Estadual de Saúde do Governo do Estado de São Paulo e demais autoridades sanitárias. Assim, poderá ser acompanhado por meio do canal oficial da Prefeitura de Bauru no Youtube. A agenda completa do Inova Bauru será divulgada a partir do dia 03 de agosto, por meio do site da Prefeitura e de suas redes sociais.

Serviço

Inova Bauru
Local: Rua Joaquim Anacleto Bueno, 1-60 – Jardim Contorno
Telefone: (14) 3227-7819
E-mail: [email protected]

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